Na
última postagem do blog, trouxe a brilhante participação dos artistalunos da
Escola Municipal Alcino Francisco da Silva,da região rural de Teresópolis/RJ, na edição 2018 do Festival Intermunicipal de
Poesia na Escola. Tal acontecimento me faz relembrar outra brilhante
ex-artistaluna da escola onde leciono, atual artistamiga, também
teresopolitana, que representou a cidade serrana na Categoria II na edição do
ano passado no mesmo festival: a mais que fodástica poetamiga Nathacha Felippe
(a participação dela, com o formidável poema “Nosso Paradoxo”, está no seguinte
post: https://diariosdesolidao.blogspot.com/2017/11/poetalunos-da-escola-alcino-que.html
).
Nathacha
Felippe brilhou desde cedo na poesia; dedicada e estudiosa leitora, desenvolveu
uma poética já surpreendente na primeira fase da adolescência, tanto que, ainda
na sexta série, já havia conquistado seu primeiro prêmio literário: com o poema
“Uma noite”, rico em anáfora e com versos bem planejados, conquistou a Medalha
de Bronze da Categoria Infantil no XXV CONCURSO DE POESIA da ALAP, em 2014 (o
poema vitorioso pode ser conferido no seguinte link: https://diariosdesolidao.blogspot.com/2014/12/poetalunos-da-escola-municipal-alcino.html
).
Hoje
compartilho minhas solidões poéticas com duas pérolas poemas de Nathacha
Felippe: o quase-metapoema brilhante “Amor de poeta”, com rimas e formato bem
marcado, com lirismo e maturidade surpreendentes, levando-se em conta que fora
escrito quando a artistaluna cursava o sétimo ano, e o também super bem
estruturado “Por acaso”, escrito quando ela cursava o nono ano, que traz o tema do amor (do caso) e do acaso (a caso,
há caso), mas é milimetricamente elaborado (reparem nas repetições e constância
de palavras, fazendo-nos recordar das lições do Mestre Poeta Engenheiro das
Palavras João Cabral de Melo Neto sobre usar os mesmos vocábulos em posições e versos
diferentes, formando um jogo lírico e sensacional com as palavras).
Aprendamos
e nos encantemos, amigos leitores, com a jovem brilhante engenheira das
palavras Nathacha Felippe!
Amor de poeta
Em amor
de poeta
Não
existe meta.
Amor de
poeta pode não ser o melhor
Mas não
dura um ano só
Amor de
poeta fica marcado
Em
papel dourado.
Amor de
poeta é doido
Pois
coração de poeta é sofrido
E às
vezes mal compreendido.
Amor de
poeta é intenso,
É
imenso o amor de poeta,
É feito
de facas afiadas
Que
podem deixar marcas
Até
outro amor chegar.
Por acaso
Por
acaso, o acaso da sorte
Trouxe
um novo sentimento
Mais
forte que o comum.
Por
acaso, o acaso do comum
Se
tornou compartilhado
Por
dois jovens apaixonados.
Por
acaso, o acaso dos apaixonados,
Tinham
seus destinos traçados,
Algo
que não poderia ser mudado.
Excelente poesia. Muito sentimento expressado em versos. Parabéns pra escritora e seu mestre. Um poeta não se cria, desperta-se.
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