domingo, 27 de maio de 2012

Minha musa ploc poética: Samurai Sherazade

Ontem, participei do "Identidade Cultural & Movimento Culturista", organizado por Janaína Cunha, cuja temática era "Homenagem à Expressão Social e Poética do Rock Nacional". Em tributo às musas do rock nacional de 80 ("Menina veneno", "Bete Balanço", "Andrea Doria", "Kátia Flávia", "Adelaide", "Fátima", "Ana", do "Refrão de Bolero", de Engenheiros do Hawaí, entre tantas outras) e a poetamiga Nana B. Poetisa, criei minha musa ploc poética, a Samurai Sherazade. Também foi inspirado no metal com influências indianas da banda brasileira "Dust from Misery" (em especial, a canção "Blessed"; ouçam em alto e bom som!). O poema ficou oculto até o momento, pois foi planejada uma performance dele realizada por mim e pela Nana e só revelada para a organizadora Janaína no momento de nossa apresentação (o vídeo estará em breve aqui no blog). Agora, leitores, tenho o prazer de apresentar-lhes a minha musa ploc poética, nacional oriental indiana Samurai Sherazade:



Samurai Sherazade

Suave agitação em meu sono silêncio...
Eis a música, eis a musa que me ergue para um continente
Que desconheço...
Ela dança sobre a superfície macia dos sonhos esquecidos
E me traz uma Índia que eu não tive, um universo perdido
Que só encontro em seus movimentos ágeis, serenos
E selvagens...
Seus pés sorriem ritmos que seduzem meus olhos castanhos, atentos
E sedentos...
Seus pés são doces vampiros que sugam horizontes longínquos
No hemisfério salgado e carente de meus contentamentos
Mais descontentes
E ela dança sua valsa cigana indiana, religiosa e profana,
Em louvor à Deusa fanática das artes;
Ela é Samurai Sherazade, nuvem lírica da carne,
Dançando sobre o tapete mágico da liberdade,
Sobrevoando os céus das bocas e das vontades,
Esvoaçando seus véus de honra e lealdade,
Empunhando cimitarras de sutis tempestades.

Então a música beija o silêncio,
A musa encerra seu movimento,
Samurai Sherazade parte, lá se vai a nuvem única de mil faces!
Samurai Sherazade sempre sai, deixando-me o orvalho de alguma eternidade...
(Agitada suavidade, fecho meus olhos e espero outra dança,
Um novo momento com Samurai Sherazade...)   

3 comentários:

  1. A ceifa de belos versos, meu mais antigo modus operandi:

    "Ela dança sobre a superfície macia dos sonhos esquecidos"; "Seus pés são doces vampiros que sugam horizontes longínquos"; "Sobrevoando os céus das bocas e das vontades,"; "Então a música beija o silêncio," e "deixando-me o orvalho de alguma eternidade...".

    Rapaizzzzzzzzzzzzzzzzz, isso é muito bãoooooooooooo.

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  2. Beautiful and amazing... thank you for posting:)

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