Cá estou em
São Luís do Maranhão, onde comemora-se hoje 190 anos de
nascimento do fodástico poeta romântico Gonçalves Dias e onde será lançado
daqui a pouco o livro “Mil poemas para Gonçalves Dias”, no qual 9 poetalunos
meus se classificaram.
Em tributo aos poemas deles (que, em breve, publicarei)
faço também meu poema-homenagem inédito (esse não está na coletânea que será
lançada; é exclusivo do blog para os olhos de vocês, amigos leitores!). Me
baseei nos poemas “Adeus – ainda uma vez – adeus”, “I-Juca Pirama” e a
super-famosa “Canção do exílio”.
Que o sabiá da poesia continue a cantar e nos encantar,
amigos leitores!
Mantra maranhense pelo retorno do sabiá
(ou O canto de adeus a Gonçalves Dias que não quero cantar)
Ah, Deus, o qu'eu trago agora,
Nesses dias oprimidos,
Sem vida, sem meu amigo,
Nessa sepultura, nesse ar de adeus?
Negou-me o sol a eterna noite serena
Por serem eternas as trevas da despedida,
Seus poemas a soluçar sem vida,
Ah, Deus, sem Gonçalves Dias, o que sou eu?
Essa tristeza de morte,
Brasileiros, senti:
Sou filho das trevas,
Nas trevas cresci;
Sou guerreiro morrendo
Sem o canto mestiço-tupi.
O poeta brilhante,
Que agora me voa distante
Por trágico instante,
Brasileiros, perdi;
Sou calvo, sem sorte,
Pois meu amigo do Norte,
O poeta do canto mais forte,
O sabiá mais guerreiro nunca mais eu ouvi.
Permita, Deus, que ele volte
Pra minha terra encantar;
Pra que ele desfaça esses horrores
Desse meu povo que não sabe mais cantar;
Pra que ainda sobrevivam as palmeiras
Que só Gonçalves Dias sabia plantar.
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