Na verdade tudo começou com um sonho antigo: ver os poemas
de meus poetalunos novamente publicados em livro (isso acontecera duas vezes,
em 2007 - na época eu lecionava na E. M. Nadir Veiga Castanheira e tive a
oportunidade de ver 5 poetalunos terem seus textos publicados em antologias de
concursos de poesia nacionais e internacionais, porém, na E. M. Alcino
Francisco da Silva ainda não tinha conseguido êxito em concursos que davam tal
premiação).
Ano passado, visitando o blog de Concursos Literários de
Rodrigo Domit encontrei o regulamento do Projeto Mil Poemas Para Gonçalves
Dias: desafio – fazer um poema em homenagem ao genial poeta romântico
maranhense; premiação – publicação na antologia dos mil poemas gonçalvinos; o
mais importante: não havia limite de idade.
Sabendo do prazo apertado (encerrava em fins de julho do ano
passado e eu tinha apenas algumas semanas antes do recesso escolar), adequei
conteúdos e planejamento para que meus poetalunos dos oitavos e nonos anos
pudessem conhecer a vida e obra de Gonçalves Dias e, assim, produzissem poemas
sobre o poeta, desafio esse que preferi não obrigá-los a fazer – todos
conheceram a trajetória poética de Gonçalves Dias, mas ninguém era obrigado a
ficar depois da aula para produzir o poema. Mesmo sem a obrigatoriedade, 16
poetalunos aceitaram viajar poeticamente com os sabiás de Gonçalves Dias.
Enviei os poemas via e-mails para a organizadora Dilercy
Adler, ilustre poeta que eu já conhecia pelo seu envolvimento brilhante com a
Sociedade de Cultura Latina do Brasil e com a organização de grandes Concursos
Literários como o “Latinidade” (o qual eu já havia vencido uma vez em 2002).
Conhecia o histórico cultural de Dilercy Adler, fato que gerava confiança nesse
novo projeto que ela realizava. Mas toda glória passa por períodos de tensão:
uns meses depois de enviar os poemas, recebi um e-mail de Dilercy informando
que os organizadores não haviam conseguido ainda completar a soma de mil poemas
para Gonçalves Dias, o que inviabilizava a continuidade do projeto. O tempo
passou e o sonho ficou adormecido.
Entre maio e junho desse ano, recebo a notícia-presente
através de um e-mail de Dilercy Adler: a antologia foi concretizada e o lançamento
aconteceria no aniversário de vida do poeta, em São Luís /MA, no dia 10 de
agosto de 2013, quando Dias completaria 190 anos [seu corpo nos deixou há
tempos, mas sabemos que o poeta, quando continuamente lido e jamais esquecido,
nunca morre, amigos leitores, por isso comemoramos sua eternidade na data de
aniversário do artista].
O sonho não saiu perfeito: devido a algum daqueles
misteriosos extravios virtuais, 7 poemas gonçalvinos de 6 alunos somados ao meu
poema-homenagem (aquele que publiquei a algumas postagens atrás) não chegaram a
Dilercy Adler. Porém, contudo, todavia, os 11 poemas – a Suelen Cristina
escreveu dois poemas, tamanha a sua empolgação com o tema - dos 10 poetalunos
da primeiro e-mail estavam na antologia [logo, mais de 1% dos mil poemas
gonçalvinos de todo o mundo vieram da E. M. Alcino Francisco da Silva, de Teresópolis/RJ],
uma festa lírica para os privilegiados, e Mayara Silva Jorge, uma das
poetalunas contempladas, ainda recebeu uma comenda gonçalvina por ter vencido
com seu poema em homenagem a Gonçalves Dias o Concurso Nacional de Poesias da
ALAP-RJ do ano passado. Não dá pra esconder meu sorriso, amigos leitores, me
vem sempre as frases da protagonista do filme “Quase famosos” – ela, de vez em
quando, parava e dizia fascinada: “Olha! Você está vendo? As coisas estão acontecendo!” Os sonhos não
morrem, amigos leitores, eles adormecem e acordam mais fortes que nunca e estão
sempre rondando nossos caminhos; às vezes por seguirmos cabisbaixos não
percebemos o brilho raro das estrelas que nos acompanham.
Hoje posto os 11 poemas dos 10 poetalunos classificados na antologia
“Mil Poemas para Gonçalves Dias” e também os outros 6 (o meu, como já disse,
está publicado aqui em postagem anterior) que não entraram em livro [ainda,
pois se a estrela não brilha naquela constelação, vai brilhar em outra, com
certeza!], mas que também são frutos da dedicação e crença em mundo poético,
mais gonçalvino, onde o sabiá canta em paz no mundo do sonhar. Posto também o
vídeo com minha participação na festa de lançamento do livro, quando declamei o
premiado poema da fodástica Mayara Silva [seus escritos várias vezes ganharam o
Top das postagens desse blog].
É importante destacar também que os poetalunos não só se
preocuparam em produzir os poemas com dados biográficos de Gonçalves Dias (ou
seja, não se prenderam apenas ao conteúdo), mas também em resgatar em seus
poemas os versos ritmados consagrados pelo fodástico poeta maranhense (ou seja,
o estilo dos poemas deles também é gonçalvino).
Quem quiser conhecer todos os mil poemas para Gonçalves Dias
+ estudos sobre o poeta romântico maranhense, aí vão os links para visualizar
as antologias: http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1a_-_parte_1, , http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1b_-_parte_2 .
Que o espírito de Gonçalves Dias salve a nossa poesia de
cada dia, amigos leitores!
Cantos e encantos de um maranhense
Fui brasileiro orgulhoso
E apaixonado,
Porque vivi num país maravilhoso,
Com um solo encantado.
Nessa terra adorável,
Cheia de luz e beleza,
Vivi sorrindo maravilhado
Com essas coisas lindas por natureza.
Quando vi aqueles olhos lindos,
Logo me apaixonei,
Mas veio o preconceito destruindo
Todo o amor que eu criei.
Do Maranhão eu vim,
Do Maranhão eu fui,
Alguns pensam que é o fim
Porque o amor não evolui.
Porém espero que minha arte
Continue encantando corações
E que faça parte
De várias gerações.
Mayara da Silva Jorge
A morte do amor,
a morte de Gonçalves Dias
Gonçalves Dias morreu
e o amor foi esquecido...
Pra qualquer lugar que eu olho,
só há lembranças perdidas...
O sabiá canta,
Mas não do jeito que cantara com Gonçalves Dias...
Tinha mais sentimento,
tinha mais vida...
As estrelas que ali brilhavam
trazem um brilho sem graça
sem ele aqui...
O que fazer agora que só lembranças restaram
na poesia da memória?
Tatiane Paulo de Oliveira
De poeta para poeta
Não era nobre, não teve riqueza,
Só teve humildade e sinceridade,
Advogado, poeta, Gonçalves Dias foi um brasileiro
Inspirado no amor pela pátria
Que invadiu o seu peito.
Nascido e criado no Maranhão,
Estudou na Europa,
Cheio de inspiração,
Escreveu seus poemas
Com mil e uma intenções.
Foi da tribo, foi do Norte,
Um guerreiro poeta tão forte ele foi,
Se foi um mestiço com valor, cheio de sorte,
Conquistou mil maravilhas,
Mas não se livrou da Morte...
Jaqueline Maria Ribeiro
Descolorida
Minha vida tinha cores,
mesmo que eu não pudesse ter você.
Eu até possuía mais amores,
mas, sem você, ando até descolorida.
Em você me inspirei,
mas, quando você se foi, eu apenas errei.
Em você eu acreditei,
pois sabia como eu me sinto.
E agora meus poemas vivem sem sentido...
Ah, Gonçalves Dias!
Não sei mais em que me inspirar...
Diana Paim de Oliveira
Dias de Saudades
Foste tão cedo!
Partiste pelas águas do Maranhão
E agora o Brasil sente saudades
Daquele em cujas veias corria paixão!
Paixão por ser brasileiro,
Paixão por ser de três raças,
Paixão por ser poético,
Paixão por ser parte de nossa vida!
Gonçalves Dias, homem da terra das palmeiras,
Onde canta o sabiá,
Homem de sabedoria,
Homem que tinha muita história pra contar!
Ah, Gonçalves Dias!
Por que partiste?
Hoje o sabiá canta triste
E a mulher que tu amaste
Continua a te esperar!!!
Beatriz Branco da Cruz
Elegia para Gonçalves Dias
Querido Gonçalves Dias,
como isso pôde acontecer?
Tanto pediu pra Deus
pra não morrer...
Acho que Ele não ouviu,
pois o que você temia aconteceu:
numa viagem de trabalho,
Gonçalves Dias morreu...
Espero que nunca o esqueçam,
pois você mudou minha vida.
Com muita emoção eu digo:
Adeus, Gonçalves Dias!...
Talles Cardoso Machado
Exageradamente Gonçalves Dias
Exageradamente amando,
Exageradamente sofrendo,
Por muitos amores e um encanto:
O verde daqueles olhos ingênuos.
Vagando em poesias,
Declamando a minha vida,
Canções para o meu povo,
Canções para o meu amor.
Exageradamente querendo,
Exageradamente perdido,
Entre casos de amor e lendas indígenas,
Entre dor e alegria.
Vivendo pelo meu país,
Vivendo pelo meu amor,
Sofrendo pelo meu país,
Sofrendo pelo meu amor.
E você em mim
Sou eu sem você,
É o meu verde,
São o meu sangue,
Os povos indígenas
Sou eu Gonçalves Dias,
A eternidade é a minha vida.
Suelen Cristina Liberato
Ainda – mais que uma vez – adeus
A saudade quer roubar
o que o tempo não consegue apagar:
lembranças singelas
de um amor eterno e proibido.
Nos meus sonhos, pude
te encontrar.
Nos meus sonhos, pude
te amar,
numa noite mais que estrelada,
numa noite adocicada.
Mas tu soltas a minha mão,
mas o teu sorriso se fecha,
mas os teus belos olhos
se enchem d’água...
Seriam lágrimas de arrependimento?
Seriam lágrimas de dor?
Seriam lágrimas de amor?
- Não, meu amor – tu dizes em silêncio –
são lágrimas de adeus!
Suelen Cristina Liberato
Não é todo dia que é dia de Dias
Não é todo dia que nasce um herói,
Mas, no dia 10 de agosto de 1883, esse fato aconteceu.
Não é sempre que 3 tipos de raças se unem a uma só
formando um poeta que ama o lugar onde ele nasceu.
Um advogado que protege o seu país,
foi ele quem disse que a nossa pátria é a mais feliz.
Ele também notou que o sabiá,
que canta melodias aqui, não cantava lá.
Se hoje estivesse vivo, Gonçalves Dias,
com certeza, ele diria
que o sabiá, que aqui vive a cantar,
em outro país nem sabe assoviar.
Mas um naufrágio acabou levando o nosso herói,
que tinha o poder de proteger e de amar;
ele dormiu encoberto próximo aos seus Lençóis...
No dia 3 de novembro de 1864, essa história veio a findar
Mas, orgulhoso, ele morreu na terra onde canta o sabiá!
Geovane Alves dos Reis
Pois é, Gonçalves Dias
Gonçalves Dias, homem independente e de bom caráter,
Homem brasileiro, mestiço das três raças,
Homem de fé, poeta de garra,
Lutou até o fim da sua vida.
Homem fiel, poeta amigo, companheiro,
Suas palmeiras sadias e os sabiás ali nele viviam,
Amor não correspondido e tristeza lhe invadiam,
Seu passado sofrido, em nossa vida ele está vivo.
Pois é, Gonçalves Dias,
Você se foi, mas nos deixou um pedaço de história
De um brasileiro de verdade.
Pois é, Gonçalves Dias,
Você se foi, mas nos deixou um bocado de saudade!
Cristiane Branco da Cruz
Saudades
Gonçalves Dias
Tão bonito dizia,
Com seus poemas românticos,
Qualquer flor seca renascia.
Gonçalves Dias adorava onde vivia;
Lá ele era feliz, lá ele gostava do canto do sabiá
E assim conquistou muitas coisas por lá.
Gostava da selva, do campo, das flores,
Um homem apaixonado,
Com olhar alegre, cheio de amor,
Gonçalves Dias, um brasileiro de coragem,
Gonçalves Dias, um homem que deixou saudades.
Maiara Gonçalves de Oliveira
Canção estelar de Dias
Eu vejo, eu vejo, eu vejo
um instante de todo o mundo
passando diante de meus olhos.
Vou contando cada segundo...
Assim que se acabam
não dá mais pra olhar
todos os minutos
que eu vi passar.
Passa estrela, passa mundo
e cada nova estrela brilha
vendo o velho Gonçalves Dias
fazendo seu poema estelar.
Vinícius Pereira Soares
O Brasil lamenta a morte de Gonçalves Dias
Neste mundo não tem mais ar,
Não consigo respirar,
A pessoa que tanto adoramos vai ficar
Só na lembrança...
A pessoa que tanto adoramos morreu,
Não consigo aceitar,
Ela era tão maravilhosa
Que não consigo acreditar.
Ele marcou nossas vidas,
Nossas lembranças e nosso jeito de ser,
Nunca vou esquecer
Esta pessoa que está sempre no meu ser,
Ah, Gonçalves Dias, vivo pensando em você!
Diana Moura Jorge
Oh, Gonçalves, os dias
Oh, Gonçalves, os dias
de hoje não são tão bons como antes.
O sabiá nem canta mais,
é uma tristeza...
Antigamente era uma maravilha,
era cada canto
um mais lindo que o outro!
O mundo já não canta mais
e achar sabiá é o mais difícil...
Como será o mundo sem você,
sem o canto do sabiá?
Como será?
Caroline de Almeida Rocha
Perto do caminho sem fim
Nasceu Gonçalves Dias
Ouve-se o choro de um bebê,
Ouve-se o canto do sabiá,
Nasceu o Brasil mais bonito,
Tendo mais o que contar.
Seu amor por Ana Amélia
Não era aceito
Por causa do preconceito.
Gonçalves morreu e mais nada renasceu:
O Sabiá não canta mais,
A floresta sangra de saudade,
O naufrágio atingiu o coração de quem desejava ler muitas
obras mais...
Temporada fora, coração perto,
Amor distante, mas nem tão distante assim;
O que estava longe estava perto do caminho sem fim.
A estrada era longa, a saudade era grande;
Sua terra lhe esperava e o seu amor tão distante...
A mistura de três raças - negro, branco e índio
Se misturou com amor, poesia e musicalidade.
As palavras com sentidos enormes
E com muita humildade,
Por sua terra trazia paixão intolerante,
Amor incondicional,capaz de loucuras,
Tão louco quanto a mistura de seu sangue!
Larissa Souza de Andrade
Saudoso homem
Ah, saudoso homem!
Quanta falta faz
seus poemas lindos
nos trazendo emoção e paz.
O sabiá canta lá fora
e as estrelas ainda brilham,
as palmeiras não tem muitas,
mas a vida continua.
Um homem que não tinha vergonha,
tinha orgulho do que era:
três raças misturadas
que povoaram sua terra.
Muito obrigado, Gonçalves Dias,
por trazer do exílio tão bela canção,
por esses poemas tão vivos
vindos do Maranhão!
Maiara de Souza Branco
Só a lembrança
Letras, palavras, versos, poemas...
Uma maneira de querer ser mais!
Ser poeta é marcar nesse mundo a nossa vida
Em palavras ou em cada passo de nossa jornada.
Foi Gonçalves Dias um desses poetas inspirador,
Pois coloriu completamente esse mundo sem cor.
Gonçalves Dias morreu, mas o importante é que ele está
presente
Com sua inspiração, em poemas que nos marcam profundamente.
Cada poeta deixa uma lembrança para trás
Para poder ser lembrado e partir em paz.
Seus poemas sempre serão lembrados,
Porque foram escritos com amor e dedicação.
Cada poeta marca sua presença nesse mundo, nessa terra
E assim Gonçalves Dias marcou minha vida, minha inspiração.
Jéssica Ribeiro dos Reis
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