Yeah, amigos leitores, trago boas novas! Mais um poema de
minha autoria foi premiado: o inédito “Confissões de Martinho Alighieri para a
morena Iracema”, um tributo aos imigrantes italianos, recebeu segundo lugar no
Concurso de Poesias Serra Serata – 2013, Categoria Outras Cidades, em
Petrópolis/RJ.
Há tempos, desde minhas aulas iniciais de Cultura Italiana
com Professor Savastano em Valença/RJ que tinha prometido pra mim mesmo e para
professor que eu faria um poema em homenagem aos milhares de imigrantes italianos
que enriquecem a cultura de nossa múltipla região brasileira. Mal comecei o
curso e tive que interrompê-lo pra, na época, trabalhar como professor em
Teresópolis/RJ. Deixei o curso, mas a promessa ficou em minha memória.
Quase 10 anos depois, quando vi o regulamento do Concurso de
Poesias Serra Serata, com o tema ‘Passione’, achei uma oportunidade para
cumprir a promessa que fiz ao Professor Savastano. Para essa tarefa poética,
modifiquei até meu estilo, buscando uma forma mais clássica, contraposto com
minhas formas modernistas, com versos metrificados (cada verso possui 7 sílabas
poéticas), linguagem padrão (evitei a informalidade usual de diversos outros
poemas meus) e uso de algumas rimas internas e, principalmente, externas para o
ritmo do poema. Associei meu eu lírico, o imigrante italiano enamorado com a
nova terra, ao personagem Martinho extasiado com a musa Iracema, do célebre
romance “Iracema” de José de Alencar. Devido às dificuldades de viagem dos
primeiros italianos para nossa terra, acabei associando o meu eu lírico com o
protagonista da obra épica “A Divina Comédia”, do poeta italiano Dante
Alighieri, que passa pelo Inferno até o Paraíso para encontrar sua amada
Beatriz.
Que o Brasil mantenha essa semente intensa de passione que
os corajosos imigrantes italianos tão amorosamente plantaram em nossas terras,
amigos leitores!
Confissões de Martinho Alighieri para a morena Iracema
Exposto a insalubres ares,
Dentro de escuro navio,
Atravessei verdes mares
Pra me aproximar de ti
E ter teus seios gentis
Sempre firmes em meu peito.
Perto de ti, ó Brasil,
Longe das cinzas vorazes,
Toco sonata sutil
No balanço do pandeiro;
Oferto o amor mais febril,
Minha paixão mais anil
Pra te pintar do meu jeito!
Com a tinta mais feliz,
Nua de cores hostis,
Acalmar-me-ei em teu leito
E pintar-te-ei Beatriz,
Meu paraíso perfeito!
Nossa realmente clássico!Vi o personagem passar por várias intempéries,e ainda consegui enxergar a vista virgem do Brasil!!Belo
ResponderExcluirabç
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