Ensaio sobre a cegueira das árvores
Te vi sonhando no colo de tua mãe.
sobre teu rosto...
Jamais vi natureza tão linda...
Te vi brincando com teu amigo invisível.
Era inverno e tuas pedras frias feriam
meus frutos...
Jamais vi violência tão ingênua...
Te vi declamando o amor impossível.
Era primavera e meu tronco sentia
a tua faca aflita...
Te vi desejando urbanas maçãs.
Era verão e teus toques secretos excitavam
minhas raízes...
Jamais vi sementes tão frutíferas...
Hoje vejo teu filho crescido
sem estações, sem tempo, sem bom dia.
que se aproximam...
Amanhã serei lápis, papel, poesia
brotando para sempre ser lida:
“Adeus, amor...
Até outra vida!”
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