Ontem, em Valença/RJ, Ju, Bia, Lu e eu fomos a uma “Festa Hippie”,
com show do cantor-poeta-louco Ventania (a “Festa Hippie” está entre aspas
porque, de hippie, só tinha o Ventania). Hoje, quando acordei, me veio esse
poema, inspirado na leve ventania de sonhos alucinados que o show do músico nos
proporcionou. Um poema que só os loucos entendem:
Lembranças de uma leve ventania
Era uma noite serena, de leve ventania,
E lá estava ele, o louco, com sua guitarra invisível,
Seus cogumelos azuis, suas insanas utopias...
O som atravessava, em compassos simples e pirados,
Os caminhos escondidos da distante BR Rio-Bahia
E meus ouvidos o acompanhavam, tontos, desbaratinados,
A lógica insensatez de sua doida poesia.
Todos queriam um pedaço daquele louco,
Todos queriam, como ele, vencer a própria hipocrisia,
Todos tomavam um trago de sua esfumaçada melodia,
Todos queriam ser como ele, louco, dichavado,
Afinal nenhum careta, com passos pesados,
Segui-lo conseguiria.
O show acaba, o louco deixa o palco, segue a vida
E leva consigo todo um mundo que nós, os bobos,
Jurávamos que não existia.
É fim de noite serena, passa leve a ventania,
Mas, mesmo na sua partida, ele, o louco,
Deixa-nos um sopro alucinado de alegria!
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