Hoje eu me peguei pensando nele, nelas e, especialmente,
NELA: Chorão, as drogas e a Morte. Uma química comum no meio rock e no mundo
underground. Hoje é quarta-feira e penso em “Quinta-feira”, do Charlie Brown
Jr.: “Parecia inofensiva mas te dominou, te dominou, te dominou, dominou / Difícil é desviar de quem tá sempre querendo
/ ela mantém a porta aberta ela te faz de instrumento, / vai te dominar, se já
não dominou”.
Foi muito estranho receber, nesta manhã, a notícia da morte
de Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr. através de um aluno: “Professor,
minha mãe falou que o Chorão morreu”. É estranho saber que um ídolo do rock de
sua juventude morreu, enquanto você está dando aula, quando se está tentando
bancar o adulto. Conhecendo um pouco o histórico de Chorão, dá aquela sensação
estranha, daquele tipo “eu já vi esse filme”, ao mesmo tempo que por dentro
você se surpreende: “putamerda, o Chorão morreu!”, enquanto seu senso de
responsabilidade chuta o seu cérebro: “Professor Carlos Brunno, acorda, você está
no meio de uma aula!”. A aula segue, tentando evitar pensamentos confusos, e
revejo a morte ao chegar em casa.
Como aconteceu com Cássia Eller, as causas da morte de
Chorão são misteriosas, mas a suspeita maior é a de que ele foi, como tantos,
mais uma vítima das drogas. Mais uma perda enorme do rock nacional, mais um que
se vai cedo demais. É estranho, é muito estranho...
O poema de hoje foi feito durante esse turbilhão de
estranhamentos e no meio desse leve desespero de se deparar novamente, em tão
pouco tempo, com a dança promíscua da morte com as drogas. É uma (sub)versão da
canção “Proibida pra mim”, a resposta da substância proibida, que,
possivelmente, levou mais um rockstar pra longe de nós. Um poema que dá voz à musa mais desejada e mais vilã de todos os tempos: a droga.
Que droga, Chorão, por que tão cedo, cara? Que m..., Chorão,
que m...!!!
Liberado Pra Mim
(A resposta da Proibida)
Eu achava seu desespero engraçado
Todo liberado pra mim e eu o dominei
Lhe disse que sempre podia me levar consigo
Ele era louco e levou a sério o que eu falei
Ele quis que eu fosse sua mulher,
Eu o aliviei em todos os dias ruins,
Ele podia me procurar a qualquer hora,
E agora eu o levei pra bem longe!
Se foi por mim, será que ele morreu feliz?
Se não fosse eu, será que ele ainda estaria aqui? Ah, queda!
Eu o flagrei pensando em morrer
De luto com tudo, sem mais nada pra dizer
Numa noite essencialmente louca:
Não há nada mais que essa gente possa fazer
Se ele morreu, será que algum dia eu o fiz feliz?
Se não fosse eu, será que ele teria o mesmo fim? Ah,
queda!...
Fodástico o poema! Lamentável o que aconteceu!
ResponderExcluirMuito bom o paralelo que você fez!
ResponderExcluirAinda não se sabe o que aconteceu completamente, mas de qualquer forma, é mais um que vai cedo demais.
depois do ozzy, do jager, do serguei, do paul dianno e tantos outros fudidos fodásticos terem envelhecido eu ainda me surpreendo com a morte destas figuras, amy, chorão...
ResponderExcluirvida loka vida
mas vim comentar mesmo foi que também achei muito bom o paralelo entre as duas letras
valeu