Sim, amigos, no dia 1.º de abril deste ano, acabei
dando um golpe de mentira sem querer fazê-lo: fascinado com o fodástico poema “Protesto”,
escrito pelo mais-que-fodástico artistamigo Dio Costa, residente em Volta
Redonda/RJ, pedi ao autor que me permitisse publicar o poema citado em meu blog
e previ que a postagem sairia no dia 1.º de abril (como o poema de Dio
questionava as manifestações populares pedindo o intervenção militar,
escolhi a data em que a farsante “revolução” (leia-se golpe militar) foi
oficialmente iniciada). Pois é... mas eu não contava que iria tirar um período
de folga do blog (sempre que fico abafado no trabalho ou atolado de
compromissos, coloco o blog em “ostracismo programado”) exatamente na semana em
que eu prometera publicar o poema de Dio Costa – o aniversário do famigerado
Golpe Militar passou e a postagem não aconteceu.
Mas, como sabemos, ainda há muitos manifestantes ensandecidos
a favor do retorno da Ditadura Militar e, por esse motivo, infelizmente, mesmo
com atraso, o poema “Protesto”, de Dio Costa continua super-atual (yeah, tudo
segue assustadoramente igual na, como diria Cazuza na canção “Medieval”, “novidade
média, na mídia da Nova Idade Média”) e continua merecendo todos os destaques e
aplausos pelo seu excelentíssimo conteúdo (o mesmo poema pode ser encontrado no
blog de Dio Costa no seguinte link: http://diocostapoemas.blogspot.com.br/2016/03/protesto.html).
É a primeira vez (de muitas que virão) que
compartilho minhas solidões poéticas com o fodástico artistamigo Dio Costa, mas
não é a primeira vez que ele aparece no blog (ele já apareceu por aqui nos vídeos em que fizemos parceria lírico-musical em evento organizado pelo poeta Giglio na Toca do Arigó). Autor de diversos fodásticos
livros (como o vibrante “Sarcáustico”, de 2015 – do qual falarei mais a frente
em postagens posteriores), integrante do grupo lírico-musical Circunlókios, Dio
Costa estreia hoje no blog uma postagem solo, uma solidão lírica compartilhada
extremamente crítica contra os pensamentos retrógrados daqueles que ainda
aplaudem ditaduras e golpes militares, períodos reconhecidamente sangrentos e
extremamente repressivos de nossa História (ah, mas a memória é curta, então nos
encarceramos em novos passados inventados por não lembrarmos corretamente do
terror dos cárceres passados).
Fiquemos com o fodástico e super-atual poema “Protesto”de
Dio Costa, amigos leitores – é melhor postá-lo logo, antes que a História
retome sua tortuosa face torturadora.
Protesto
depois não adianta chorar
Sr e Sra Intervenção Militar
depois não adianta chorar
o choro que ninguém vai escutar
podem protestar
se o protesto de vocês é pacífico
o nosso é atlântico, em alto mar
e alto lá, mermão
não nos confunda com o Garotão da Intervenção
e seu abadá da militarização
nem com a Família Rabecão
pedindo mais repressão
podem protestar
protestem antes que todo e qualquer protesto
seja trancafiado no porão
onde tortura não é nome de torta
onde pau-de-arara não é nome de passarinho
onde doi-codi é bem mais
que a senha do wi-fi do seu vizinho
podem protestar
digam que é intervenção e não implantação
talvez seja loucura minha
me lembra muito aquele papo
de prometer botar só a cabecinha
e uma vez lá dentro, Fera,
já foi, já era
Nenhum comentário:
Postar um comentário