quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cem Poemetos de Solidão: Poemeto XXXIX

XXXIX

O último pergaminho de Melquíades eu queimei na revisão do livro “Cem anos de solidão”: neguei-me a avisar aos amigos que todo escritor do invisível pertence à família extinta dos amaldiçoados Buendía. Agora bem mais velho, despido de todo pudor e temor, confesso a última maldição de minha invenção, depois de tanto negá-la: todo autor de ficção fantástica traz em seu universo interior a condenação sumária de carregar em seu peito a sensação amarga de cem anos de solidão literária.


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