Hoje a tarde apresenta um dia meio nublado com tímidos raios de sol, ressaca da maior e mais bela lua cheia vista no céu de 2012. Hoje, também, um novo talento brilha, mais radiante que a lua de ontem, muito mais intensa que o sol de hoje, e compartilha suas solidões poéticas no blog: é a artista valenciana Cíbila Farina, musa, amiga, cantora, encantadora intérprete, agora também estrelando suas próprias poesias.
O poema dela, que posto hoje, foi uma lírica homenagem, uma elegia em prosa ao radialista Joelson Jaime Laureano, coordenador
artístico e apresentador da Rádio Itatiaia -Juiz de Fora, que numa fatídica manhã desse ano foi encontrado morto, provavelmente vítima de assalto. Ela não o conhecia, mas se abalou muito com sua
morte, já que era chefe e amiga da Beatriz Lacerda, amiga de Cíbila e locutora
dessa mesma rádio na qual Joelson trabalhava. "De certa forma, o poema acabou sendo direcionado
à minha amiga Beatriz, de quem ele era amigo.", contou-me Cíbila. Um poema para refletir, para lembrarmos dos amigos, que, em nossos corações, sempre se vão cedo demais, deixando uma lágrima brilhante em nossa tristeza, como o sol que hoje invade as nuvens nubladas e serenas...
Um amigo que se vai
"Um amigo que se vai é um sorriso deixado no canto da boca,
imóvel, surpreso consigo mesmo pelo estranho fato de não conseguir sair.
Um amigo que se vai é folha de livro grudada, onde não se
sabe o que ali está escrito e com quem aconteceu o que.
Um amigo que se vai é
bola de sorvete caída no chão, é batida de porta de carro no dedo, é mordida na
língua, é bicho abandonado e faminto, é injustiça, é falta de perdão.
Um amigo que se vai é o vazio das tardes de domingo, onde a
estranheza das horas é só o que se tem. Um amigo que se vai é o que não se
deseja a ninguém."
Lamentei muito a perda de Joe, cuja bela voz, a simpatia e a gentileza pude constatar em vários momento. Fique em paz.
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