Madrugada, outro dia acorda e adormece a data de mais um aniversário
meu... Fico com os parabéns dados pelos fodásticos amigos, artistamigos e
leitores amigos guardados na mente e no coração, enquanto uma neve invisível
beija meu rosto, me felicitando mais um ano e, ao mesmo tempo, lembrando que o
tempo não para, continua passando. E outro poema vem brindar mais uma passagem
de tempo, meu presente lírico a todos que me felicitam e tornam essa data
especial:
7 de maio (após os trinta e cinco)
Cá estou eu
com aquele sorriso
chorado de alguma nota cinza
de Joy Division
recebendo as felicitações de amigos
cheias de parabéns coloridos,
com refrões populares e pops
quase tão New Order:
sinto a febre viva do falecido Ian Curtis
nas insurreições comemorativas e
insanas
de meus amigos sãos
como se fizéssemos festa
no minuto mais melancólico
de um velório
ou no momento mais tenso
de uma exumação.
Comemorar aniversário
após os trinta e cinco
é como celebrar com lágrimas de fogo
a cobertura de neve, assassina de infinito,
sobre o corpo-bolo adoçado de vazios:
parece apenas triste, quase bobo,
mas é um triste bonito,
de uma beleza boba indescritível,
é como buscar nos vãos desvios
várias formas de fazer labirintos
pra jamais chegar ao fim do caminho.
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