Yeah, amigos leitores, mais uma vez fiquei meio
desaparecido do blog (período de fim de bimestre pra
professor-escritor-blogueiro é uma espécie de purgatório onde ficamos presos
entre o inferno e o céu, corrigindo provas e trabalhos e fechando as notas dos
alunos), mas retomo as postagens com algumas ótimas lembranças para renovar velhos
retornos: trago, do túnel do tempo do ano passado (ou seja, em 2015), vários
poemas inspirados nos Jogos Vorazes, escritos em algumas das últimas reuniões de
2015 do Clube do Livro “Alcino Voraz” , realizadas na Escola Municipal Alcino
Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ.
Após a terceira reunião, na qual encerramos os
debates da trilogia “Jogos Vorazes” (mal encerrada, pois, devido ao caos
político e a calamidade financeira do setor público de Teresópolis/RJ, não
pudemos realizar o ‘gran finale’ do projeto no ano passado – que seria levar os
artistalunos do Clube do Livro no cinema para assistirmos ao “Jogos Vorazes – A
Esperança Parte 2”), ainda realizamos, no ano passado, para os
artistalunos-leitores tardios (ou seja, que entraram após as primeiras
reuniões) duas sessões extras do Clube do Livro Alcino Voraz, revendo, de forma
mais corriqueira, a trilogia “Jogos Vorazes” do primeiro ao último livro – tais
reuniões especiais e de resgate das obras que iniciaram os estudos do nosso
grupo foram as mais cheias, pois, além dos escritores-alunos-leitores tardios,
elas também contaram com aqueles que participaram desde a primeira reunião do
clube. Só para lembrar: partindo da ideia do Círculo do Livro Alcino, iniciada
e idealizada no ano passado pelas poetalunas Ana Gabriela Medeiros e Laís
Martins, e livremente inspirado no conhecido Clube Literário Palavras ao Vento,
de Valença/RJ, organizado por Pit Larah e Cia, o Clube do Livro Alcino Voraz
tem como principais objetivos: estimular a leitura reflexiva, compartilhar e
debater experiências de leitura, estabelecer leituras comparativas entre as
diversas linguagens literárias (visão comparativa de livros e versões cinematográficas)
e fazer a releitura de obras literárias através da produção textual (construir
novos poemas, contos e crônicas inspirados no conteúdo do livro debatido). Feito
no contraturno das aulas, as reuniões contemplaram como livros-temas a trilogia
“Jogos Vorazes”, da escritora estadunidense Suzane Collins. Tanto nas reuniões
anteriores quanto nessas duas de retomada dos livros-temas, foram realizados
debates dos livros, relembrando as relações históricas que envolvem as obras
(regimes totalitários, fatos históricos e pessoais que estimularam a escritora
na construção do romance, comparações com o nazismo, fascismo e colonialismo,
indústria do entretenimento [de reality shows e programas de MMAs], a percepção
da guerra fria e a relação entre socialismoxcapitalismo com o confronto
Distrito 13 x Capital implícito nos capítulos do terceiro livro da trilogia), a
exibição das versões cinematográficas da trilogia e a produção de poemas e
contos inspirados nos livros e filmes dos “Jogos Vorazes”. Lembrando também que
a entrada e participação no Clube do Livro Alcino Voraz é livre/opcional (somos
escritores-leitores vorazes e não autoritários como os governantes da Capital
de Panem rs) e rende mais conhecimento e troca de experiência, sem barganhas de
pontos extras.
Hoje, finalmente trago os poemas - já divulgados em
uma antologia caseira entregue para escritores-alunos-leitores-vorazes no ano
passado, mas inéditos no blog – escritos durante as duas reuniões que retomamos
os estudos e as análises da trilogia Jogos Vorazes. O conjunto de poemas que posto hoje é tão
interessante quanto o das três postagens anteriores, pois condensa toda a
trilogia revista nas duas últimas reuniões do Clube do Livro Alcino Voraz no
ano passado. E nada melhor que rever o passado pra crescermos no futuro: neste
ano, o Clube do Livro Alcino Voraz já retornou com um grupo ainda maior de escritores-alunos-leitores-vorazes
e, como muitos são iniciantes no Clube (mas não esquecendo os remanescentes,
que atualmente estão no nono ano seguem firmes no projeto), retomamos as
reuniões do mesmo início – a partir do primeiro livro da trilogia “Jogos
Vorazes” e seguindo a mesma cronologia do ano passado, mas desta vez buscando
realmente encerrar o ciclo "com chave de ouro", sem interrupções bruscas como, infelizmente, foi no ano
passado, devido ao trágico quadro político da cidade.
Estou de volta ao blog e o Clube do Livro Alcino
Voraz também retorna às atividades! Boa leitura, amigos leitores! Vida longa ao
blog e ao Clube do Livro Alcino Voraz – Educação, Escola Alcino e Arte Sempre!
Às vésperas da
colheita
Mais
um ano vem...
Não
há como se salvar,
nem
há ninguém para ajudar.
Não
temos escolha,
ano
após ano,
em
pares, vamos lutar,
mas
no final sabemos: um só pode ficar.
(Marcos Vinicius
Corrêa e Paulo Matheus Motta, inspirados na trilogia de livros “Jogos Vorazes”
e nos 3 primeiros filmes da série)
Katniss e Peeta em
chamas
Quando
você partiu,
em
mim um vazio se abriu.
Quando
você reapareceu,
meu
amor renasceu.
Quando
eu pensava que era amor,
ao
mesmo tempo era dor.
Sua
última lembrança
me
trouxe esperança
e,
ao mesmo tempo, em mil chamas desapareceu.
(Paula Costa, Jade
Féo, Esaú Medeiros e Vitória Souza de Jesus, inspirados na trilogia de livros
“Jogos Vorazes” e nos 3 primeiros filmes da série)
A Confissão do
Presidente Snow
Tudo
começou com uma fagulha
que
achamos que seria controlada.
Logo
virou uma chama e se alastrou
e
queimando de pouco a pouco meu mundo devastou.
Eu
era o herói;
em
minha jornada o sabor de sangue me seguia
e
o cheiro de rosas me destacava na multidão
e
depois disso tudo você me tornou o vilão.
Meu
reino será bem cuidado?
Ela
não deixará cair nas mãos daquele povo depravado.
Louvado
seja, amado tordo,
pois
prometemos não mentir um pro outro.
(João Paulo
Oliveira, Alex Sander Lopes e Stallone Oliveira, inspirados na trilogia de
livros “Jogos Vorazes” e nos 3 primeiros filmes da série)
Memórias das chamas
contra a neve
Na
primeira vez que te vi
ao
vivo, altivo, num palanque, longe à minha frente,
eu
era apenas uma garota
com
sonhos de menina,
morrendo
de medo de ti.
Com
a ajuda de Cinna,
segui
minha sina
e
transformei meu medo
em
calor
e,
pela primeira vez,
eu
queimei
contra
a neve em teu olhar.
Na
segunda vez que realmente te vi
assassino
vivo, bem próximo, perfumando a sala, bem à minha frente,
eu
era apenas uma vencedora
com
ares de derrotada,
morrendo
de medo de te contrariar.
Com
a ajuda dos outros,
dei
asas ao tordo
e
transformei minha cega rebeldia
em
flechada certeira
e,
pela segunda vez,
eu
te desafiei,
mas,
dessa vez, foi pra valer.
Um
pouco antes disso, na terceira vez que te vi,
ainda
altivo, menos que outrora, mas cuspindo sangue em taças de champanhe,
acenaste
um não
e
mataste, assim, toda minha ilusão.
Eu
perdi o medo
e,
negando todas as tuas rosas brancas
de
neves insanas,
eu
queimei os teus vestidos caros e pálidos
que
me deste
e
passei a usar as vestes
da
mais negra e incendiária revolução.
Com
a ajuda de todos,
eu
agora sou o tordo
e
transformei toda minha inglória
em
chamas de esperança
e,
na próxima vez que nos vermos,
será
a última
pois
os jogos vorazes deste ano sou eu contra o teu poder
e,
seguindo as regras de teu torneio insano,
só
um de nós irá sobreviver.
(Carlos Brunno S.
Barbosa, inspirado na trilogia de livros “Jogos Vorazes” e nos 3 primeiros
filmes da série)