Janeiro é um mês de viagens externas, internas, poéticas, eternas. È momento de pesar (ou não pesar) seu eu (ou seus eus líricos), é momento de sentir o peso dramática de um poema fodástico. Por isso, hoje compartilho um dos poemas que mais iluminaram meus olhos nas leituras retrospectivas de 2014: o mais-que-fodástico “Drama”, do “Diário de Viagem para Espantalhos e Andarilhos”, da magnífica poetamiga Patricia Porto, nascida em São Luís/MA e residente em Niterói.
Há tempos acompanho as viagens líricas de Patricia Porto através da rede virtual – algo como “nunca te vi, mas sempre amei tua poética” (quem quiser conhecer mais poemas dessa fodástica escritora, aqui segue o link do blog atualizado pela autora: http://pporto.blogspot.com.br/ ). O poema “Drama”, que posto hoje e que marca a estréia de Patricia Porto nas Solidões Compartilhadas deste blog, é um dos meus favoritos entre os diversos e fodásticos poemas da autora. “Drama” é um daqueles poemas de raro, rico e refinado lirismo, para ser colocado no rol das obras-primas que desconhecem a poeira do tempo e brilham na eternidade.
Boa Viagem ao “Drama” de Patricia Porto, amigos leitores, e Arte Sempre!
Drama (Patricia Porto)
Apenas me viaje
nessa dura palavra de hoje,
me dissolva desse gosto de ser mais metal
- mais que pensei, uma piada estúpida de corte.
Viajar é ser a estrada. Venha...
Ando morando em meu silêncio horas demais.
Converso com meu estrangeiro em outras línguas.
Não me reconheço em nenhuma, nenhum rosto
tem o meu rosto. Nenhum nome leva o meu peso.
O poema pesa e minha poesia é esse grama que minha indolência não apara.
(de Patrícia Porto In: Diário de Viagem para Espantalhos e Andarilhos)
Quadro "conversa de estrangeiro", de Ana de Medeiros |
Que nunca sejam aparadas , para nosso deleite . Linda demais .
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