Parte de ontem e parte de hoje, vegetei; um mal estar físico me atacou e me estagnou por quase 24 horas. Não gosto quando me sinto mal e me vejo obrigado a repousos que não escolhi - minha mente não para e agita o corpo debilitado. Então do mal estar físico vem alguma dor moral (ou imoral, nunca sei o que determina fielmente o quê), algo que eu chamo de "náusea drummondiana" ou "estado poético de inquietação com o mundo enquanto estás encarcerado em ti mesmo". Somando a ainda ausência não superada de Millôr, posto uns versinhos; não são pra entender, são ataques livres de um lirismo que persiste no ex-rebelde sem causa. Os versos abaixo surgiram em momentos passados de inquietação, numa brincadeira de troca-troca de estrofes com Wilson Fort; saiu assim meio em estado bruto e, assim incompleto e rarefeito, o permaneço:
Nada certinho se não compreendes o meu recado
Talvez a minha paz seja uma amiga do meu eu passado
E se hoje ela não apraz
Talvez esse meu eu esteja ultrapassado:
- Meu amigo, está tudo errado!
ainda estou completamente imersa em Pessoa. lendo o seu desabafo, coincidentemente, li uma passagem que vem bem a calhar.
ResponderExcluir"Ha um cansaço da inteligencia abstrata, e é o mais horroroso dos cansaços. Não pesa como o cansaço do corpo, nem inquieta como o cansaço do conhecimento pela emoção. É um peso da consciencia do mundo, um não poder respirar com a alma" (Livro do Desassossego - Fernando Pessoa)
Carlos, das duas uma: ou eu estou ficando depre com a leitura do Pessoa ou estou reconhecendo em sua palavras eu mesma. seja qual for o lado, a sintese é que to mal tumbem meu amigo rsrsrsr
Só mais um fragmento, e esse é para mim que não sou poeta e nao estou em estado poetico de inquietação, portanto, meu fim é esse: (olha o dramalhão kkkkkkkkkkkkkkkk)
ResponderExcluir"Quem vive como eu não morre: acaba, murcha, desvegeta-se".
o cara podia ser depre o quanto quisesse, mas vai escrever bem assim lá na ponte que partiu. Caraca, como dizem os matogrossenses do SUL, é massa. rsrsr