Como bem nos lembra a Wikipédia, Polenta é um alimento típico da
culinária italiana, mas que tem amplo uso e aceitação em diversos países, como
Argentina, Brasil e Uruguai. Sua base é a farinha de milho. Pode ser servida
mole, dura, grelhada ou frita. Pode ser recheada com uma miríade de molhos ou
outros ingredientes, acrescentados enquanto ela ainda está mole. Antigamente
considerada "comida de pobres", a polenta hoje é usada em diversas
casas e restaurantes, sem essa conotação.
E, no blog “Diários de Solidões Coletivas”, a popular Polenta ganha
novo significado; Polenta, a partir de agora também significa poesia, graças ao
engenhoso cozinheiro-poetamigo valenciano Luiz Guilherme Monteiro. O jovem e
louco poetamigo, autor do blog “Madrugada Poética” (siga o link na barra de favoritos
do blog) misturou em seu poema uma miríade de influências (Raul Seixas, Jovem
Guarda, Rock 80, Pink Floyd, System of Down, AC/DC, Beatles, música brega, etc
e mais uns tantos etcéteras) e batizou sua fodástica gororoba poética de
Polenta.
Voltemos os olhos às palavras, amigos leitores, pois a Polenta poética
do artistamigo Luiz Guilherme Monteiro está na mesa!
Polenta
Essa sociedade alternativa não me faz sentido
Pois para mim
Todo esse ouro é de tolo
E todo esse diamante de mendigo
Sempre abro os olhos
Mas nunca quero me levantar
Pra não ter que enxergar
Enxergar a cegueira da visão
E mesmo com essa vida que se torna cada vez mais louca
Continuo procurando um amor que ainda não encontrei
Mas que venha preparada
Porque o meu coração é do tamanho de um trem
E aqui mesmo nessa mesa de bar
Somente posso garantir que
Haja o que 'hajar'
Uns bons drinks vou tomar
Então seu garçom
Não deixe meu copo vazio
É claro que eu quero outra dose
Venha e troque o refil
Não sei porque somos assim
Talvez seja pela rosa vermelha no topo do monte
Talvez seja por tudo que foi
Ou por tudo que será
Em meio a tudo
Sinto-me como uma mosca
Uma mosca que apesar de ter caído na sopa
Não foi engolida
Sinto-me louco também
E nem sempre isso é uma beleza
Mas onde o Rock é do diabo
O que poderia ser?
O Máximo Denominador Comum de minha vida continua desaparecido
Deve ser algum número complexo
Se não for uma espécie de incógnita
Mas não importa, também sou uma variável
Variável, uma eterna e imensa metamorfose
Uma metamorfose ambulante
Que mesmo quando tenho amor
Posso lhe ter horror
Não sei o que diria Jorge Maravilha diante disso
Mas não direi nada
Apenas faço tudo o que quero
Esperando que seja tudo da lei
Não me importa ter um bom capital inicial
Se a legião de trabalhadores urbanos foi abortada
Deve haver um lobo mal os amedrontando
Os amedrontando por temer uma queda sem elegância
Mas enquanto trabalha tal elegância
Elegância regada em orgulho
Eu e meu amigo Pedro
Preferimos ser apenas vampiros loucos e cowboys fora da lei
Então tire seu time de canto
Pois antes de sair
Irei a igreja de todos os bêbados
Senhor Daniels e Cuervo lá me esperam
E mesmo que sejamos apenas estranhos um para o outro
Estranhos em meio a noite
Espero que escute minhas canções
Mesmo que sejam canções canções não nomeadas
E mesmo com alguns arrependimentos
Os quais foram muito poucos para contar
Consigo estar satisfeito
Porque como disse Frank, fiz do meu jeito
Por fim
Me sinto apenas perdido em pensamentos
Tão perdido como numa grande cidade
Como se estivesse perdido em Hollywood
Perdido em Hollywood
Em mais um dia solitário
Ouvindo o som do silêncio
Enquanto desejo que estivesse aqui
Saia desse frio que habita enquanto envelhece
Mostre que seu tempo não acabou
Que ainda brilha como diamante
Diamante do céu da Lucy
Mesmo que esteja em má fase
Em plena escuridão
Como se estivesse no lado negro da lua
Lembre-se que sempre se pode ascender o isqueiro
Não és apenas outro tijolo na parede
Mas será que saberia diferenciar algumas coisas?
Coisas como dor a um campo verdejante
Um campo verdejante a um campo de batalha
De toda forma continuo aqui
Pilotando o caminhão do trovão
Seguindo meu próprio caminho
Na autoestrada pro inferno
Continuarei e agradecerei a mim mesmo
Por ter tido a sorte de sobreviver
Mesmo no dia mais escuro
Mesmo no dia mais solitário