Quadro do artista plástico e caricaturista mineiro Mônico Reis. Caso queiram conhecer melhor o trabalho do fodástico artista, visitem seu blog (segue o link: http://monicoreis.blogspot.com.br/) |
Passeando por arquivos antigos de meu jurássico (porém,
ainda extremamente útil) computador, reencontrei velhos poemas de jovens
poetalunos que tive o privilégio de conhecer na época em que eu lecionava na
Escola Municipal Nadir Veiga Castanheira, em Três Córregos ,
Teresópolis/RJ.
Entre os arquivos encontrados, revi o poema “Domingo”,
escrito por Roberto Carlos Ferrari Júnior. Na época (2007), o aplicado
poetaluno estava no oitavo ano (antiga sétima série) e, após eu fazer uma
oficina poética sobre poemas de família, Roberto Carlos Ferrari Júnior, com sua
extrema dedicação e rigor (ele passou pelo oitavo ano com notas louváveis),
produziu o poema “Domingo”, no qual o talentoso rapaz descreve liricamente um
dia de domingo com a família. O poema ainda sagrou-se terceiro colocado no
Concurso de Poesias realizado na escola. Há pouco tempo, revi a mãe do rapaz e,
segundo ela, Roberto Carlos Ferrari Júnior segue firme seus estudos e,
atualmente, está na faculdade (se não me falha a memória, ele está fazendo
Direito).
Reparamos no poema de Roberto Carlos Ferrari Júnior um
rigoroso trabalho rítmico (reparem que as rimas em ar, ainda que pobres – ou
seja, rimas de palavras da mesma classe gramatical, no caso verbos -, buscam
retratar o conforto e alegria de estar em família [rimas em ar são abertas,
transmitem positividade, energia, etc]), um lirismo encantador que sublima
acontecimentos simples do cotidiano familiar somado a um verso final que
arremata de forma grandiosa e bela o fodástico poema (soa até melancólico para
nós, pessoas mais velhas, que percebemos a desintegração gradativa da unidade
familiar tradicional, à medida que perdemos familiares e/ou o tempo voraz vai
consumindo e desgastando as relações familiares).
Um belo poema chamado “Domingo”, de Roberto Carlos Ferrari
Júnior, para brindar o belo domingo de sol de hoje, cheios de boas lembranças e
ao lado de minha mãe Vanda, de minha namorada Juliana e de um lirismo inconfessável
que me faz sorrir (e, às vezes, chorar...). Boa leitura, amigos leitores!
Domingo
No domingo
nós cinco em volta da mesa
a almoçar.
Depois, na piscina,
eu e minhas irmãs a brincar.
Depois de brincar
meu pai me chama
para ver o jogo do Fla.
Ao torcer, meu pai e eu
fanáticos a gritar.
No gol, a emoção
de ver o Mengão campeão.
Minha mãe a cozinhar
chama-nos para lanchar.
Após assistir à televisão,
minha família vai se deitar.
Mais um
domingo de paz...