Janeiro é mês de férias e também de retrospectiva do ano
anterior. Hoje lembro-me da primeira vez que ouvi o mais-que-fodástico CD
“Réquiem for the rockets”, da banda de blues rock Motocircus, de São José do
Rio Preto/SP (deixo aqui alguns links pra que também conheçam essa fodástica banda
– a página deles no facebook: https://www.facebook.com/pages/MOTOCIRCUS/280892265261552?fref=ts e no site “Toque no Brasil”: http://tnb.art.br/rede/motocircus ): já passava do
meio do mês de agosto de 2013, quando comprei essa preciosidade musical das
mãos do baixista da banda (e também fodástico cartunista e desenhista) Alex
Sander, durante a abertura da 40.ª Edição do Salão Internacional de Humor de
Piracicaba/SP – eu tinha sido classificado no concurso nacional de microcontos
da cidade e aproveitei pra conhecer o mais famoso e tradicional evento de lá;
adquiri o CD citado, algumas revistas em quadrinhos fodásticas de Alex Sander (que
me inspiraram a criar novos poemas, já publicados aqui no blog, em postagens do
ano passado) e de outros desenhistas e cartunistas e colecionei diversas
caricaturas minhas feitas por expositores do Salão e voltei para
Teresópolis/RJ, com a alma radiante e lotado de trabalho, pois precisava
compensar na escola os dias que viajei.
Consequentemente, devido a alta carga de trabalho, fiquei
com o CD da banda Motocircus por alguns dias em estado de inércia, sem ao menos
tirá-lo da mochila. Numa tarde nublada (uma das poucas tardes na qual não
trabalhei e dei folga pra mim mesmo nas correções de atividades em casa), após
uma manhã cansativa (daquelas que parecem que nada deu certo), resolvi finalmente
retirar o CD “Réquiem for the rockets” da mochila e ouvi-lo: putz! um blues
rock potente invadiu o quarto, a tarde nublada parecia aos poucos permitir a
aparição do raro sol e todas as dores de um dia ruim pareciam passar num piscar
de sons. Yeah, vontade de pular, agitar, apagar os momentos ruins e me renovar.
Ouvi o CD três vezes seguidas bem alto, para delírio ou horror (para os
admiradores de outros estilos, boa música pode ser um pesadelo rs) dos
vizinhos.
Com o tempo, além de Alex Sander, que conheci pessoalmente,
fiz amizade virtual, através do facebook, com outro fodástico músico da banda,
Kaio Páttero (voz, guitarra e violão), e lhe prometi, antes do fim de 2013, uma
resenha sobre o mais-que-fodástico CD “Réquiem for the rockets” (quem acompanha
esse blog, sabe que o que tudo que admiro e que me contagia vira conteúdo
essencial de releitura ou homenagem lírica produzida pelo
blogueiro-professor-poeta-pateta que vos escreve). Devido à intensidade de
eventos artísticos e trabalhos como professor, o texto que prometi a Kaio
Páttero ficou tocando em minha cabeça, mas só no finzinho de dezembro consegui
parar para escrevê-lo e assim cumprir minha promessa em parte, pois, depois de
muito tempo com o texto dançando em minha cabeça, a tal resenha virou um gênero
textual híbrido, misto de resenha, prosa poética, conto e crônica (quem
acompanha esse blog, também sabe que este artista louco que vos escreve,
fã-nático por Kafka, rockpoema e Dom Quixote, adora misturar gêneros textuais).
O resultado está aí embaixo, junto com alguns vídeos da
banda Motocircus, pra ler, ouvir, pular, sonhar e liricamente enlouquecer,
amigos leitores!
No tempo de um “Requiem for the rockets”
Você chegou cansada em casa,
baby, a casa está tão bagunçada quanto você. Há algo nublado demais no tempo,
talvez aquela nuvem negra no céu seja algum sonho seu que se perdeu na
juventude. Seu corpo cai preguiçosamente sobre a cama, há pouca vida em seus
movimentos. Suas mãos rastejam sobre a pilha de CDs, próximas a sua cama; você
procura algo que não encontra há tempos. Um dos CDs se destaca em sua procura,
você o retira da pilha: “Requiem for the rockets”, da banda Motocircus. Na
capa, diversas caveiras sob uma névoa de notas musicais – uma daquelas caveiras
podia ser você, baby, talvez elas também estejam fugindo da falência da vida
como você. Num esforço descomunal contra o corpo encharcado de preguiça e
rotina, você se levanta, coloca o CD no aparelho, liga o som no volume máximo
e, antes que retorne pra cama, um fodástico blues rock atira-se contra sua
inércia, baby: “Listen to the sound now baby / Scream and drive me crazy / And
stand up stand up” E você grita e você fica louca e o céu lá fora perde aquela
nuvem negra e o sol retorna com brilhos de guitarra e, a cada faixa, você voa
cada vez mais alto pelo rock’n roll, baby! Shakalaka Boom e Lord Jim abre as
portas de sua percepção, beija sua face e lhe diz: você está viva, você nunca
esteve tão viva, baby! Sua querida mãe,
outrora tão distante, seu coração exposto, as noites passadas em shows de rock,
todas as sensações que você pensava estarem esquecidas dançam do seu lado, baby,
você nasceu pra se mover, pra pular, pra viver, no ritmo do “Requiem for the
rockets”, que você agora ouve sem parar, pela continuidade da liberdade e de
algo mais que jamais se acabará. Não, baby, o sonho jamais acabou; basta
manter-se de pé e colocar o CD da banda Motorcircus pra tocar mais uma vez.
Grande sugestão! Curti muito a banda!
ResponderExcluirAbraço, Brunno!