terça-feira, 12 de outubro de 2021

Homenagem às crianças: O poema que Tia Patricia me pediu sobre os Direitos das Crianças do Brasil


Hoje é Dia das Crianças e o poetamigo e eventual blogueiro que vos escreve traz um poema inédito e uma boa recordação. Em 2019, a professora Patricia Ignácio, na época do Pré II da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, com quem já havia realizado em parceria dois fodásticos projetos (um poema sobre a Primavera para o Pré II [que se encontra aqui no blog no link:
https://diariosdesolidao.blogspot.com/2018/09/de-volta-velha-infancia-no-equinocio-da.html ], e a participação teatral-iluminada do Pré II com os nonos anos na peça “Monólogos de Dor & O Circo Musical do Amor”[precisava muito dos pequenos para amenizar o clima dolorido da peça e trazer alguma esperança – também está aqui no blog no link: https://diariosdesolidao.blogspot.com/2019/07/lembrando-momentos-marcantes-do.html ]), pois bem, voltando, a Patrcia me propôs um novo pedido-desafio: escrever um poema em homenagem aos 10 princípios dos Direitos da Criança (no Brasil, amparados pela lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, também chamada de Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA]). Passei por um processo de crise criativa, mas a superei e consegui, um mês após o pedido, criar o poema (não foi dos meus mais inspirados – considero o da Prima Primavera muito melhor -, mas foi uma vitória conseguir escrevê-lo, pois 2019, como o ano anterior e os anos consecutivos a ele foram [e continuam sendo] bastante complicados).
Deixo aqui o resultado-poema da proposta-desafio de Patricia para a apreciação dos amigos leitores, sempre em agradecimento e oferenda pela insistência sublime em apoiar com todos os olhos líricos e coração este relapso blogueiro que prossegue com o blog em atualizações inconstantes, mas ainda apaixonadas como dos primórdios do blog - obrigado pelo apoio e magnífico DIa das Crianças a todos, todas e todes (não se engane: independentemente da idade, ainda trazemos a infância latente e radiante em nós).


Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez direitos vou contar pra vocês


Um, dois, três,
Nós vamos aprender
Com tia Patricia,
Comigo e com vocês
Todos os dez direitos
Que as crianças devem ter.

O primeiro direito
É fácil de entender,
Mas o adulto às vezes
Finge esquecer:
Toda criança tem direitos garantidos por lei,
Seja menino, menina ou o que quiser ser,
Brasileiro ou estrangeiro,
Branco, negro, amarelo, vermelho,
Moreno, cafuzo, mameluco, mulato ou pardo,
Católico, evangélico, judeu, islâmico,
Sem religião ou de religião oriental ou afro,
Filho de esquerda, de direita ou de centrão,
Toda criança tem vez,
Por isso xô preconceito,
Abaixo a discriminação!

O segundo direito
É mais fácil ainda,
Mas ainda tem adulto
Que pra lei faz birra:
Toda criança tem direito à proteção
Para se desenvolver bem
Em toda sua amplidão.
Por isso devemos defender:
Deixa o menor bem crescer
Pra ser um maior legal,
Com desenvolvimento bem natural.

O terceiro direito
Parece bobo,
Mas é certeiro
E reforça uma necessidade:
Toda criança tem direito a nome e nacionalidade.
Todo nascido ganha um nome bonito,
Pode ser curto ou comprido,
Simples ou difícil,
Por isso nada de “Ei, psiu, ei, você aí, psiu!”
Todo nome é lindo e merecido,
Que deve ser falado, cantado e celebrado
Em um país, em um Estado, em uma cidade.
Todo nascido tem nome e localidade.

Um, dois, três,
Quatro, cinco, seis,
Nós vamos aprender
Com tia Patricia,
Comigo e com vocês
Todos os dez direitos
Que as crianças devem ter.

O quarto direito
É complicado
E muito adulto esquecido
Precisa que ele seja lembrado:
Toda criança tem direito à alimentação, à recreação
E à assistência médica.
Por isso a arrecadação de impostos, a contribuição,
A colaboração de toda a nação.
Precisamos acreditar no bom trabalho, na boa ação,
No respeito maduro, na boa administração,
E é por isso que dizemos pra todo mundo:
Abaixo o político mentiroso e narigudo,
Abaixo a corrupção,
Queremos honra com o dinheiro público,
Queremos boa distribuição de recursos!

O quinto direito
À criança especial
Diz respeito
E é importante lembrar:
Toda criança portadora de necessidades especiais
Terá direito a tratamento, educação e cuidados especiais,
Lembrando que o diferente não é doente,
E sim, como todos nós, carente,
Mas carente de uma forma diferente.
Todo especial merece carinho especial,
Com respeito, ser diferente é normal.

O sexto direito
Fala da arte do afeto
Diz respeito
A sentimentos eternos:
Toda criança precisa de amor e compreensão,
Por isso façamos da troca de amor infinito
Uma grande revolução:
Abrace sua amiga e o seu amigo
Como se todos fossem seus irmãos,
Jamais negue afeto ou carinho
Às meninas e aos meninos desse mundão
Tão carente de emoção.

Um, dois, três,
Quatro, cinco, seis,
Sete, oito, nove
Até o dez nos comove.
Hoje nós vamos aprender
Com tia Patricia,
Comigo e com vocês
Todos os dez direitos
Que as crianças devem ter.

O sétimo direito
Fala de ensinamentos,
Da educação
Dos nossos pequenos:
Toda criança terá direito a receber educação,
Que será gratuita pelo menos no grau primário.
Por isso temos escolas em toda região
Pra garantir a matrícula da criancinha e do crianção,
Podemos chegar nela a pé, de carro, de carroça e de buzão,
Lá aprendermos o abecedário e a ser mais cidadão.
Por isso respeitemos o profissional da educação,
É na escola que aprendemos a ser uma grande nação.

O oitavo direito
Fala de saúde e prioridade,
Ajudar primeiro a criança
É nossa responsabilidade:
Toda criança estará, em qualquer circunstância,
Entre os primeiros a receber proteção e socorro.
Por isso, se o pequeno ou a pequena passa mal,
Ele ou ela é nossa preocupação única e principal.
Se a criança está em perigo,
O futuro bonito que ela constrói
Também está em risco.
Por isso corre, adulto herói,
Corre ao seu auxílio!

O nono direito
Está na nossa cara,
Mas tem adulto que avacalha;
Criança é criança – não trabalha!
A criança será protegida contra qualquer crueldade e exploração,
Por isso nada de trabalho escravo, trabalhinho pesado ou trabalhão,
Nem abandono, violência ou opressão.
Bico de criança é chupeta,
Bico de trabalho pra criança só dá treta
E o responsável irresponsável pode parar no camburão.
Pequenos estudam, brincam, fazem recreação;
Trabalho é coisa de adulto, não me venha com inversão!

Chegamos no décimo e último direito
Com muito carinho e muito respeito:
Toda criança terá proteção contra atos de discriminação.
Por isso aceitemos a todos sem diferenciação.
Com cada vez mais amor no coração,
Transformamos o afeto em revolução;
Abracemos sempre a outra e o outro com muita emoção!
Xô, preconceito, xô,
Chega de ódio e de horror,
Agora somos feitos só de paz e de amor!

Um, dois, três,
Quatro, cinco, seis,
Sete, oito, nove,
Dez direitos nos movem
E um futuro lindo eles constroem.
Acabamos de aprender
Com tia Patricia,
Comigo e com vocês
Todos os dez direitos
Que as crianças devem ter
E nem eu, nem tia Patricia, nem vocês
Jamais devemos nos esquecer
Os direitos que fazem a gente direito crescer.

Respeitem as normas, respeitem as leis,
Nós, crianças, somos os futuros de vocês!



2 comentários:

  1. Carlos Bruno vc é uma semente de inspiração num período de tanta distorção.
    Adoro esse frenesi que tua palavra poesia gera em mim.
    Que nossas trajetórias ainda se cruzem e entrelacem nesse Brasil de artistas.

    Um abraço Iva

    ResponderExcluir
  2. CARLOS BRUNO VOCÊ É PURA INSPIRAÇÃO! QUE SAUDADE DAS NOSSAS PARCERIAS.

    ResponderExcluir

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