quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Solidões Compartilhadas: O retorno de Maria Eduarda Ventura, a poetamiga dona absoluta de sua própria história


ÚLTIMO dia do mês de janeiro, fim de férias de professores e alunos, verão continuamente radiante, sol intenso, proximidade do retorno às aulas: tais elementos me lembram e destacam a artistamiga teresopolitana, outrora artistaluna [premiadíssima] da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, Maria Eduarda Ventura (para os mais próximos Duda Ventura), com quem compartilho minhas solidões poéticas nesta postagem de 31 de janeiro de 2019.
Dona de um lirismo intenso e radiante, Duda Ventura não passa pelo mundo como inofensiva e passageira nuvem – extremamente crítica, sua poética prefere provocar marcantes tempestades ou sóis ferozes. No fim do ano passado, fez participação superespecial no último sarau de 2018 na escola onde ela iniciara sua trajetória poética, trouxe um novo poema, de temática feminista, e demonstrou que seu lirismo continua brilhante, contagiante e cada vez mais maduro – sim, senhoras e senhores leitores, a poetamiga Duda Ventura continua vívida, cada vez melhor e mais sublimamente certeira em seus posicionamentos líricos críticos.
Hoje trago aos amigos leitores o novo poema de Duda Ventura e o vídeo no qual ela apresenta o mais que fodástico texto lírico durante o último sarau de 2018 na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva. Leiam, apreciem e curtam sem moderação!

Pare de olhar para minha barriga e meu peito
Pare de olhar pro meu corpo desse jeito
Não sou uma donzela em perigo em um vilarejo
Muito menos um objeto de desejo
Sou uma obra de arte
Perambulando pelas ruas todas as tardes
Agora sou  dona da minha história
Ansiosa para construir novas memórias
Sem dor e cicatrizes
Quero me expor em marquises
Para que todos saibam que agora sou livre
Livre dos padrões das amarras que me prenderam durante anos
Acabando com meus sonhos e planos
Porém agora eu digo não
NÃO AO PADRÃO, NÃO AO PATRIARCADO
Não ao desdém ao meu sexo amado
Não a desvalorização do mulherão da porra
Que não se deixa mais ser tratada como zorra!
Maria Eduarda Ventura



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