Sábado sem sol, chuvinha melancólica pela manhã; hoje posto mais um angustiado poema de amor, publicado em meu quarto livro "O último adeus (ou o primeiro pra sempre)" (2004):
O prisioneiro
Quantas vezes eu ouço ela dizer
Que a noite acabou
O rock'n roll acabou
O álcool evaporou
E bastava apenas dar um aceno de adeus.
Toda vez que aceito seu abraço de compaixão
Imagino uma cerca de arame farpado
Em meus braços
Enrolando e aprisionando
Como uma coleira no pescoço de um cachorro
Cuja dona não gosta de animais de estimação.
Sou sua sombra que não aparece
Pois ela esconde o sol
Sou sua maconha que não vicia
Pois ela não fuma
Nunca ouço ela dizer
Que estou numa prisão
Pois basta um mínimo sinal dela
Pra meu coração abrir uma cela
E mais uma vez me aprisionar...
Lindo, porém triste e angustiante...
ResponderExcluirSe me permite a indiscrição, este poema retrata um sentimento real?
Você escreve sobre suas verdades ou são simplesmente frutos de uma imaginação demasiadamente fértil? Ou ainda verdades sim, porém de terceiros, outrora revelados?
Muito bacana seu blog!!
Grande abraço. Sucesso.
Poemas sempre me vem da mistura de sentimentos e fingimentos (as palavras, por mais recursos que tenhamos, são incapazes de reproduzirem sentimentos totalmente reais), inspiradas em mim e em outros eus com os quais atravesso nas estradas da vida. Como no verso da canção "Meu reino", do Biquíni Cavadão, "eu sou a soma de tudo que vejo", multiplicado ao amor pelas palavras e potencializado por aquela saudade de Renato Russo por tudo que ainda não vi. Não sei se me expliquei bem ou compliquei ainda mais. O universo de um poeta é sempre um claro enigma, uma obscuridade clara, um paradoxo sem contradição, uma interrogação disfarçada de ponto final.
ExcluirObrigado por me acompanhar nesse universo louco de lucidez poética, Chocolate Artesanal Delícia! Somos como os bombons: chocolates reais alimentando bocas de sonhos.
ExcluirAdorei!! Você é jóia!!
ResponderExcluirParabéns pelo seu belíssimo trabalho, grande poeta.
Tenhos mais dois grandes amigos poetas: Aline Coutinho, de Valença, atualmente mora em Juiz de Fora e Leonardo Quinellato, que reside em Volta Redonda.
Adoro poetas.
Grande beijo.
Seu blog é show!!!