quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Os magníficos fantasmas líricos de Laryssa Fernandes iluminam melancolicamente as trevas e vazios do blog


É, amigos, mais uma vez deixei meu blog aos fantasmas (me desculpem; a realidade anda tão perigosamente e alucinadamente psicótica que a boa loucura lírica tem se escondido na desesperada interrogação não escrita e na procrastinação que flerta com a crise existencial).
E falando em fantasmas, crises existenciais, ares poéticos melodiosos e sublimemente melancólico sorriem para o blog neste retorno, pois retomo as postagens compartilhando solidões líricas com a jovem e hipertalentosa poetamiga teresopolitana Laryssa Fernandes.
Laryssa já foi uma das artistalunas mais enigmáticas durante seu período escolar na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva – participava ativamente do grupo teatral escolar Luz, Câmera...Alcino! (principalmente nos meses finais de seu último ano letivo na escola, ou seja, quando estava no 9.º ano), frequentava às vezes o Clube do Livro Alcino Voraz, mas ainda não apresentava tantos poemas e prosas poéticas tão profundos quanto após sua saída da escola. Na sala, era mais silenciosa, falava pouco e, algumas vezes, aparentava uma sonolência lírica (só aparente, pois demonstrava conhecimento de tudo que se passava à sua volta). Foi após sua saída que Laryssa Fernandes revelou sua faceta poética mais cristalina, quando tomou coragem e me mandou belíssimos textos seus pelo whatsapp (fiquei num misto de alegria pela beleza lírica dos escrito e um leve desespero – como não reparei melhor nesta jovem escritora durante o ano letivo? Entendam: já havia talento nas redações escolares, eram excelentes textos, mas o que ela me enviou depois estava além do excelente, eram cristais raros em múltiplas formas e fórmulas poéticas).
Depois, quis o destino atrasar estas solidões compartilhadas – meu celular, antes mesmo de dar perda total, por duas vezes, deu tilt e perdi as primeiras remessas poéticas de Laryssa Fernandes. Ontem e anteontem, foram mais dois adiamentos: um dia falhou a internet, no outro faltou luz. É, amigos, deixei o blog nas trevas e os fantasmas fizeram a festa. Mas hoje é noite dos bons fantasmas, dos espectros magnificamente líricos que acompanham os fabulosos poemas de Laryssa Fernandes.
Hoje vocês têm diante de seus ávidos olhos, amigos leitores, dois espetaculares poemas (o emocionante e melancólico “Fantasma” e a loucura lúcida lírica chamada “Mais um poema sem nexo”) da mais que fodástica poetamiga teresopolitana Laryssa Fernandes.
Apreciem sem moderação. Boa leitura e Arte Sempre!

Fantasma

Toda noite quando vou dormir
Ela está ali a me observar
Vem de mansinho
Acorda meu demônios interiores
Suga toda a minha vontade de viver
Desvanece o meu sorriso
E me afogo em minhas lágrimas

Até quando isso vai durar?
Até quando essa depressão vai me destruir?
Estou em um labirinto
E a saída não existe
A cada dia meu brilho se obscurece
Parece que isso nunca vai acabar

Estou me tornando um fantasma sem alma_
E meu ser implora socorro.
Laryssa Fernandes
(04/12/2018)



Mais um poema sem nexo

Mais uma madrugada daquelas
Trazendo sua insônia
Abrindo um buraco no meu peito
Me matando por dentro

Quebrada de novo
Vazia de novo
Insegurança
Lágrimas pesadas
De uma garota machucada

Mais um poema sem nexo
De uma pessoa solitária
Usando a caneta como remédio

Minha alma está desgastada
Meu coração ainda bate
Pois sinto ele se partir todos os dias

Me afundei de novo
E a culpa é desse passado manchado.
Laryssa Fernandes
(28/12/2018)



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