sexta-feira, 11 de março de 2022

Solidões Compartilhadas Magistrais Femininas: A Leal Menina Poeta que ascendeu Leal Poesia Mulher e a Elisa cujo Carvalho serve de abrigo lírico para todas as loucuras líricas lúcidas do mundo físico e imaginário

Hoje compartilho minhas solidões líricas coletivas
com as musas divartistativistamigas mais que fodásticas
Elisa Carvalho (à esquerda da foto) e
Raquel Leal (à direita da foto). 
E eis que retorno ao blog, após um longo período de procrastinação para saídas boêmias carnavalescas e mais após ao retorno e readaptação dos afazeres e trabalhos diários sóbrios. Demorei tanto tempo pra retornar que perdi datas comemorativas que sempre gosto de destacar, entre elas o carnaval e principalmente o Dia Internacional da Mulher. Como não tenho nenhuma justificativa viável pra tamanho sumiço (sou um bipolar virtual – às vezes me conecto demasiadamente, às vezes fico completamente off-line, às vezes por pura preguiça e/ou desinteresse, às vezes por compromissos reais, às vezes só por às vezes só pra variar), trago nesta postagem minha homenagem lírica às mulheres com um carnaval de solidões compartilhadas magistrais femininas.
Para abrir o bloco do desfile de mulheres poetas mais que fodásticas trago duas grandes musas divartistamigas iluminadas, autoras de obras de máximo lirismo e também destacadas artistativistas culturais. São elas as musas divartistamigas volta-redondenses mais que fodásticas Raquel Leal e Elisa Carvalho.
As duas musas divartistamigas mais que fodásticas possuem estilos bem diferentes, mas que, talvez por isso, e apesar de toda completude de cada uma das citadas já ser consolidada, elas se complementam.
Raquel Leal, musa divartistamiga que já foi a menina do quarto de voar, hoje é a mulher do quarto voador, seu lirismo já não apenas almeja o pássaro dourado do lirismo apurado, já gesta suas próprias asas infinitas feridas de imortal beleza. Tem uma poética intimista versátil que se alimenta das influências leitoras dela, mas numa degustação não passiva: suas obras admitem as influências, mas as ressignificam num estilo próprio, só seu, num arrebatamento arrebatador (ou num arrebatador arrebatado?) [vide o poema “Antropologicamente sedenta”, de autoria de Raquel Leal, em outra postagem aqui do blog – se gue o link: https://diariosdesolidao.blogspot.com/2013/01/solidoes-compartilhadas-os-desejos.html ). Tive a honra de ler seus poemas à primeira vista (ela os havia mostrado a poucos) e também de lançá-la no cenário das letras com seu sempre marcante e magnífico “Quarto de voar” (evidentemente também aqui no blog – segue o link: https://diariosdesolidao.blogspot.com/2012/07/solidoes-compartilhadas-o-quarto-de.html ). Hoje em dia, ela possui uma coluna no site da também mais que fodástica divartistamiga Elayne Lacerda. Os poemas de Raquel Leal são lançados no site toda quarta-feira; segue o link (tem magníficos poemas raquelealianos e elaynilacerdianos lá): http://www.elyanelacerdda.com/ . De Raquel Leal compartilho estas solidões poéticas coletivas como duas magníficas prosas poéticas dela e com um poema maravilhoso dela, escrito em 8 de março do ano passado, dedicado ao Dia Internacional da Mulher, e feministimagicamente hiperconsciente e progressista diante dos desafios diante desta nossa terrível realidade doente e retrógrada.
Elisa Carvalho, musa poesia em movimento divartistamiga, dispensa apresentações: parafraseando Drummond, se não gosta dos poemas de Elisa Carvalho, não há nada de errado com ela, foi o seu ouvido leitor que entortou. Sua arte é uma louca magnificamente lírica de peito aberto pro bombardeio de contradições do mundo – sua poética exterioriza suas reflexões ora melancólicas, ora esperançosas, mas sempre fascinada para as melhores loucuras do mundo e combativa para toda sordidez antiestética humana. Elisa, com sua arte multifacetária [incluindo-se em múltiplas experimentações, de premiadas letras de músicas, poemas minimalistas, instapoemas, poema imagem, poemas longos, bate-papos beats, tudo combina com o seu harmonioso caos perfeito de imperfeições gloriosas], abraça o mundo, a vida, consola os perdidos, perde-se junto e junta se reencontra, é a rainha deusa diva musa mortal do caos harmonioso lírico absoluto imortal. Aqui só trago uma mínima mostra do repertório lírico grandioso de Elisa; se quiser conhecer mais (tenho certeza que vai querer, amigo[a] [e] leitor [a] [e]), segue o link do instagram dela, onde são postados os poemas dela que aqui destaco e muitos outros: https://www.instagram.com/elisacarvalho.holos/ . De Elisa Carvalho trago um de seus instapoemas com o vídeo com o qual ela reverencia sua mais que fodástica arte poética, e outro poema com ilustração feita por ela mesma (que me lembra o também magnífico mestre poets influenciador dos beats Kenneth Patchen [ sim, Elisa está à altura e às vezes talvez acima dos mestres autores que me influenciam e tanto me fascinam).
Agora deixemos as mais que fodásticas artes de Raquel Leal e de Elisa Carvalho falarem e nos fascinarem por si só, amigos leitores.

Prosas poéticas de Raquel Leal

Ela provava com a ponta dos dedos cada palavra-verso que encontrava através de um mundo-vocabulário subjetivo e obscuro, por isso, infelizmente, nem sempre compreendia o conceito. Então procurava nas peças de um quebra-cabeças semântico, o léxico do ser que se expressava descontinuadamente. Este dava-se como o vento, imprevisível como o tom de voz de quem carrega muitos em si. Lia com a ponta dos dedos aquele que escrevia como se tivesse visto inimagináveis guerras e também paraísos impenetráveis. Habitava cada horizonte que a lingugem daqueles versos inclassificáveis, mostrados através de frestas, lhe abriam e sorria no intervalo existente entre o encaixe de cada peça do quebra-cabeças e a certeza da imprecisão interpretativa, mas libertava-se com o que imaginava ter compreendido. O sorriso que cada verso ganhava justificava cada dúvida e o que não compreendia deixava de ter seu foco, pois o mundo que era aberto através dos poemas lidos era infinitamente maior que qualquer certeza abstrata, afinal um poema precisa ser sentido e estes tocavam-na. Seus dedos possuíam a abertura necessária para a entrada das luzes sombreadas existentes naqueles versos, então observando a si, pode compreender que o poeta é sempre um poema novo, e assim completou o quebra-cabeças de intermináveis paisagens.
Raquel Leal

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As férteis horas da madrugada foram alteradas, pela estrela momentaneamente diurna, linear e simétrica aos próprios desejos de vida. Assim, palavras solares se agruparam em constelações e o charme elegantemente comprometido com a literatura, jamais se separaria da sua mão esquerda. Há sublimidade genuína em cada traço que rodeia seu corpo-poema dialógico e transcendental, pois atravessas as bibliotecas com a segurança de quem aprendeu à luz dos antigos mestres, tornando-se o próprio mestre. Seu olhar atento, sagazmente treinado, reconhece de longe a palavra-chave de quem calado ensaia um sorriso lírico, e generoso oferece uma ampulheta com areias de sonhos, contendo segundos intermináveis a quem deseja ter-lhe perto.
Raquel Leal


Resistência é potência

Quem disse que a única mulher, em meio a tantos homens, é o ponto vulnerável na resistência?

Quem disse que não é ela a potência que faz vibrar tornados e vendavais?

Quem disse que ela não é a que faz e refaz, trazendo o justo gosto de haver à frente?

Quem disse que não é ela, a bela aguerrida, a doce saliva da paciência que sabe renascer na renascença de novos tempos, sem vírus e sem dor.

É ela, a dona do calor, as mãos do sol espalhando o fulgor da esperança, da criança, da menina do ventre poético que não se cansa de ser a palavra que faz brotar a força de gerar nos mais infinitos cantos a capacidade de melhorar a vida.

Vacina é ela!!

Aquela, esta, ela, sou eu!!

Somos todas num mesmo tempo protegendo a todos...
Raquel Leal


Instapoema de Elisa Carvalho




Poema com ilustração (Ilustrapoema / Inatapoema / Poema visual / Visual poemático?) de Elisa Carvalho


Para quem sai, sem poder olhar pra trás.
Levando apenas o corpo necessário
para implorar pela paz
enfrentando o deserto da indiferença,
que esta dor não nos tire alguma crença.
Elisa Carvalho

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