sábado, 29 de setembro de 2012

Canção sertaneja de despedida sem adeus para a Flor do sertão


Hoje estou envolvido em dois eventos (o “Identidade Cultural & Movimento Culturista”, organizado por Janaína da Cunha, às 11:30h, no Bistrô Café do Bom, Cachaça da Boa, na Rua da Carioca, no Rio de Janeiro/RJ, e o “Arte Valença 2”, organizado por Giovanni Nogueira, às 22:45h, no Circo Volante, no bairro Aparecida, em Valença/RJ), mas não posso partir, antes de deixar aqui um poema pra minha querida atriz e amiga Ana Rachel Coelho, que, devido a problemas de saúde na família, terá que partir de Valença para o Ceará, sem prazo de retorno. Como ela faz parte do Sarau Solidões Coletivas e também faz parte de meus amigos, minha história e minha vida, o poeta que vos fala não pode deixá-la sem compartilhar de sua dor. Não, não posso deixá-la sem ao menos um sorriso de poesia, uma lembrança cheia de amor, um adeus sem despedida:

Canção sertaneja 
de despedida sem adeus
para a Flor do sertão

Flor do sertão,
Por que estás tão murchinha,
Se o mundo e eu precisamos tanto
De um sorriso teu
Nesses instantes de agonia?

Flor do sertão,
Eu entendo a tua partida,
Sei que precisas enfeitar outros jardins,
Perfumar aos desertos da distância
Com tuas fragrâncias de alegria,
Mas pra que a lágrima, flor nordestina,
Se a primavera te sorri?
Pra que as trevas se trazes o bom dia?

Flor do sertão,
A primavera está tão fria
E sei que tens que ir
Para resgatares a estação perdida,
Mas não há calor se permaneceres aflita;
Leva na bagagem somente alegria,
Quero um sorriso teu na efêmera despedida.
Parte sem adeus, flor nordestina,
Parte, mas leva o mundo e eu na lembrança amiga;
Parte sem adeus, parte em harmonia!

Flor do sertão,
Deixa-me sem velórios de partidas,
Deixa-me como a valsa do casório,
Com a promessa de eternas idas e vindas,
Pois a primavera e eu precisamos de ti sempre florida.
Não me diga adeus, flor nordestina,
Diga-me apenas até breve, até outro dia!
Parte sem adeus, Flor do sertão, parte infinita!


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