Yeah,
amigos leitores, baseados nos mais-que-fodásticos artistas (Cazuza, Cecilia
Meireles e Eric Clapton) que serão homenageados no próximo Sarau Solidões
Coletivas, que acontecerá hoje, sábado, dia 28/03, às 17:30h, na Biblioteca
Municipal D. Pedro II, no Centro de Valença/RJ, muitos artistamigos estão cazuzeando,
ceciliando e ericlaptiando.
Hoje
trago mais uma maravilhosa escritoramiga que entrou na onda lírica das homenagens:
Gilda Maria Rachid Dias, em seu poema inédito e super-recente (ela me enviou o
fodástico texto lírico ontem) “Meu poeta visionário”, traz um maravilhoso diálogo
entre seu eu lírico coletivo (seria melhor dizer “nós líricos”) e Cazuza, cheio
de referências às canções do eterno poeta da música popular brasileira.
Meu
poeta visionário
É, poeta...
O
tempo não para.
Quem
diria que agora o sonho acabou ou está se acabando?
É,
poeta...
Ideologia
você queria uma pra viver.
Nós
também queremos uma pra viver
Em
tempo de coxinhas e ptralhas.
Cadê
nossa ideologia?
Nós
apostamos alto, poeta. E você nos alertou:
Brasil
mostra a sua cara.
Quero
ver quem paga pra gente ficar assim.
Será?
Que vai mostrar a cara da frente? Ou a cara de trás?
É,
poeta...
A
burguesia fede
A
burguesia quer ficar rica
Enquanto
houver burguesia
Não
vai haver poesia
E
ela continua a ficar rica
Agora
nossa bandeira é salvar a poesia
Que
está sufocada na garganta dos poetas
Que
vagam em meio a esse caos da burguesia fedida
Os
poetas fodidos.
Bete
Balanço, meu amor, me avise quando for a hora.
Porque
aqui nos perdemos nas horas
Absurdas
horas do tudo e do nada
Do
novo e do velho
Dos
sonhos e das decepções
É,
poeta...
Vamos
pedir piedade.
Senhor
piedade.
Para
os pobres, caretas e covardes
Pobres
de caráter
Caretas
por pregarem uma falsa moral
Covardes
por roubarem o que é de todos
E
aí seguimos, poeta.
Num
trem pras estrelas.
Depois
dos navios negreiros.
Outras
correntezas.
Correntezas
que avançam e retroagem.
Outras
correntezas.
Meu
poeta visionário.
Outras
correntezas...
Depois
dos navios negreiros.
Persiste
a escravidão.
Enfim,
poeta,
Somos
todos exagerados.
Exageradamente
humanos e brasileiros.
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