Há
algumas semanas atrás, no ponto de ônibus ao lado do Supermercado Extra, enquanto
aguardava (na verdade, mofava, pois os horários dos circulares são bastante
espaçados) um desses veículos coletivos que me levasse de volta para o bairro
Três Córregos, onde moro em Teresópolis/RJ, tive o privilégio de reencontrar a
artistamiga Gisele Dumard Catrinck, que foi uma das escritoralunas para quem
tive a honra de lecionar nos tempos em que eu dava aula na saudosa Escola
Municipal Nadir Veiga Castanheira.
Irmã da poetamiga
Miriam Dumard (que também possui um fodástico acervo de poemas de sua autoria
do tempo da escola – em breve também os trarei para o blog), Gisele Dumard
Catrinck sempre foi uma leitora voraz (segundo ela própria, ainda é fanática
por leitura) e, nos tempos da escola, brilhou como uma escritoraluna de
produção poética vibrante, fascinante e febril – tanto que até hoje guardo um
caderno dela, cheio de poemas da jovem e talentosa poetamiga, que a própria
autora deixou comigo nos tempos de escola.
Aproveitei
nosso reencontro para pedir a Gisele que me permitisse resgatar no blog alguns
desses fodásticos poemas contidos nesse caderno que ela deixara comigo naquela época
(para ser mais exato, os fodásticos escritos são de 2010) e... yeah, Gisele
Dumard Catrinck permitiu que eu retirasse da poeira do tempo e revelasse aos
amigos leitores seus fodásticos poemas!!! Por isso, hoje tenho o prazer
incomensurável de compartilhar minhas solidões poéticas, pela primeira vez no
blog, com Gisele Dumard Catrinck. Seus poemas, apesar de antigos, permanecem
com o fodástico lirismo intacto, eterno, e comprovam a talentosa versatilidade
da jovem poeta – ora falam de amores jovens e maduros, ora brincam como
crianças, ora comunicam-se com outras expressões artísticas (como a pintura
abstrata), ora sonham, ora acordam para a realidade, ora trazem releituras de
personagens clássicos da literatura (como Romeu e Julieta) e sempre flertam com
o infinito, com os melhores dos mundos possíveis, sem limites, numa escrita
lírica, magnificamente bem elaborada, entusiasmada e fascinante.
Sopremos
a poeira do tempo entranhada no caderno de poemas da hiper-talentosa Gisele
Dumard Catrinck e, através de nossa leitura, levemos esses fodásticos textos
poéticos para a eternidade, amigos leitores!
Desenho abstrato
Para
fazer um desenho abstrato
Não
precisa ter nenhum cuidado
Rabisca
pra cá
Rabisca
pra lá
E nenhum
desenho
Irá se
formar
Rosa,
azul, amarelo
Rabisca
pra cá
Rabisca
pra lá
E nenhum
desenho
Quis se
formar
E eu
continuo a rabiscar
Rabisca
pra cá
Rabisca
pra lá
Olhei o
desenho
Tentei
me informar
Nenhuma
informação
Consegui
encontrar!
O mundo chora
A Terra
chora
pedindo
seu cuidado
pois o
mundo
está
ficando acabado.
Também
chora
o céu de
anil
junto
com as crianças
Do nosso
Brasil.
A
natureza chora
não está
contente
pois viu
morrer
animais
inocentes.
O homem
não chora
com a
arma na mão
mata
pessoas
sem
qualquer explicação.
A Terra
diz:
“Quero saber
Quando
isso vai acabar?
Será que
a paz
um dia
vai reinar?”
Declaração para Romeu
Desde
quando te vi,
Marquei
tua face em meu pensamento,
Gravei
teu nome em meu coração,
Mesmo
sendo um grande inimigo.
Este
amor inexplicável
Venceu o
ódio que carregava em meu peito,
Meu
coração se encheu de esperança
Só de
pensar que um dia
Ficaria
ao teu lado.
Nós
somos como
O céu e
o mar,
O luar e
a noite,
O branco
e o preto,
Quero
estar contigo
Em um
momento chamado sempre.
Se for
pra morrer,
Quero
morrer contigo.
Mas
mesmo assim não seria morte
Pois
estaria ao teu lado
E o meu
coração estaria vivo
Pois
estaria batendo de amor.
Será?
Nas
noites de luar
Eu
começo a pensar:
Como
será
Quando
as estrelas
Pararem
de brilhar?
Será
que o sol
Vai
explodir
E
o universo sumir?
Será
que
As
calotas de gelo
Vão
derreter
E
muitos seres irão morrer?
Não
importa como será
Na
vida
As
estrelas
Não
param de brilhar
Não
importa como será
A
vida é infinita
Nenhum comentário:
Postar um comentário