Tenho visto governantes divulgarem a sanção de decretos sobre o fim do uso obrigatório de máscaras - até aí tudo bem, faz parte da função e do circo do círculo político vigente, porém, contudo, entretanto, todavia, comemorarem isso como um grande feito político histórico é de uma cretinice sem fim.
O meu miniconto inédito, escrito há pouco, dentro do ônibus, mascarado entre mascarados desmascarados, foi inspirado nisso.
Espero que gostem, queridos leitores mascarados, desmascarados, desmascaradores e/ou (sub/sobre)naturais.
De(s) Mascarados
Comemorou com silencioso sarcasmo o decreto que previa o fim do uso obrigatório das máscaras. Diante do espelho, colocou uma máscara de pano e a retirou. Sorriu novamente maquiavélico: tranquilo, ninguém repararia; sua outra, mais antiga, nenhum decreto lhe retiraria. Saiu de casa, impune, com a máscara lavada para mais um desfile rotineiro pela passarela sórdida de sua vida.
Uau! Desmascaramentos são cada vez mais subliminares. Não há precisão na verdade, mas ainda e sempre há necessidade de sorrisos. Então que os mascarados lavem seus rostos, quase de pau, e nós outros sigamos apenas com as máscaras de pano, com sorrisos às vezes desguardados.
ResponderExcluir