segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Solidões Compartilhadas: A poetamiga engenheira das palavras Nathacha Felippe retorna ao blog


Na última postagem do blog, trouxe a brilhante participação dos artistalunos da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva,da  região rural de Teresópolis/RJ, na  edição 2018 do Festival Intermunicipal de Poesia na Escola. Tal acontecimento me faz relembrar outra brilhante ex-artistaluna da escola onde leciono, atual artistamiga, também teresopolitana, que representou a cidade serrana na Categoria II na edição do ano passado no mesmo festival: a mais que fodástica poetamiga Nathacha Felippe (a participação dela, com o formidável poema “Nosso Paradoxo”, está no seguinte post: https://diariosdesolidao.blogspot.com/2017/11/poetalunos-da-escola-alcino-que.html ).
Nathacha Felippe brilhou desde cedo na poesia; dedicada e estudiosa leitora, desenvolveu uma poética já surpreendente na primeira fase da adolescência, tanto que, ainda na sexta série, já havia conquistado seu primeiro prêmio literário: com o poema “Uma noite”, rico em anáfora e com versos bem planejados, conquistou a Medalha de Bronze da Categoria Infantil no XXV CONCURSO DE POESIA da ALAP, em 2014 (o poema vitorioso pode ser conferido no seguinte link: https://diariosdesolidao.blogspot.com/2014/12/poetalunos-da-escola-municipal-alcino.html ).
Hoje compartilho minhas solidões poéticas com duas pérolas poemas de Nathacha Felippe: o quase-metapoema brilhante “Amor de poeta”, com rimas e formato bem marcado, com lirismo e maturidade surpreendentes, levando-se em conta que fora escrito quando a artistaluna cursava o sétimo ano, e o também super bem estruturado “Por acaso”, escrito quando ela cursava o nono ano, que traz o tema do amor (do caso) e do acaso (a caso, há caso), mas é milimetricamente elaborado (reparem nas repetições e constância de palavras, fazendo-nos recordar das lições do Mestre Poeta Engenheiro das Palavras João Cabral de Melo Neto sobre usar os mesmos vocábulos em posições e versos diferentes, formando um jogo lírico e sensacional com as palavras).
Aprendamos e nos encantemos, amigos leitores, com a jovem brilhante engenheira das palavras Nathacha Felippe!

Amor de poeta

Em amor de poeta
Não existe meta.

Amor de poeta pode não ser o melhor
Mas não dura um ano só
Amor de poeta fica marcado
Em papel dourado.

Amor de poeta é doido
Pois coração de poeta é sofrido
E às vezes mal compreendido.

Amor de poeta é intenso,
É imenso o amor de poeta,
É feito de facas afiadas
Que podem deixar marcas
Até outro amor chegar.



Por acaso

Por acaso, o acaso da sorte
Trouxe um novo sentimento
Mais forte que o comum.

Por acaso, o acaso do comum
Se tornou compartilhado
Por dois jovens apaixonados.

Por acaso, o acaso dos apaixonados,
Tinham seus destinos traçados,
Algo que não poderia ser mudado.



Um comentário:

  1. Excelente poesia. Muito sentimento expressado em versos. Parabéns pra escritora e seu mestre. Um poeta não se cria, desperta-se.

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