Há pouco tempo, recebi o convite
da poetamiga e companheira de profissão (ela também é professora da rede
municipal de ensino de Teresópolis), Rosangela Castro, para a manifestação de do
protesto contra o aumento da tarifa de ônibus e a favor da melhoria do transporte
público em Teresópolis/RJ, organizado pelo MCAP- MOVIMENTO CONTRA O AUMENTO DA
PASSAGEM, previsto para amanhã, dia 19/03, às 18:30h.
Segundo matéria realizada por
Anderson Duarte, em 23/02/2013, em
O Diário de Teresópolis, engenheiros da Coppetec-UFRJ fizeram
um estudo sobre a mobilidade urbana em Teresópolis. Foram
enfatizados vários problemas, dentre os quais:
- A falta de concessão para o
serviço de transporte público, bem como falta de um Orgão Regulador;
- Falha na apuração do número de
gratuidades apresentada pela Viação Dedo de Deus, que supera o número
encontrado pela Coppetec-UFRJ, que foi 23%,
enquanto que a empresa apresentou 56%. Foi justamente esse ponto o
principal argumento para o aumento da tarifa;
- A ineficiência e alto custo do
sistema de transporte, principalmente no aspecto social;
- Falta de estudo para compor o
valor da tarifa, que poderia ser até mais barata que a anterior, de R$ 2,90
para R$1,97.
Baseado nesse estudo, o MCAP pede
urgentemente ao poder público de Teresópolis: eficiência no serviço e tarifa
mais barata. Infelizmente, o governo municipal, cujo lema ironicamente é “Cuidando
bem das pessoas”, negou-se a receber tal estudo.
Como usuário do transporte público
de Teresópolis/RJ, conheço, na prática (infelizmente), a precariedade desse
serviço que deveria ser público, mas não é. Por isso, desde já, confirmo
presença poética e ativa no protesto:
O assalto
Ontem andei de ônibus
E fui assaltado:
Encontrei o veículo cheio,
Feio e sucateado;
Em letras bonitas, o aviso
autoritário:
“A partir desse dia, ir e vir pra
casa se torna mais caro”
Sobreviver nessa cidade tornou-se
fato raro...
O Dedo de Deus, tão lindo,
Apontando para o aumento
inadequado,
Enquanto o governo omisso
Sustenta o descaso.
Ontem andei de ônibus
E, mais uma vez, fui assaltado!
Meus olhos perguntam:
Como os governantes dessa cidade
carente
Podem dizer que cuidam bem da
gente
Sem um coletivo decente?
Meus olhos perguntam sozinhos,
Pois a resposta é silêncio,
Presença invisível dos quem podem
tudo
E não fazem nada.
Então meus olhos serenos
Acompanham meus ombros caídos
De volta pra casa...
Adormeço soturno
No aconchego infeliz da cidade
estagnada.
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