quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

O retorno do blog, o retorno das Solidões Compartilhadas e os retornos líricos de Genaldo Lial (ou A volta dos que não foram; pois a poesia nunca vai; sempre fica, mesmo adormecida, infinita)

Depois de algum tempo de costumeiro sumiço em fases de trabalhos (ou desânimos) intensos, o blog faz seu retorno em dose dupla. Por quê? Porque a palavra “retorno” está duplicado: é o retorno do blog e o retorno da seção “Solidões Compartilhadas” e traz um velho conhecido do blog: o supertalentoso mais-que-fodástico superatletativistamigo medalha de ouro (nos esportes e nas artes) Genaldo Lial.
Natural de Campina Grande/PB, morador de Mesquita/RJ (segundo muitos, a sucursal do inferno nos períodos de caloroso verão), professoramigo de Educação Física na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, na região rural de Teresópolis/RJ, cidadão do mundo (já rodou tanto pelos nossos países vizinhos sul-americanos que tem um livro de viagens, , sobre suas andanças de moto pela região latina – a fascinante obra ainda está sem previsão de lançamento, mas pronto para encantar os admiradores da magnífica literatura de viagem), apesar de todos os seus feitos, toda sua vitoriosa trajetória e sua escrita profunda e de energia infinita, Genaldo passou pelo drama que atinge todos nós, escritores e redatores, em algum momento de nossas vidas: a falta de inspiração para a construção de novos poemas.
Mas o período de crise lírica criativa passou e Genaldo premia nossos olhos leitores com dois poemas novos que variam sobre o mesmo tema e reforçam o resgate do lirismo temporariamente perdido. Os poemas foram adequadamente batizados de “O retorno” e “O retorno 2”, pois simbolizam o nosso contexto, o retorno (dos encontros presenciais, do se derramar em poesia, do reencontro com a escrita poética, outrora perdida, agora novamente vista, revista e cada vez mais intensa e apaixonada pela vida).
Que nossos olhos reencontrem também as delícias do saborear poético, a partor da leitura dos mais-que-fodásticos poemas de retorno de Genaldo Lial.

O RETORNO

Voltando a escrever de fato
Após longo e penoso tempo
Com a escrita eu fui ingrato
Peço redenção neste momento exato

Não publiquem o que escrevo
Pois tropeço nas palavras tortas
E como um bêbado me atrevo
A versar sobre o que me importa

Se pequei peço perdão
Ao verso mais eloquente
Que me surge como um clarão
Assim tão de repente

Me embriago nos fonemas
Dos versos bons e distintos
E consigo abordar os temas
Do jeito que os sinto

Genaldo Lial da Silva, 03 de novembro de 2021




O RETORNO 2

Parafraseando os poetas
E exalando poesia
Eu ignoro as metas
E vivo em extasia

Para compor uma parte
De seja lá o que for
Dê ao artista a arte
E à vida o amor

Com a necessária leveza
Do voo de um condor
Se contempla a beleza
Do sol ao se pôr

No silêncio da natureza viva
Sente-se um grande esplendor
Pois a alma fica expansiva
Como um puro aroma de flor

Genaldo Lial da Silva, 09 de novembro de 2021.






2 comentários:

  1. Belíssimos poemas de "Retorno", embora eu acredite que a poesia nunca parta de fato de nós. Geraldo, parabéns! E que seu vindouro livro traga variados outros retornos a lugares de seu gosto. Abraços.

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    1. Muito obrigado. Concordo que a poesia nunca se vai, parece que nós é quem a adormecemos de tempos em tempos.

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