Pra iniciar um poema recente, premiado no Concurso Literário
da Academia de Letras de Maringá/PR, homenagem ao eterno "Dom Quixote", de Cervantes, e nossos poemas Dulcineias:
Celeiro Dulcinéia
Evita meu celeiro, triste homem das vontades básicas,
Meus trigos não alimentam tua fome,
São grãos colhidos no solo do lirismo;
Vêm do mundo das ideias, da mente de um sonhador
Que protesta por alimentos reais
Mas só protesta, só, protesta, em vão, pois não te alimenta.
Evita esse meu arroz invisível, colhido na safra da solidão,
Pois minhas composições não enchem teu estômago vazio.
Meu depósito de alimentos não perecíveis é eterno
Mas impróprio para o consumo de teus olhos famintos;
Lamento, escravo senhor, os latifúndios continuam florindo
cancerígenos
No solo da ambição desmedida dos homens que pisam em tua
campina sem vida,
Enquanto meu armazém só contém produções aquém dos teus
anseios.
Para teus desejos cereais, trago um galpão seco de comida,
Poemas, gigantes fingidos, nada mais que meros moinhos de
vento...
Procura outro reino, Sancho Pança da realidade rocinante,
Pois este meu celeiro é de um fidalgo errante castigado de
ilusão...
Faz Agente Pennsar
ResponderExcluirParabéns que vc continue iluminando a todos com grandes gestos e lindas poesias...Abraços poéticos!
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