Olá, caros leitores, bem vindos ao blog daqueles que guardam um sorriso solitário no canto dos lábios que versam sonhos coletivos. Bem vindos ao meu universo virtual poético, bem vindos ao mundo confuso e fictício ferido de imortal realidade. Bem vindos ao inóspito ambiente dos eus líricos em busca de identidade na multidão indiferente, bem vindos ao admirável verso novo.
Desde a retomada das postagens no blog agora em dezembro,
reservei o espaço a algumas solidões compartilhadas que há tempos queria
publicar (e há outras mil que pretendo trazer ao blog) e, apesar de também ter
vários textos meus que se destacaram nos últimos tempos, ainda não havia
trazido nenhum conto, poema, crônica ou prosa poética de minha autoria. Hoje,
às vésperas de mais um Natal, decidi mudar essa configuração: trago para os
amigos leitores um conto sombrio meu de Natal.
O nome do conto é “A crônica natalina não publicada de
Augusto Albuquerque”. Como o próprio título revela é um conto que finge ser uma
crônica – uma crônica fake, fictícia, ligada a fatos históricos da Velha
República, em especial relacionada a um trágico acontecimento real: o suicídio
do agitado escritor Raul Pompeia em pleno dia de Natal de 1895. Na época, Raul
Pompeia, autor do clássico “O Ateneu”, estava sendo perseguido e caluniado
politicamente e isolado por desavenças com famosos escritores devido ao
temperamento explosivo do escritor nascido em Jacuacanga, Angra dos Reis, mas
há algum tempo residente no Rio de Janeiro/RJ. Seu suicídio, realizado no dia
de Natal, ganhou força simbólica devido à data escolhida para sua
autodissolução e marcou seu posicionamento opositor aos rumos da Velha
República (uma espécie de imagem sonhadora do Brasil Republicano suicidara
junto com o seu principal intelectual defensor/articulador).
Esse acontecimento - todo aspecto louco/lúcido/radical de autodeterminação extremista de autodissolução - sempre mexeu comigo, por conhecer a vida e obras de Raul Pompeia e também por
experenciar, quando criança, a partida prematura de minha prima Eliete – também
escritora, mas jamais publicada – por um ato suicida parecido, mas sem o peso
simbólico do tomado pelo escritor angrense. Todos esses acontecimentos mais estudos
adicionais sobre os progressos e passos retrógados da Velha Repúlica influenciaram
o processo de criação de meu conto, que chegou a se classificar numa seletiva
de antologia natalina em 2018, cuja publicação ainda não chegou ao meu
conhecimento (como podem perceber por publicações anteriores minhas, aguardo um
tempo para trazer ao blog contos, poemas e crônicas classificados para
publicações; no caso do que publico agora, dei o prazo de um ano).
O texto natalino de hoje é o mais sombrio que publico nesse
período festivo desde o surgimento do blog (se preferirem algo mais alegre,
recomendo que visitem as postagens de natal de anos anteriores), mas vem em
data próxima ao trágico acontecimento histórico-literário que o influenciou.
Apesar desta ‘sombriedade’, espero que gostem, amigos leitores.
Feliz Natal e Arte Sempre!
A crônica natalina não publicada de Augusto Albuquerque
Há acontecimentos da História, assim maiúscula, que afetam
nossa história, essa aqui, bem mais próxima de nós, considerada menor, sempre
vista de forma minúscula. A que trago hoje ao conhecimento dos leitores deste
ilustre jornal envolveu a mim e a meu tio Alfredo Albuquerque na noite de natal
de 1896. O leitor mais perspicaz perceberá que já inicio minha crônica com uma
afirmação deveras questionável, pois, com o desenvolver do enredo, constatará
que os fatos já sofriam influências da noite de natal do ano anterior ao citado
por mim, mas justifico-me lembrando de que o ano de 1895 nada marcou à minha
insignificante pessoa; somente ao meu tio, talvez o verdadeiro protagonista
desta história, cujo protagonismo minha pena egocêntrica rejeite destacar -
assim são as verdades das afirmações humanas e das nossas histórias, maiúsculas
ou minúsculas: relativas, recheadas de análises contraditórias, confirmando que
o ato de errar, acertar e também errar acertando ou acertar errando é um ato
peremptoriamente humano. Abstrações à parte, vamos à história.
Tio Alfredo Albuquerque era um dos mais queridos parentes de
nossa família orgulhosamente republicana, principalmente por ser o primeiro a
ter ingressado com louvor nos Corpos Militares da Polícia alguns anos após a
Proclamação da República. Tal ato de meu tio rendia-lhe sorrisos graciosos dos
familiares mais exaltados com a história pregressa de luta pelo Estado
Republicano que os Albuquerque ardentemente defendiam há gerações. Mas, na
noite de Natal de 1896, não houve gracejos que retirassem de tio Alfredo o
estado taciturno, ensimesmado, no qual se prostara, entocado numa cadeira
afastada do clima festivo dos demais parentes.
Mamãe, considerando que tal atitude era causa de cansaço ou
de alguma ocorrência policial escabrosa na noite anterior (todos sabíamos que a
capital não era um modelo de cidade pacífica, principalmente nos agitados anos
do fim do século XIX, e, diante das turbulências políticas e revoltas no
Brasil, imagina as situações e crimes que nossos honrosos Corpos Militares
devem testemunhar, até nas noites de vésperas de Natal), pediu a todos que
respeitassem o recolhimento de meu tio. A súplica materna e a impostação
autoritária de sua voz podiam sensibilizar ou convencer a maioria dos parentes
ali presentes, porém soavam como um desafio a um diabrete de onze anos como eu.
Como assim o titio não quer comemorar o Natal com a gente, questionava meu eu
antigo. Assim que a vigilância constante de mamãe folgara, aproximei-me de tio
Alfredo.
O aspecto dele, outrora altivo, era aterrador. Há cerca de
um ano, eu reparara algumas mudanças físicas progressivas (ou regressivas?) em
meu tio Alfredo. Em seus cabelos loiros, insolentes fiapos brancos se
proliferavam e desvalorizavam o aspecto ainda jovial de seus saudáveis trinta e
dois anos recém completados.Seus olhos
verdes, antes quase infantis como os meus, adquiriram um incômodo brilho
melancólico, como folha de árvore caída em manhãs cinza de outono – pareciam
brincar ainda com o tempo, mas, na verdade, traziam apenas a passividade de um
morto, cujo corpo leve é faceiramente carregado pelo vento. Titio Alfredo ainda
brincava comigo como o tio mais divertido e traquinas que era, mas de um ano
pra cá parecia perder o ar pueril. E um diabretes de onze anos teimoso como eu,
sem parentes com idade equivalente a minha, não poderia perder o melhor
companheiro de travessuras. Mas, naquela fatídica noite de Natal de 1896, meu
tio tinha outros planos, nada divertidos.
- Eu não estava aqui no Natal do ano passado... – meu tio balbuciou
sem me olhar; parecia ciente da minha aproximação, mas ignorante da identidade
do interventor de seu alheamento.
Sua declaração não me trazia novidades, pois, diante dos
outros parentes chatos, fui o que mais sentiu sua falta na noite de Natal de
1895, o Natal mais sem graça de minha infância. Antes que eu lhe dissesse isso,
ele continuou:
- Eu estava trabalhando... Atendemos uma ocorrência, uma
senhora abriu a casa, estava desesperada, seu filho suicidara... Um tiro no
peito... Em plena noite de Natal... Seu nome era Raul Pompeia... era
escritor... – Nesse momento, baixou os olhos para o livro em suas mãos: “O
Ateneu”. Queria lhe dizer que não estava gostando da história que ele me
contava e que aquele livro na mão dele devia ser muito chato para deixá-lo
assim tão transtornado, mas tio Alfredo continuou a balbuciar, ignorando-me sem
me ignorar. – Um tiro no peito... No coração da nossa capital... Podia ter sido
assassinado... Em plena noite de Natal... O corpo estava no escritório... Eu
queria acreditar que foi assassinato... Eu investiguei por minha conta...
Artigos de jornais, depoimentos de amigos e vizinhos, até esse livro... Um ano
investigando... As evidências confirmaram o suicídio, os investigadores muito
mais graduados não tinham dúvida, sempre foi suicídio... Mas por que eu não
estava convencido? Foi assassinato, eu cismei que foi assassinato... – Aquilo
já estava me dando gastura, queria sair dali, o tio estava muito chato naquela
noite, mas ele não parava, a voz embargada, o bafo de álcool, tio Alfredo
estava muito chato e bêbado – A República está ruindo, mas ninguém quer me
ouvir... Não sei o que estou fazendo aqui... – O que era aquilo? Um poema que
meu tio declamava para um fantasma? Um poema muito ruim, por sinal.
Antes que eu lhe expusesse a minha crítica sincera à péssima
qualidade de seus versos e lhe informasse que queria brincar com ele, mas não
queria mais, porque ele estava muito chato, mas que, se esquecesse essa
história chata e esse poema ruim, eu esquecia também e a gente poderia
finalmente brincar, mamãe chegou me dando palmadas:
- Já não disse pra deixar o seu tio Alfredo em paz, seu
moleque!
- Ninguém quer me ouvir... – foram as últimas palavras que
ouvi de meu tio Alfredo, enquanto mamãe me arrastava pelas orelhas para longe
dele. Depois disso, fiz tanta manha que nem percebi quando titio Alfredo se
retirara da festa de Natal.
No dia seguinte, ninguém mais falou de tio Alfredo. O
orgulho da família tornou-se assunto proibido, assim como quaisquer críticas
aos rumos da nossa adorada República. Ninguém mais viu, visitou ou recebeu
visita de tio Alfredo também. Meu melhor companheiro de travessuras nunca mais
vi, eu o perdi. Foi assim que ganhei esse desejo triste de gritar em silêncio,
de brincar melancolicamente com as palavras.
Peço perdão aos amigos leitores deste ilustre jornal pela
crônica tortuosa desta edição de Natal de 1907. Depois de tantos anos, ainda
escrevo com o fantasma da criança que nada disse a tio Alfredo naquela maldita
noite de Natal de 1896. Assim se faz a História que marca a nossa história e
assim encontramos o sentido mais sincero, porém negado, desta data
contraditoriamente festiva: pela tragédia anunciada hipocritamente comemorada,
pelos não feitos diante do trágico previsto. A verdade, amigos leitores, é que
festejamos em todo Natal o nascimento de nosso amor ao martírio e poucos
entendem isso. Poucos, como Raul Pompeia e meu tio Alfredo Albuquerque,
entenderam tal significado; que Deus os perdoe por ousarem se rebelarem ao
protagonismo do nascimento de Seu Filho, de nossa História de eternos
martírios.
(Conto escrito por Carlos Brunno Silva Barbosa, escrito no segundo semestre de 2018)
É, amigos leitores flamenguistas e amigos leitores pró
Liverpool, ontem, na final do Mundial de Clubes se repetiu um duelo histórico
(Flamengo x Liverpool), mas diferente da peleja do passado, os rubro-negros
amargaram uma derrota num ano de muito sucesso que até eu, como vascaíno,
exaltei através de postagem com solidões compartilhadas de ex-escritores-alunos
torcedores do Urubu. Bem, apesar de não ter torcido contra (juro!), como bom
vascaíno, é claro que eu iria registrar esse VICE mundial do Flamengo e manter
no infinito a vitória dos garotos do Liverpool.
E falando em garotos de
Liverpool, isso lembrou-me os Beatles, que me lembraram um mais que fodástico
poema, escrito pelo Mestre Escritor-Amigo Victor S. Gomez, de Valença/RJ, em homenagem a essa
grande banda de rock de Liverpool (sim, eu sei que estou repetindo Liverpool
toda hora; é só uma anáfora zoeira mal feita pra manter o nome do mais recente
time campeão mundial na cabeça).
Fiquemos agora com a viagem lírica de Victor S. Gomez com os
Beatles, amigos leitores! Paz entre as torcidas (com zoeiras sadias, é claro),
Beatles na Veia, Abração e Arte Sempre!
Viajei com os Beatles em 1968
Peguei carona no submarino amarelo.
O dia estava lindo,
como hoje,
quando olho pela janela do meu quarto.
No quintal muitas frutas nas árvores,
borboletas bailando,
os pássaros não se cansam cantar.
Não acredito que vejo tudo isso bem ali diante do meu nariz.
Não preciso ir muito longe,
apenas essa carona me deixa bem feliz.
Saímos de Liverpool,
passamos por Bangladesh,
que tal esticarmos até o Village.
Tomar umas cervejas com esses caras é sensacional.
O submarino segue tranquilo,
em uma viajem de dar gosto,
no Triangulo da Bermudas,
quase fomos abduzidos por ETs.
Queria tanto conhecer um universo paralelo,
saber como vivo lá.
Mas seguimos viajem pelo Caribe,
e encontramos os piratas,
dali mesmo.
Diziam não ser piratas,
mas Corsários da rainha Elizabeth,
como o submarino era da Inglaterra,
conversamos muito,
jogamos cartas,
perdemos muito,
as cartas estavam marcadas.
O vinho nos deixou bastante alegres,
e a correnteza forte nos levou,
para bem longe dali,
só conheci os camelos que vi pelo caminho.
Um sujeito em uma canoa,
disse ser Aladim,
acreditamos,
e ele nos mostrou o caminho para Bagdá,
como era bela Bagdá nos tempos de Aladim.
E voltamos pelo caminho das Índias,
chegando em Porto Seguro,
fiquei por ali mesmo,
quando o submarino partiu,
fiquei triste,
pois os cavalheiros da Rainha também partiram.
Tempos depois,
só reencontrei dois deles,
os outros dois partiram para uma jornada em um universo
paralelo.
Apesar de o blogueiro que vos fala ser vascaíno, não há como negar que 2019
foi, no esporte, o ano do Flamengo (por isso, deve ter sido um ano tão difícil
e ruim em diversos aspectos rs, brincadeirinha/recalque meu).
Seja como for, esse ano
vitorioso do Flamengo me levou a um túnel do tempo: assim como o Urubu Rei do
Futebol revive momentos gloriosos como em seu passado, relembro de meu início
de trajetória lírico-docente, como professor de Português na Escola Municipal Nadir
Veiga Castanheira, de Teresópolis/RJ, no longínquo e sempre presente 2006, quando realizei um dos
primeiros trabalhos bem sucedidos de produção textual com os artistalunos do
7.º Ano (na época, 6.ª série) das saudosas 601, 602 e 603: as paródias sobre a “Canção
do exílio”, de Gonçalves Dias.
A “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, é um poema, do século XIX, que
canta as saudades e a paixão cega/exacerbada pelo Brasil. Por ter sido muito conhecido e ser popular até
hoje, a “Canção do Exílio” tornou-se alvo de diversas paródias (textos que imitam
um texto mais conhecido, provocando humor e crítica). Incentivados por mim e inspirados
nessa prática poética, os artistalunos da E. M. Nadir Veiga Castanheira também
produziram suas paródias sobre o famoso poema. Isso aconteceu no longínquo e
memorável terceiro bimestre de 2006. 13 anos depois, trago o poema que dois
artistalunos flamenguistas, Wellington e Leonardo, da antiga 601, produziram na
época, parodiando a “Canção do Exílio” para exaltar o time de coração deles. Mais
pra frente, pretendo trazer outras dessas paródias (tem uma de corrupção,
escrita por Marcelo e Edivan, que é atemporal e até premonitória), mas hoje é
dia do Flamengo em outra final de campeonato, agora mundial, por isso hoje
fiquemos com “A minha terra é do Flamengo”, de Wellington e Leonardo.
Boa leitura, amigos leitores rubro negros e não rubro negros. Paz entre
as torcidas, abração e Arte Sempre.
Anteontem, quinta-feira, dia 12/12, voltando da escola na
van escolar, a professoramiga Zilanda lembrou-me que há tempos não postava no
blog (confesso que andei meio desiludido e cansado, sem vibrações líricas
positivas nem vontade/fôlego/inspiração para postar há algum tempo). Depois de
quase um mês de quase completa ausência em redes sociais virtuais, ao voltar
pro facebook, ontem, sexta-feira, 13/12 (sim, era uma sexta-feira 13; Jason
retorna!), um dos avisos que se repetia era a rede social virtual me lembrando
que há tempos os seguidores da página do blog não recebiam nenhuma notícia.
Eram mensagens demais me alertando e me estimulando a voltar às postagens do
blog – ok, mensageiros reais e virtuais, estamos de volta! Ok, tomada a decisão
de retornar ao blog, que está com uns bilhões de postagens
guardadas/prometidas/atrasadas, veio outra questão: com que postagem retornar?
Eis que me via envolvido nessa dúvida há pouco neste sábado, dia 14/12... Então
o facebook – sim, de novo a plataforma virtual de Mark Zuckerberg – lembrou-me
de que hoje marca a data de aniversário da formidável escritoraluna (quase
ex-escritoraluna - pois está encerrando seu ciclo nas salas de aula onde
leciono – e futura escritoramiga) multiartista teresopolitana, de escrita multifacetada,
iluminada salva, salve Maria Gabriela Ferreira Luz.Pois aqui vão alguns de seus maravilhosos e
mais que fodásticos textos – do diário à poesia, essa jovem e talentosa artista
brilha em todos os gêneros textuais (e também nos palcos e câmeras, pois também
é brilhantíssima atriz).
Tenho certeza de que irão adorar, amigos leitores! Parabéns
a Maria Gabriela Ferreira Luz, que continue sempre iluminada e iluminando esta
estrada lírica e linda que ela traça em sua vida – a eternidade é caminho certo
pra ela e pra sua madura e maravilhosa arte. E comemoremos com ela, através dos
belíssimos textos de Maria Gabriela Ferreira Luz!
Poemas de Maria Gabriela:
Não sei o que faço
Não sei o que faço,
Não sei o que falo.
A chuva cai lá fora
Como quem chora em desespero.
Meus olhos também estão molhados,
Queria eu que fosse a chuva...
Cada lágrima que cai
É uma parte de mim.
Sinto saudade de quem se foi
E de quem está presente.
Sorrisos, abraços, paixões
Hoje são apenas lágrimas.
Desesperada para morrer,
Mas desejando viver;
Talvez isso passe...
******************
Estamos vivendo ou existindo?
Estamos sempre presos a uma rotina,
Estamos sempre em cima do prazo,
Sempre com pressa,
Sempre correndo para chegar a lugar nenhum.
Acorda cedo, dorme tarde,
Vê o pôr do sol da janela do escritório...
Olha: já são 20:48!
O dia já passou,
A semana já acabou,
A vida foi e a gente nem viu...
Luz e Escuridão –
As Páginas de diário de Maria Gabriela
(28.02)
Se conheça de dentro para fora,
saiba quem você é, conheça tua dor, medo, tristeza, cicatrizes e feridas
abertas. E tenta para de olhar para o abismo, pare de olhar para o reflexo na
água da banheira que encheu para sangrar até a morte. Pare de querer pular do
abismo, para só para, sei que é difícil, a vontade morrer é grande, a vontade
de sumir fica batendo na sua porta, sei também que você não consegue dormir,
pois os pensamentos mais aleatórios estão passando na tua cabeça, e você tenta
lutar contra eles, mas não dá. Me ouve, você é capaz de sair dessa prisão que
você vive. Sei que você se sente sozinha, eu também me sinto, todos nós nos
sentimos. Imagino que você tem um grito preso na garganta, mas não consegue
soltar e ele te sufoca, como uma mão apertando o teu pescoço. Você vai e
libertar disso tudo, essas correntes vão se quebrar. Mas você tem que ser forte
e não se deixar ser um nada no meio disso tudo, não se perca, não perca a sua
luz no meio dessa escuridão.
(26.03)
Só de imaginar você indo dói, não
te imaginar comigo machuca, você é a alegria dos meus dias mais sombrios. Você
a pessoa que conhece meu lado mais puro e sincero. Você mesmo sem saber me
mostrou que sei ser luz em meio a escuridão, você viu o meu lado mais sombrio e
cheio de dragões, e continua aqui. Sabia que admiro a pessoa que você é, admiro
a tua força a cima de tudo. Até as coisas que você faz e que me irrita e aprendi
a amar, juro. Com você o tempo para e ao mesmo tempo voa, você é o motivo dos
meus sorrisos mais idiotas, você é aquele tipo de amigo que posso ficar meses
sem ver que, que nada vai mudar, vai ser as mesmas idiotices, é como se nada
tivesse mudado e espero que nunca mude, talvez eu nunca ache adjetivo para te
descrever e continue te descrevendo com palavras aleatórias, outra coisa que
talvez nunca consiga é descrever o quanto eu te amo. Uma última coisa, obrigada
por me fazer a pessoa mais feliz do mundo.
(30.03)
São 2h da madrugada, e eu estou
sentada no chão do banheiro pensando em você, sim, pensando em você. Hoje faz
365 de longas conversas e risadas, eu não sei onde você está, e se lembra de
mim ou ao menos desta data. Não sei onde você está, se tem dormido bem ou se
aquele teu vazio foi preenchido, eu realmente não sei. Sinto tua falta, falta
do teu abraço caloroso, do teu jeito meio sem jeito, e das coisas mais
aleatórias que a gente conversava e das longas madrugadas falando sobre nada.
Tentei te esquecer, eu juro.
Tentei te jogar no fundo do meu armário, mas não dá para esconder uma pessoa
que viveu e viu o universo que sou, não dá apenas para esquecer a pessoa que
trouxe cor pro meu mundo. Sempre vai haver um pequeno detalhe no mundo que vai
me fazer lembrar de você, lembrar o quanto te amo, o quanto você me fazia bem
mesmo em silencio. Agora estamos longe. Tenho tantas coisas para te contar,
tantas novidades, tantas teorias sobre a vida, mas você não está aqui para
ouvir, e ninguém e capaz de me entender como você, ninguém gosta tanto de me
ouvir como você, nossa conexão é de alma.E eu sempre vou estar aqui. Deixarei a porta aberta casa um dia você
apareça. Enfim, espero que esteja bem.
Obs.: Depois das 2h vá dormir. As
decisões que você tomar a essa hora são erradas.
Resenha literária de Maria Gabriela
As vantagens de ler (e ver) “As vantagens de ser invisível”
Por Maria Gabriela Ferreira Luz
Charlie é um adolescente de 15
anos que já passou por vários traumas em sua vida. Por exemplo, a morte da tia
em um acidente de carro (que ele acaba se culpando por isso) e o suicídio do
melhor amigo.
Charlie
está se recuperando de uma depressão, que lhe causou tendência suicida. No
colégio, ele tenta se enturmar, porém os grupinhos já estão formados. Porém nem
tudo está perdido para Charlie: Patrick e Sam são dois veteranos que o recebem
em seu pequeno mundinho.
Na
versão cinematográfica desta história, Emma Whatson, Ezra Miller e Logan Lerman
representaram maravilhosamente os seus papéis. A trilha sonora, cheia de rock
alternativo dos anos 1970 a 1990, também agrada.
O drama
traz assuntos pouco abordados de forma direta ou implícita, como o abuso
sexual, pedofilia e homofobia. Esta última ficou bem clara e se trata do pai do
namorado de Patrick, que, quando descobre que o filho é gay, bate nele. A
pedofilia também fica evidente e se trata de como Sam perdeu a virgindade com
um cara mais velho. Já o abuso sexual – que também é considerado pedofilia –
não fica muito exposto, mas se trata da estranha relação da tia com Charlie,
crime que ocorre sem os pais do garoto suspeitarem.
O filme
e o livro contam com um final surpreendente. A história foca na amizade, na
maneira que um confia no outro e como se entregam uns aos outros. Não podemos
deixar de citar o poema “Em uma folha amarela com linha....”, que não tem no
filme, porém foi citado no livro e deu mais uma emoção ao drama que tocou fundo
nos corações de leitores e cinéfilos.
Conto de Maria Gabriela:
Na beira do abismo
Há uns
dias atrás, vi umas coisas acontecendo na minha escola na minha turma: havia
uma menina bem magra, quieta, porém muito sorridente. Tanto os garotos como as
garotas faziam piadas sem graça, brincadeiras e até colocavam apelidos nela.
Ela não gostava muito, sempre pedia para pararem, mas eles sempre a ignoravam.
Passou
um tempo e ela começou a faltar e, quando ia, não ria e não participava.
Ninguém deu muita bola, mas eu vi as forças dela se esvaindo, o mundo dela
estava preto e branco; queria ajudar, mas eu também estava na beira do abismo,
parece que alguém estava me segurando, me impedindo de chegar até ela.
No
primeiro dia da primavera, ela se matou, cortou os pulsos e sangrou até a
morte, uma morte lenta e dolorosa. Não a culpo por ter se matado. Como Augusto
Cury mesmo disse, em seu livro “O vendedor de sonhos”, “o suicida não quer se
matar, ele quer matar a dor que existe dentro dele.
Mesmo
assim, quando lembro daquela menina, penso que ela não merecia isso, esse não
era para ser o fim dela, ela não sabia o tanto de coisas que tinha para viver,
ela não sabia que nós somos infinitos...
Diante da (ir)realidade da situação da arte, atualmente
sempre alvo de censura e de recurso de repressão à serviço de ordinários
trampolins para mentes simplistas e políticos retrógrados, hoje posto meu poema-manifestação
lírica inédito, uma elegia ao surrealismo desvairado e estranhamente bonito de
Buñuel e de Dali, a cada dia mais e mais asfixiado por um outro ‘sul realismo’ ‘pós-amoderno’
torpe, filho querido dos hitléricos cidadãos do ‘bem’ da Divina Coerção. Aviso: As imagens deste blog são apenas metafóricas - nem o filme "O cão andaluz", nem pinturas de Salvador Dali foram censuradas até o presente momento (pelo menos, não até o presente momento...); ao contrário, até há exposições do surrealismo de Dali agendadas no Brasil. Reafirmando: as imagens deste blog são apenas um exercício/brincadeira metafórica (é, nos dias atuais, tem que deixar tudo explicadinho. E ainda entendem/interpretam mal...).
Aos amigos leitores, também Dali enlutados com o estado ‘putrestupefato’
da arte diante de tanta pudica e fanática ‘velevadaviolentaperseguição’, eis
meu “Cão Andaluz Acorrentado”:
Cão Andaluz Acorrentado
A nuvem negra que outrora cortara a lua cheia,
como navalha sobre olhos submissos e vazios,
agora encobre cabeças pequenas
em corpos ignorantes gigantes.
O Abaporu largou Tarsila do Amaral,
e abraçou o moralismo equivocado ultrapassado
de e por Lobato
(remexem no túmulo os ossos imortais violentados).
O Abaporu xvidente virtual atira no espaço
bombas de gás moral:
“A lua está nua! Tarja preta no estado natural
de todo satélite arteficial!”
E a noite agora é apenas a nuvem negra de outrora
sem sua outrora surrealista glória
e o cão andaluz foi acorrentado como Prometeu
e está sendo dilacerado
todos os dias por corvos de Deus
no Cáucaso Divino Daquele que Dita a Dura Ditoso.
No lugar do animal lírico iluminado,
um vira-lata estagnado-nebuloso
gane pelo Estado em
sítio com cercas,
para que vivam felizes e (i)lesos os carneiros de bem e as mães
ovelhas
que zurram decência contra os pecados sem pecados do mundo.
Agora chamas procriam nas trevas dos cérebros infectos de
estupidez:
“Queimem as pinturas vanguardistas, os filmes complexos, a
poesia
e viva a tirania disfarçada
pela segurança acomodada da sordidez,
pela pusilanimidade disfarçada de sensatez.
Dali não há mais Dali (queimem quem ainda for Dali);
dali é lar do lá, do acolá, mais próximo do apocalíptico fim,
da nova reforma religiosa de Auschwitz:
a lógica ilógica venceu - glória a Deus! -;
a arte falece com cruzes fincadas por vampiros assassinos caçadores
de imaginários ateus.
Hoje, dia
31 de outubro, é um dia muito especial. E não é por causa do estadunidense dia
das bruxas (com todo respeito ao universalizado Halloween), nem por ser o Dia
do Saci (com todo respeito a uma das lendas maiores do folclore nacional). Não;
com todo respeito às demais datas, hoje, para nós, poetas ‘fãnáticos’ por
excelentíssima literatura, hoje é o dia que marca a data de nascimento de um
dos nossos maiores poetas, o Mestre Lírico Maior Mais Que Fodástico Carlos Drummond de
Andrade. Neste 31 de outubro de 2019, o fazendeiro do ar itabirano que carregava
a lírica e social rosa do povo até no brejo das almas, entre pedras no caminho
e claros enigmas faria 117 anos. Quem conhece a minha poética, sabe da imensa
influência que Drummond tem em minha poesia – tanto que já fiz, principalmente
em meu nono livro (“O nada temperado com orégano”, de 2016) e em meu quarto
livro (“O último adeus [ou O primeiro pra sempre]”, de 2004), tributos, odes,
homenagens, elegias e releituras líricas de diversos poemas dele. Hoje trago
mais um – este inédito - desses meus poemas carlosbrunnodrummondianos, especialmente
para os amigos leitores.
3 dias antes da Primavera, a
noite ficou mais escura: na noite de 20 de setembro, a menina Ágatha, de 8
anos, foi mais uma vítima da prática irracional do que se convencionou chamar
de combate à violência no Estado do Rio de Janeiro. Baleada nas costas, dentro
de uma Kombi, quando voltava para casa, na comunidade da Fazendinha, no
Complexo do Alemão, mais uma vítima de bala perdida, que sempre encontra um
corpo inocente pra fatalmente se instalar, mais uma vítima de uma guerra da
qual ela jamais foi informada de que iria participar. Muitos policiais morrem, alguns
bandidos morrem, e muitos inocentes também, inocentes demais, Ágathas demais, pobres
e negros demais, num confronto armado por um governo estadual que prima pelo
belicoso e sanguinário, mas esquece do estratégico, do racional, do
humanitário.
3 dias depois chegou a Primavera
e os jardins produzem belas flores para tétricos funerais, recompõem o estoque
gasto no luto apressado, nas famílias despedaçadas, nos cemitérios cheios de escombros
de tragédias que poderiam ser evitadas, flores fúnebres carregadas por corações
feridos, enlutados e revoltados com as vidas abreviadas por excessiva violência
injustificável.
E há tempos não se via um início
de Primavera tão mórbido, tão frio, tão desesperador, com tanto desalento,
tanta chuva invernal, tanto temor. Precisamos falar sobre esse inverno em plena
primavera, neste frio em nossa alma, nesta violência desordenada, nesta
Primavera que, ainda enlutada, floresce-nos flores congeladas, um aviso de que
precisamos falar sobre Ágatha, não podemos esquecer Ágatha, antes que as flores
fiquem escassas diante de tanto enterro fora de hora.
Mais uma noite de Primavera e,
durante todo o período, só floresceram lágrimas...
Segundo muitos, diante da
insensibilidade arrogante e psicopata do Estado, ainda mais lágrimas
florescerão... Até quando?
Hoje compartilho com os amigos
leitores um poema lamentação do grande poetamigo Rafael Clodomiro, hoje
compartilho a consternação lírica dele, a nossa consternação...
Recebi com felicidade a notícia de que, capitaneados pelo
Professor de Educação Física, Treinador, Enxadrista, Maratoneiro, Mestre
Poetatleta Genaldo da Silva Lial, vários jogadores artistalunos da Escola
Municipal Alcino Francisco da Silva representarão esta unidade escolar na qual
leciono no Torneio de Xadrez que acontecerá amanhã, de manhã e de tarde,
durante o tradicional evento (que ressurge após um breve hiato de alguns anos)
dos Jogos Estudantis de Teresópolis/RJ. Tal notícia me fez lembrar que ainda
não compartilhei com os amigos leitores do blog o texto do esquete teatral
escrito por mim, neste ano de 2019, para o tradicional e popular Torneio Xeque
Mate, que ocorre há 9 anos na escola (sendo que o nosso grupo teatral escolar,
chamado Luz, Câmera...Alcino!, tem a honra de apresentar um esquete de abertura
– sempre inédito e envolvendo de forma direta ou indireta a literatura, os
quadrinhos, a cultura pop, a sátira a assuntos contemporâneos e o xadrez - há 5 edições do maravilhoso evento esportivo),
nem o vídeo com a encenação e sua ficha técnica, nem o vídeo documentário
produzido após a apresentação.
Ciente desta ausência, preenchemos as lacunas e trago aos
amigos leitores o esquete "Luz, Câmera...Alcino! no Reino do Rei Iadava Zahyr
Bozocrácio Primeiro com o Homem que Sabiamente Calculava", obra satírica
escrita por mim e livremente inspirada no conto do xadrez do livro "O
Homem que Calculava", de Malba Tahan, + poema de Gregório de Matos + poema
de Genaldo Lial, o vídeo com as duas apresentações do Luz, Câmera...Alcino!
2019 e o divertido documentário gravado após a apresentação pelos próprios
artistalunos envolvidos no esquete.
Espero que os amigos leitores do blog curtam o esquete em
seus vários formatos e se divirtam e se encantem como nós com a magia da arte e
do xadrez (e lembrem-se de torcer pelos nossos queridos enxadristas
artistalunos amanhã de manhã e de tarde na disputa esportiva interescolar de
xadrez).
Boa Diversão! Alcino, Educação, Esporte e Arte Sempre!
Esquete “Luz,
Câmera... Alcino! no Reino do Rei Iadava Zahyr Bozocrácio Primeiro com o Homem
Enxadrista que Sabiamente Calculava”, o texto
Personagens:
BEREMIZ
MALBA
TAHAN_
JÚLIO
CÉSAR DE MELLO E SOUZA
DIRETOR
CONTRARREGRA
NARRADOR/SANDMAN
SERVA
DE VÉU 1
SERVA
DE VÉU 2
REI
IADAVA ZAHYR BOZOCRÁCIO PRIMEIRO
SÚDITO
QUARTZO LORENZETTI
DIPLOMATA
PEDRERNESTO
PROFESSOR
DA ALEGRIA
CHEFE DA GUARDA
GUARDA
1
GUARDA
2
POETA DICIONÁRIO VIVO
LAHUR
SESSA
CORINGA
ARLEQUINA
CONTADOR
GUEDIM
No palco, mais para
trás, estarão as duas Servas de Véu segurando um lençol/pano ocultando parte do
cenário (que será onde acontecerá os eventos principais – atrás do lençol/pano
estará o Rei Iadava Zahyr Bozocrácio Primeiro em trono e uma mesa). Mais ao
lado, NARRADOR/SANDMAN dorme. Os primeiros personagens se apresentarão à frente
desta imagem.
BEREMIZ
(orgulhoso): Bom dia, senhoras e senhores, sou Beremiz, um grande calculista persa,
e a peça a qual vocês assistirão hoje é inspirada em um conto, uma história
curta e inventada, que eu contei ao grande califa Al-Motacém.
Entra Malba Tahan
MALBA
TAHAN (empurrando Beremiz): Mentira! Senhoras e senhores, sou Malba
Tahan, o famoso escritor árabe, e a peça a qual vocês assistirão hoje é
inspirada em um conto escrito por mim. Beremiz é apenas um personagem que eu
criei para meu livro “O Homem que calculava”.
Entra Júlio César de
Mello e Souza
JÚLIO
CÉSAR DE MELLO E SOUZA (empurrando Malba
Tahan):Mentira! Senhoras e
senhores, sou Júlio César de Mello e Souza, famoso matemático e escritor
brasileiro, e a peça a qual vocês assistirão hoje é inspirada em um conto
escrito por mim. Malba Tahan é apenas um heterônimo meu, isto é, um personagem
que eu inventei para assinar os livros em meu nome, para que os leitores
comprassem os livros de um escritor brasileiro pensando que fosse de um
escritor árabe. Beremiz é apenas um personagem que eu criei para meu livro “O
homem que calculava”, cujo livro eu assinei como Malba Tahan.
Entra o diretor
DIRETOR
(muito bravo): Que bagunça é essa na minha peça? Quem colocou esses três personagens
aqui? Contrarregra!!!!
CONTRARREGRA
(medroso): O que foi, chefinho? Bom dia(para o público).Bom dia(para o diretor)
DIRETOR:
Que bom dia nada! Não tem nada de bom
nesse dia! Já começaram bagunçando a minha peça! Quem mandou colocar esses três
personagens no início desta peça?
CONTRARREGRA
(mais medroso ainda):Vo-você sa-sabe como é, chefinho... Esses personagens
vivem querendo aparecer, surgem do nada! Mas já tô expulsando eles, ok? Xô, xô,
xô (enxota os personagens do palco
como se fossem animais).
DIRETOR
(sozinho e sempre bravo):Pra que que eu aceitei essa porcaria de
trabalho? Pois bem, prezado público, uma explicação agora é necessária. A peça
a qual vocês irão assistir é inspirada em um conto, uma história curta e
inventada, contada pelo personagem Beremiz ao califa Al-Motacém no livro de
contos “O homem que calculava” (mostra
o livro), de Malba Tahan, heterônimo
do escritor brasileiro Júlio César de Mello e Souza. A versão em peça é uma
adaptação desse conto escrita por um professor maluco chamado Carlos Brunno,
que eu nunca nem vi e tenho raiva de quem viu. A versão que esse tal de Carlos
Brunno fez é muito diferente da versão original. Pra ser sincero, eu
pessoalmente acho essa versão desse tal de Carlos Brunno uma porcaria e
recomendo que vocês leiam o original que está no livro “O homem que calculava”,
que tem na biblioteca da sua escola. Só aceitei dirigir essa peça porque, com a
escassez de emprego hoje em dia, eu tinha que trabalhar. Bem, é isso. Agora
assistam à peça QUIETOS e me deixem trabalhar! Contrarregra, chama o dorminhoco
do Narrador pra gente começar logo essa peça!
CONTRARREGRA
(acorda o narrador): Narrador, vai logo!
É a sua vez!(fala pra si, enquanto o
NARRADOR abre preguiçosamente os braços e se direciona vagarosamente para a
frente do palco)Ô vida cansativa, ô
cambada de personagens ruins de jogo! Preciso mudar de emprego urgentemente.
NARRADOR/SANDMAN
(de frente para o público): Olá, meu nome é Sandman, sou o Senhor dos
Sonhos. Hoje trago-vos a história de meu sonho mais recente que veio pra mim
após a leitura de um livro. Peço que sonhem comigo para que possamos acompanhar
a história. Por isso, peço que fechem os olhos. Fechem os olhos. (atira purpurina no público) Isso, fechem os olhos. E agora reabram os
olhos e sejam bem-vindos à história do meu sonho. (as duas SERVAS DE VÉU que seguravam a cortina, afastam-na e percebe-se
que havia ali um rei, aparentando tristeza, sentado em seu trono. À frente, uma
mesa [que será usada de várias formas mais tarde; como para ser colocado o
tabuleiro de xadrez]. As 2 SERVAS DE VÉU passam cada uma a um lado do rei e
passam a abaná-lo com leques ou espanadores).Era uma vez um reino muito
distante, governado pelo Rei Iadava Zahyr Bozocrácio Primeiro, que vivia muito
triste... Acompanhemos sua trajetória.
Rei IADAVA ZAHYR
BOZOCRÁCIO PRIMEIRO chora copiosamente e assoa o nariz em um lenço. Entram o
SÚDITO QUARTZO LORENZETTI e o DIPLOMATA PEDRERNESTO.
QUARTZO
LORENZETTI: Meu rei Iadava Zahyr
Bozocrácio Primeiro, precisa parar com essa tristeza! O reino está uma bagunça!
Falta pão! O povo sente fome!
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO: Fome, ora, fome! São
todos uns va-ga-bun-dos isso sim! Estão com fome, falta pão? Que comam as
goiabas divinas das Damas de Ares; é só invadir os jardins das vizinhas,
trabalhar o roubo e roubarem, táoquêi! Não me venham com problemas, pois minha
tristeza é infinita. (volta a chorar
copiosamente)
DIPLOMATA
PEDRERNESTO: Nosso rei sofre muito desde
a morte de seu filho Iadavinha Zahyrzinho Bozocracinho...
(Rei Iadava Zahyr
Bozocrácio chora mais ainda e assoa o nariz)
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO: Aqueles bárbaros
vermelhos e barbudos, cambada de va-ga-bun-dos, mataram meu pobre filhinho
Iadavinha Zahyrzinho Bozocracinho, só porque a gente queria invadir o país
deles. Assassinos va-ga-bun-dos! Agora eu sofro eternamente sem meu filhinho
querido, tico-tico do paipai... (e
chora e assoa o nariz)
QUARTZO
LORENZETTI: Mas, piedoso e majestoso
chefe, precisa se recuperar do luto...
DIPLOMATA
PEDRERNESTO: Para tirá-lo desta tristeza
sem fim, trouxemos um professor de alegria.
(entra o Professor de
Alegria, todo sorridente)
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO (triste e irritado):
Professor? Não preciso de professor, eu
aprendi tudo sozinho, sou um autoditado!
PROFESSOR
DA ALEGRIA (sempre sorridente, intervém
didático): Desculpe-me, majestosa
prepotência, mas a palavra adequada para designar uma pessoa que aprende as
coisas sozinha, sem necessidade de professor é “autodidata”.
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO (mais irritado ainda):
Ousa me corrigir, seu idiota útil duma
figa! Guardas, prendam esse va-ga-bun-do!(Guardas prendem o Professor da Alegria, que agora sorri timidamente.
Iadava Zahyr Bozocrácio dirige-se para o súdito QUARTZO LORENZETTI) Súdito Quartzo Lorenzetti, avise o Ministro
Oláquio Pau de Sebo pra cortar toda verba da educação.
SÚDITO
QUARTZO LORENZETTI: Já cortamos, piedoso
e majestoso chefe.
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO: Ah, tá. Então aumentem
o imposto dessa cambada de va-ga-bun-dos! E, agora, me deixa aqui com minha
tristeza sem fim, táoquêi.(volta a
chorar e assoar o nariz)
DIPLOMATA
PEDRERNESTO: Ainda não podemos
deixá-lo-á com tamanha tristeza, magnânimo mestre. Se professores não te
satisfazem, trouxe-te-lhe um poeta.
Guardas trazem
arrastado o poeta.
DIPLOMATA
PEDRERNESTO: O poeta veio de bom grado
(nesse momento, o poeta tenta fugir, mas
os guardas o seguram), pra
declamar-te-lhe um poema pra alegrá-lo-ei. Comece a declamar o poema para seu
piedoso e majestoso chefe, prezado poeta!
POETA
(descontente): Trouxe-te um soneto, majestoso sacripanta.
(cena congela. Entra DICIONÁRIO VIVO)
DICIONÁRIO VIVO (com um dicionário nas mãos): Soneto é um poema de quatorze versos,
distribuído em duas estrofes com 4 versos cada e 2 estrofes com 3 versos cada.
Costuma ter seus versos (linhas) contados em dez ou doze sílabas poéticas e
costuma ter rima. Já sacripanta significa aquele que é velhaco, patife,
indigno. Continuemos a história...
(cena descongela com
a saída do Narrador/Sandman.)
POETA:
Eis o poema que faço em sua homenagem,
majestoso senhor das bestas.
“Um soneto começo em
vosso gabo;
Contemos esta regra
por primeira,
Já lá vão duas, e
esta é a terceira,
Já este quartetinho
está no cabo.
Na quinta torce agora
a porca o rabo:
A sexta vá também
desta maneira,
na sétima entro já
com grã canseira,
E saio dos quartetos
muito brabo.
Agora nos tercetos
que direi?
Direi, que vós,
Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e
eu fico um Rei.
Nesta vida um soneto
já ditei,
Se desta agora
escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus,
que o acabei.”
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO (triste e irritado):
Bela porcaria! Não entendi nada! Poema é
coisa de va-ga-bun-do, táoquêi!(saudoso)Ah, que saudades do meu falecido
filhinho Iadavinha Zahyrzinho Bozocracinho, ele adorava cortar o pescoço desses
poetas va-ga-bun-dos! O Rei da Nova Inglaterra, meu querido amigo Donats
Trumpet já dizia: ‘Poetas são seres ‘dangerigosos’!” Guardas, prendam esse
va-ga-bun-do! (Guardas levam o poeta,
que vai embora com ar debochado). Agora
chega das suas trapalhadas, Diplomata Pedrernesto, ninguém pode me tirar desta
tristeza sem fim.
Entra Lahur Sessa.
LAHUR
SESSA: Eu posso, querida majestade!
SERVA
DE VÉU 1: É um iluminado?
SERVA
DE VÉU 2:É um pavão?
QUARTZO
LORENZETTI (empolgado): Não, é o sábio
Lahur Sessa com um tabuleiro de xadrez na mão!
DIPLOMATA
PEDRERNESTO (agradecido): Graças, Lahur Sessa é nosso herói e da
tristeza tirá-lo-á, piedoso e majestoso chefe!
Lahur Sessa coloca um
tabuleiro de xadrez na mesa.
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO (surpreendido): O que é isso, jovenzinho?
LAHUR
SESSA: Este é um tabuleiro de xadrez,
querida e desafortunada majestade. Tal jogo dispõe de oito peças pequeninas -
os peões. Representam a infantaria, que ameaça avançar sobre o inimigo para
desbaratá-lo. Secundando a ação dos peões vêm as torres, representadas por
peças maiores e mais poderosas; a cavalaria, indispensável no combate, aparece,
igualmente, no jogo, simbolizada por duas peças que podem saltar, como dois
cavalos, sobre as outras; e, para intensificar o ataque, incluem-se – para
representar os guerreiros cheios de nobreza e prestígio - os dois vizires do
rei . Outra peça, dotada de amplos movimentos, mais eficiente e poderosa do que
as demais, representará o espírito de nacionalidade do povo e será chamada a
rainha. Completa a coleção uma peça que isolada pouco vale, mas se torna muito
forte quando amparada pelas outras. É o rei.
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO (intrigado): Hum, interessante! Mas por que é a rainha
mais forte e mais poderosa que o próprio rei? Que eu saiba mulher só nasce
depois de uma fraquejada dos homens, esses sim, mais poderosos que o sexo
frágil.
LAHUR
SESSA: A rainha é mais poderosa, porque
representa, nesse jogo, o patriotismo do povo. A maior força do trono reside,
principalmente, na exaltação de seus súditos. Como poderia o rei resistir ao
ataque dos adversários, se não contasse com o espírito de abnegação e
sacrifício daqueles que o cercam e zelam pela integridade da pátria?
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO (contente): Isso, isso, pátria acima de todos!
Finalmente um jogo que me entende!
DIPLOMATA
PEDRERNESTO (satisfeito): Olha, Quartzo Lorenzetti, Lahur Sessa
conseguiu fazer o rei esquecer sua tristeza e sorrir.
QUARTZO
LORENZETTI (também satisfeito): Sim! Agora deixemos eles a sós, se
divertindo!
DIPLOMATA
PEDRERNESTO: Sim, partamo-les.
DIPLOMATA PEDRERNESTO
e QUARTZO LORENZETTI saem. Enquanto LAHUR SESSA mostra o jogo para IADAVA ZAHYR
BOZOCRÁCIO, entra NARRADOR/SANDMAN.
SANDMAN:
E, encantado com o jogo, o rei Iadava
Zahyr Bozocrácio passou horas e horas aprendendo o jogo de xadrez.
SANDMAN sai.
LAHUR
SESSA: ... E essa aqui é uma jogada rara
e rápida chamada Mate do Louco.
Entram CORINGA e
ARLEQUINA.
CORINGA:
Opa! Rá, rá, rá! Eu escutei “louco”!
Opa, me chamaram, rá, rá, rá(atiram
água no público)
DIRETOR
(entra mais uma vez bravo no palco; cena
congela):Contrarregra!!!! Que
bagunça é essa!!! Quem mandou esses personagens malucos, que não tem nada a ver
com a peça aparecerem! Eita trabalho desgraçado!
CONTRARREGRA (desesperado de medo): Ca-calma, chefinho! Já estou expulsando
eles, ok? Xô, xô, xô(enxota os personagens
do palco como se fossem animais. CORINGA e ARLEQUINA atiram água nele, enquanto
são expulsos do palco).
(cena retorna)
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO (agradecido): Meu nobre Lahur Sessa, você me tirou da
tristeza e me ensinou este jogo interessantíssimo! Como posso te recompensar?
LAHUR
SESSA: Rei poderoso! Vou, pois, aceitar,
pelo jogo que inventei, uma recompensa que corresponde à vossa generosidade;
não desejo, contudo, nem ouro, nem terras ou palácios. Peço o meu pagamento em
grãos de trigo.
IADAVA
BOZOCRÁCIO: (para o público) Que otário!(para Lahur Sessa) Grãos de
trigo? Então, táoquêi! Quantos você quer?
LAHUR
SESSA: Vossa majestade vai me dar um
grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro; dois pela segunda, quatro pela
terceira, oito pela quarta, e, assim dobrando sucessivamente, até a sexagésima
quarta e última casa do tabuleiro. Peço-lhe, ó rei, de acordo com a sua
magnânima oferta, que autorize o pagamento em grãos de trigo, e assim como
indiquei!
IADAVA
BOZOCRÁCIO: (para o público) Mas é otário
mesmo; me dei bem! (para Lahur Sessa) Negócio
fechado! Autorizo o pagamento! (as DUAS SERVAS colocam a mão na testa,
aparentando saberem que o rei fez besteira) Contador Guedim, venha pagar esse bondoso homem!
CONTADOR GUEDIM
entra.
CONTADOR
GUEDIM (entra com um caderno e caneta):Chamou-me, majestoso e piedoso arremedo
de chefe. A quem devo pagar e como se dará o pagamento?
IADAVA
BOZOCRÁCIO: Nobre Lahur Sessa, explique
ao contador Guedim como o senhor quer receber o pagamento que esse negócio de
conta é com ele.
LAHUR
SESSA: Eu quero receber o pagamento
assim...
(Lahur Sessa cochicha
no ouvido de Guedim. Guedim vai fazendo as contas assombrado)
IADAVA
BOZOCRÁCIO: Não demore tanto pra fazer
umas continhas bobas, Contador Guedim. Paga logo o homem, táoquêi.
GUEDIM
(embaraçado, puxa o rei para um canto):Majestade Iadava Zahyr Bozocrácio, como
o senhor me fecha um negócio desse sem me consultar? Eu fiz as contas... Para
se obter esse total de grãos de trigo, devemos elevar o número 2 ao expoente
64, e do resultado tirar uma unidade. Trata-se de um número verdadeiramente
astronômico, de vinte algarismos. São 18 quintilhões 446 quadrilhões 744
trilhões 73 bilhões 709 milhões 551 mil e 615 grãos de trigo!
IADAVA
BOZOCRÁCIO (incrédulo): Isso tudo?
GUEDIM
(embaraçado): Nem em 2 000 séculos
produziríamos a quantidade de trigo que, pela sua promessa, cabe, em pleno
direito, ao jovem Sessa!
IADAVA
BOZOCRÁCIO (desesperado): Diacho! E
agora, contador Guedim, o que eu faço?
GUEDIM:
O de sempre, majestoso e piedoso
arremedo de chefe! Volta atrás com a sua promessa e dá um cargo no reino para o
Lahur Sessa não denunciar a gente pra imprensa.
NARRADOR/SANDMAN
entra.
NARRADOR/SANDMAN:
E foi assim que o inteligente Lahur
Sessa ganhou o cargo de Sábio Marajá no reino de Iadava Zahyr Bozocrácio
Primeiro. Com salário alto e pouco trabalho, passou sua vida dedicando-se a
jogar xadrez com o rei.
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO: Você me ensinou uma importante
lição, nobre Sábio Marajá Lahur Sessa.
LAHUR
SESSA: Ah, finalmente meu poderoso rei,
você aprendeu que deve refletir, meditar bem, antes de agir?
IADAVA
ZAHYR BOZOCRÁCIO: Claro que não, Sábio
Marajá Lahur Sessa! Ora, eu sempre penso antes de agir ou falar, táoquêi! O que
eu aprendi mesmo é que existem quadrilhão e quintilhão. Eu pensei que só
existia números até o trilhão! Guardas, tragam aquele va-ga-bun-do daquele tal
de poeta para encerrar essa história.
POETA:
Cumprimento a minha
frente um forte adversário
E minhas negras peças
ainda somam dezesseis
Tão grande e
fascinante, és tu jogo lendário
Inicio agora, uma
difícil batalha no xadrez:
Empurro meu peão que
avança com alguma timidez
Quem me dera ser um
mestre e ter alguma altivez
Neste jogo que, entre
dois, cada um tem sua vez!
Hoje popular, mas que
outrora foi somente de nobres e reis
Inspirado por Deus,
com certeza, foi o sábio que o fez
Quem o aprende não
consegue jogá-lo somente uma vez
O poeta que vos fala,
do forte adversário, já virou freguês
És jogado por todos
os povos, do brasileiro ao polonês
Comentado em todas as
línguas, em árabe e também em português
Em terras
tupiniquins, chegaste com pompa e sisudez
Mas, aos pouquinhos,
conquistaste este povo que te chama de xadrez
E agora, peço
desculpa e licença a todos vocês,
Pois, no tabuleiro da
minha mesa, chegou de novo a minha vez.
(Todos os
personagens, que iam se aproximando à medida que o poeta declamava, declamam os
versos abaixo juntos)
TODOS:
“Vamos jogar xadrez
Vamos jogar xadrez
Nós todos já
aprendemos
Agora é sua vez
Luz, Câmera...Alcino!
– Xeque-mate!”
Esquete "Luz, Câmera...Alcino! no Reino do Rei Iadava Zahyr
Bozocrácio Primeiro com o Homem que Sabiamente Calculava" em vídeo
O Grupo Luz, Câmera... Alcino! 2019 esteve presente na
Abertura do IX Torneio Xeque Mate, organizado pelo mais que fodástico
professoramigo poetatleta Genaldo Lial da Silva, na manhã e tarde do dia
06/06/2019, com o esquete "Luz, Câmera...Alcino! no Reino do Rei Iadava Zahyr
Bozocrácio Primeiro com o Homem que Sabiamente Calculava", obra satírica
escrita por mim e livremente inspirada no conto do xadrez do livro "O
Homem que Calculava", de Malba Tahan, + poema de Gregório de Matos + poema
de Genaldo Lial. O texto final teve revisões dos artistalunos que atuaram no
esquete.
O esquete contou com a atuação de Maria Vitória Souza do
Carmo (Beremiz), Emily Correa da Silva (Malba Tahan), Natália Vitório R.
Honório (Julio César Melllo e Souza), Julia Marques (Diretora), Juslaine Bepler
(Contrarregra), Ingrid de Oliveira dos Santos (Sandman), Camila Vitória (Serva
do Véu 1), Isabelle Mello (Serva do Véu 2), Maria Gabriela Ferreira Luz (Rei
Iadava Zahyr Bozocrácio Primeiro), Katheleen Maciel (Ministro Quartzo
Lorenzetti), Leandro Hyatti Ciriaco (Diplomata Pedrernesto), Malu Carvalho (Professora
de Alegria), Cleyton Arruda Filgueiras (Chefe da Guarda), Karolaine de Araújo
(Guarda 1), Andressa Silva (Guarda 2),Anna Julia de Jesus (Poeta), Daniele dos Santos (Dicionário Vivo),
Andressa de Oliveira Silva (Lahur Sessa), Carlos Brunno (Coringa), Vitória
Fernandes (Arlequina) e Michele Ponte (Contador Guedim). A direção do esquete e
roteiro final foi de minha autoria. A apresentação da manhã teve supervisão e
direção artística das artistalunas Ana Julia Duarte e Ana Clara Oliveira. A
direção de som foi do Professor Artistativistamigo Daniel Coelho.
Agradecimentos especiais: Durante os ensaios, tivemos apoio
e dicas de interpretação dos Professores Genaldo Lial e Antonio Carregosa.
O registro em vídeo
foi realizado pelos cineastas alunos Ana Clara Oliveira (manhã) e Raul Damazio
da Silva (tarde).
IX Torneio Xeque Mate Alcino:
O documentário
Luz, Câmera... Alcino! 2019, além de estar presente na
Abertura do IX Torneio Xeque Mate, organizado pelo mais que fodástico
professoramigo poetatleta Genaldo Lial dA Silva, na manhã e tarde do dia
06/06/2019, com o esquete "Luz, Câmera...Alcino! no Reino do Rei Iadava
Zahyr Bozocrácio Primeiro com o Homem que Sabiamente Calculava", também
elaborou um curta de entrevistas com participantes do esquete e do evento.
O maravilhoso vídeo de entrevistas foi idealizado pela
artistaluna Maria Vitória Souza do Carmo (ela pensava até em um vídeo mais
amplo e consequentemente maior, mas fatores não previstos impediram uma obra
prima maior) foi filmado, produzido e editado por Malu Carvalho,teve a participação de Julia Marques, Ana
Julia de Jesus, Maria Vitória Souza do Carmo e Michele Ponte e conta com
entrevistas com os atores Emily Correa da Silva (Malba Tahan), Vitória
Fernandes (Arlequina), Camila Vitória (Serva de Véu), Andressa Silva (Guarda),
Cleyton Arruda (Chefe dos Guardas) e o vilão Coringa (!).