Na
quinta-feira, 28/05/2015, na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, em
Teresópolis/RJ, o Grupo Luz, Câmera...Alcino!, dirigido por mim, abriu o
Torneio Xeque-Mate com o esquete "Xadrez Poesia", composto por poemas
de autores portugueses e brasileiros..
A
peça contou com a participação de diversos e talentosos artistalunos dos
oitavos e nonos anos e um público animado. O vídeo contém as duas apresentações
feitas pelo grupo (uma abrindo o torneio da manhã, a outra da tarde), filmadas,
respectivamente, pelos professores Junior (Matemática) e Daniel Coelho
(Inglês).
Os
artistalunos participantes foram: João Paulo de Oliveira Costa (anunciador do poema-partida), Stallone Oliveira (enxadrista das peças
pretas), Douglas Marques (enxadrista das
peças brancas), Gisleny Almeida (juíza), Victor (auxiliar da juíza na primeira
apresentação/torre preta na segunda apresentação), Diogo Lima (rei branco),
Vitória Ketley (rainha branca), Laís Martins (peão branco), Luana (torre
branca), Herbert Gabriel Andrade (rei preto traído), Ana Gabriela Medeiros
(rainha preta traiçoeira), Daphine Quintanilha (bispo preto em crise), Rodolfo
Ribeiro (torre preta na primeira apresentação) e Laryssa Barrozo (mensageira
final).
Os
poemas usados nas falas da peça foram: "Fui peão e cavaleiro", da
portuguesa Maria Pimental Montenegro (1925-1970), "Escuro o primeiro plano
mais evidente se torna", do português Fernando Guerreiro, "Na vida
somos iguais", do português Reinaldo Ferreira (1922-1959), poema
neo-concreto de Marília Campos Oliveira, "(Não) Era uma Vez", de
minha autoria, "Em uma partida de xadrez", do professor-poetatleta e
idealizador do Torneio Xeque-Mate Genaldo da Silva Lial (escrito especialmente
para o esquete), pensamento de Fabio Campelo e trecho da letra de canção
"Vamos jogar xadrez", composta por Valdivino A. Almeida. A concepção
da peça foi construída por mim e o roteiro - desenvolvimento da concepção - foi
elaborado pelos próprios artistalunos. O cenário foi construído com materiais
que o Genaldo já possuía (inclusive o palco-tabuleiro) e o figurino foi
concebido pelos próprios artistalunos.
O
esquete "Xadrez Poesia" teve o apoio de toda equipe da Escola
Municipal Alcino Francisco da Silva e foi uma forma de homenagearmos o
fodástico evento idealizado e organizado pelo mais-que-fodástico Professor de
Educação Física Genaldo Lial da Silva.
Abaixo
posto o vídeo das duas apresentações (cada uma filmada por um ângulo/posição) e
os poemas utilizados na apresentação do esquete “Xadrez Poesia”, do Luz,
Câmera...Alcino!
Xeque-Mate
e Arte Sempre!
EM
UMA PARTIDA DE XADREZ
Cumprimento
a minha frente um forte adversário
E
minhas negras peças ainda somam dezesseis
Tão
grande e fascinante, és tu jogo lendário
Inicio
agora, uma difícil batalha no xadrez:
Empurro
meu peão que avança com alguma timidez
Quem
me dera ser um mestre e ter alguma altivez
Neste
jogo que, entre dois, cada um tem sua vez!
Hoje
popular, mas que outrora foi somente de nobres e os reis
Inspirado
por Deus, com certeza, foi o sábio que o fez
Quem
o aprende não consegue jogá-lo somente uma vez
O
poeta que vos fala, do forte adversário, já virou freguês
És
jogado por todos os povos, do brasileiro ao polonês
Comentado
em todas as línguas, em árabe e também em português
Em
terras tupiniquins, chegaste com pompa e
sisudez
Mas,
aos pouquinhos, conquistaste este povo que te chama de xadrez
E
agora, peço desculpa e licença a todos vocês,
Pois,
no tabuleiro da minha mesa, chegou de novo a minha vez.
Genaldo
da Silva Lial
“Escuro
o primeiro plano mais evidente se torna
ao
longe e por contraste
a
profundidade do quadro.
Deste
modo o que os dois homens antes de mais
num
primeiro plano jogam
é
o arbitrário,
o
que serve de suporte
a
todo o edifício, do quadro.
Ao
moverem o tabuleiro
os
dois homens fixam a própria sorte
e
o acaso (agora parado)
da
jogada”
Reinaldo
Ferreira (1922-1959)
“Fui
peão e cavaleiro
deste
jogo de xadrez.
Percorri
o tabuleiro
em
jeito diagonal
pela
mão da fantasia,
Mas
surgiu a dama preta
mais
o bispo transversal,
e
perdi a minha vez.
Já
dei xeque-mate ao rei
e
desde então até agora
(por
meu bem ou por meu mal)
sou
torre de pedra branca,
firme,
ereta e vertical.”
Maria
Pimental Montenegro (1925-1970)
“Na
vida somos iguais
Na
vida somos iguais
Às
peças que no xadrez
Valem
o menos e o mais,
Segundo
o acaso que a fez.
Do
mesmo cepo nascer
Para
as batalhas pensadas,
Aos
mais, peões de perder,
A
raros, ficções coroadas.”
Reinaldo Ferreira (1922-1959)
(Não)
Era uma vez
Era
uma vez
Ao
mesmo tempo que não era a vez de ninguém
Era
uma festa
Ao
mesmo tempo que não era pra se festejar
Era
minha casa
Ao
mesmo tempo que não me sentia no meu lar
E
você lá estava
Ao
mesmo tempo que se mostrava distante
Enquanto
você sorria, eu chorava
Ao
mesmo tempo que escondia minhas lágrimas
E
a culpa foi totalmente sua
Ao
mesmo tempo que nunca foi
Eu
me sentia traído por você
Ao
mesmo tempo que traía meus sentimentos
Tentei
manter as aparências
Ao
mesmo tempo que não mantive nada
Fui
um rei em xeque-mate
E
mesmo assim blefei
Mas
blefes não valem num jogo de xadrez.
Carlos
Brunno Silva Barbosa
“A
Vida é como um Jogo de Xadrez...
Um
erro pode acabar com tudo, então pense antes de agir...
Mas
lembre, se demorar demais, o Tempo acaba.
E
você perde o Jogo.”
(pensamento
de Fabio Campelo)
“(...)
Vamos
jogar xadrez
Vamos
jogar xadrez
Nós
todos já aprendemos
Agora
é sua vez
(Bis...)
(Final:)
– Xeque-mate!”
Valdivino A. Almeida
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