Ok, sei que demorei muito mais que o prometido pra trazer os poemas da
segunda reunião do Clube do Livro Alcino Voraz (inspirados no romance “Em
chamas”, segundo da trilogia “Jogos Vorazes”, de Suzane Collins) e que, por
causa da demora, até levei leves broncas de Ana Gabriela Medeiros, a mais-que-fodástica-escritoraluna-e-idealizadora-do-grupo,
mas o blogueiro-professor-poeta-pateta que vos fala, como sempre, tarda, mas
não falha: trago hoje ao blog os mais-que-fodásticos poemas dos poetalunos do
Clube do Livro Alcino Voraz, escritos no dia 03/11, um dia após o “Dia dos
Finados”, quando ressuscitamos o Clube e promovemos, na E. M. Alcino Francisco
da Silva, a segunda reunião do grupo.
Partindo da ideia do Círculo do Livro Alcino, iniciada e idealizada no
ano passado pelas poetalunas Ana Gabriela Medeiros e Laís Martins, e livremente
inspirado no conhecido Clube Literário Palavras ao Vento, de Valença/RJ,
organizado por Pit Larah e Cia, o Clube do Livro Alcino Voraz tem como
principais objetivos: estimular a leitura reflexiva, compartilhar e debater
experiências de leitura, estabelecer leituras comparativas entre as diversas
linguagens literárias (visão comparativa de livros e versões cinematográficas)
e fazer a releitura de obras literárias através da produção textual (construir
novos poemas, contos e crônicas inspirados no conteúdo do livro debatido).
Feito no contraturno das aulas, a segunda reunião contemplou como
livro-tema o segundo romance da trilogia “Jogos Vorazes”, da escritora
estadunidense Suzane Collins. Foi realizado o debate do livro “Em chamas”,
relembrando as relações históricas que envolvem a obra (regimes totalitários,
fatos históricos e pessoais que estimularam a escritora na construção do
romance, comparações com o nazismo, fascismo e colonialismo, indústria do
entretenimento [de reality shows e programas de MMAs], a intensificação do triângulo
amoroso principal da trilogia neste segundo livro, a exibição da versão
cinematográfica do livro e a produção de poemas e contos inspirados na obra.
Ainda no mês de novembro, no dia 17, seguindo a votação e sugestão dos
artistalunos do Clube, o livro-tema foi o terceiro romance da trilogia “Jogos
Vorazes” e a exibição da versão cinematográfica “Jogos Vorazes – A Esperança
Parte 1” (os poemas em breve, breve também estarão aqui no blog).
As fotos foram tiradas no dia 05/11(no dia do encontro, como sempre,
não deu tempo de fotografarmos devido a produção textual) trazem o grupo que
participou da segunda reunião (faltando a artistaluna Guttyellen Canto que,
infelizmente, não foi à aula no dia seguinte). Os créditos das fotos são da
bibliotecária-amiga-e-agora-nova-fotógrafa-oficial-do-Clube Emidiã Fernandes.
Lembrando também que a entrada e participação no Clube do Livro Alcino Voraz é
livre/opcional (somos escritores-leitores vorazes e não autoritários como os
governantes da Capital de Panem rs) e rende mais conhecimento e troca de
experiência, sem barganhas de pontos extras.
Vida longa ao Clube do Livro Alcino Voraz – Educação, Alcino
Teresópolis e Arte Sempre!
Em chamas
Jogos Vorazes em chamas:
Tudo fica mais difícil,
A cada jogo mais terrível.
O relógio irá trabalhar
E nada vai facilitar
A disputa continuará
E só um tributo irá ganhar.
A queridinha do Distrito 12
Seu amor quer salvar
Mas existe traidor
Em todo lugar.
Temos que lembrar quem é o inimigo,
Temos que lembrar que nem todos são amigos.
(Amanda Barboza e Gutyellen Canto)
Mags contra a névoa mortal
Tudo deveria ter acabado pra mim
Mas, claro, não seria tão fácil assim
Em frente a morte, meu velho amado,
Por que tinha que estar aqui, meu amor odiado?
No Massacre Quaternário,
Todos assistem a minha morte no noticiário
Disseram que eu teria paz
Mas minha vida não será mais igual,
Jamais!
Não tenho forças para correr,
Não sei se vou sobreviver,
Estou velha demais pra massacrar,
Me deixo levar
Pela morte, meu novo lar.
(Paulo Ricardo Ponte, Stallone Oliveira, João Paulo de Oliveira e Ana Gabriela Medeiros)
Johanna banhada em chuva de sangue
Da força do meu machado
Em meio aos mais límpidos carvalhos,
As nuvens negras da força da Capital
Trazem o sofrimento em sangue letal.
Tristezas infernais
Na força antônima da paz
O céu sangra junto a mim
Transformando o verde da selva em vermelho carmim.
Corro pelo campo
A fim de fugir da minha própria indignação
Esperando o início da rebelião
E a minha vingança contra a capital,
Contra sua chuva de ódio ancestral.
(Ana Gabriela Medeiros)
Os pesadelos da garota em chamas
Todos os lábios que me beijam
têm o gosto nojento de rosa e sangue.
Tantos lábios... o caçador no chicote do lobo,
o demônio da morte nas asas de um anjo,
o tordo envenenado pelo sopro
da ácida manhã...
Os pacificadores trazem a paz tirana
que anda tirando – e atirando –
maltratando o sono de meu povo
e nos matando lentamente
numa insônia sem fim.
O Excelentíssimo Sr. Neve lança chamas de ódio
contra as chamas inocentes
de um povo valente,
e meu tordo arde por um beijo quente
e sem pesadelos,
e meu tordo queima por um beijo seu.
Volta pro meu lado, amigo amor,
só com você
meu corpo amanhece curado
dos pesadelos frequentes.
Volta pra minha cama, amigo amor,
só você
mantém minha chama serena,
sem carência,
acesa na crença de um amanhã sem dor.
Volta agora, amigo amor,
porque o tordo precisa voltar a voar
no céu da sua boca,
nas suas ondas de calor...
(Carlos Brunno S. Barbosa)