É,
amigos leitores, a internet pregou uma peça no blogueiro que vos fala
durante o último fim de semana: devido à tempestade de sábado em Teresópolis/RJ,
fiquei sem acesso à rede nos últimos dias, fato que estragou meu plano de
homenagear as mulheres-musas-fodásticas-poetas no dia 08 de março, Dia
Internacional da Mulher, e nos dias que antecederam esta importante data.
Mas,
de volta à rede virtual, o blogueiro que vos fala declara: todo dia é dia internacional
da mulher! 08 de março é uma data importante, para ser eternamente lembrada,
pois, em 1857, 130 tecelãs foram assassinadas por fazerem greve numa fábrica
nos Estados Unidos, quando solicitavam melhores condições de trabalho para as
operárias do setor, mas essa discussão e a valorização da mulher deve ser
internacionalmente discutida sempre, e não apenas no dia 08 de março. Por isso,
decidi que, durante essa semana, o blog destacará a cada dia 2 postagens com textos
de fodásticas escritoramigas.
Pra
iniciar esse ciclo de postagens, trago, estreando no blog, um poema da
fodástica escritoramiga Gilda Maria Rachid Dias, de Valença/RJ. Genial cronista,
Gilda também ilumina nossos olhos leitores com uma poética vibrante, crítica e
magnificamente elaborada (ela se considera mais prosadora que poeta, porém é
impossível negarmos a brilho eterno de maravilhoso lirismo em poemas como “Mulher”,
o qual compartilho mais abaixo nesta postagem).
Escritoramiga
antenada com nosso cotidiano e com as questões contemporâneas (tanto que seu
e-book de estréia [que brevemente será lançado] foi intitulado por ela de “Amores
Virtuais” e será recheado de crônicas sobre a louca relação dos seres humanos
com a internet), Gilda Rachid traz, em seu poema-prece-ode “Mulher”, um eu
lírico feminino, crítico e ao mesmo tempo sonhador, que, através dos
ventre-versos, gesta a esperança de um futuro mais justo e promissor para as
filhas-irmãs de Eva.
Cuidemos,
com olhos carinhosos e fascinados, amigos leitores, do eu lírico feminino e
fascinante de Gilda Maria Rachid Dias!
MULHER
De
meu ventre foi parido
Se
no mundo existiu um homem que de uma mulher não veio
Esse
homem foi Adão, que nasceu do sopro divino
Mas
ao se alimentar em meu peito, ao se aconchegar em meu colo,
Ao
se proteger, tornou-se homem e a sua mão levantou-a contra mim
Se
diretamente em mim não foram tocadas, em minha irmã de gênero me envergonhou
Quantas
vezes sua ira não ouviu minhas preces?
Quantas
vezes o dedo para mim apontou?
Quantas
vezes me queimou?
Quantas
vezes me usou?
Quantas
vezes o furor de seus dedos em minha face?
Quantas
vezes me apedrejou?
Quantas
vezes para parir sua descendência me emprenhou?
Mas
todas que por isso passaram
Fica
aqui só uma lembrança
Foi
dentro de meu corpo que foi gerado
Agora
espero de você, não uma mancha de vergonha
Mas
apenas amor a toda mulher que desse mundo faz parte
Quero
apenas amor deixar como legado a você
Mesmo
que depois eu for daqui
Anseio
que ensine aos seus filhos
Aqueles
que vierem homens
Que
a roda da História gira tão rápido
Que
já precisa esse homem do novo milênio de uma mulher que o acompanhe em sua
jornada.
Será
ela sua parceira, amiga e amante, não mais aquela que subjugará, acusará,
torturará e usará,
Pois
seu dedo não deverá mais apontar para a face de nenhuma mulher,
Pois
estará apontando para aquela que é irmã daquela que o
gerou.
Gilda Rachid é ótima e tenho certeza de que o ebook fará o maior sucesso.
ResponderExcluirMaravilhoso!!!
ResponderExcluir