sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Cem Poemetos de Solidão: Poemeto XCV

XCV

Minha caneta está sem tinta, minha querida. Por isso só posso corresponder ao teu amor com a entrega de minhas mãos vazias, que, por tanto tempo, mantive escondidas por horror ao seu realismo sem encanto, envergonhado de suas linhas imperfeitas. Na falta de tinta na caneta, só posso te oferecer a minha vida inteira, uma folha em branco, cheia de fantasias em prantos.


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