ÚLTIMO dia do mês de janeiro, fim de férias de professores e alunos, verão
continuamente radiante, sol intenso, proximidade do retorno às aulas: tais elementos
me lembram e destacam a artistamiga teresopolitana, outrora artistaluna
[premiadíssima] da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, Maria Eduarda
Ventura (para os mais próximos Duda Ventura), com quem compartilho minhas
solidões poéticas nesta postagem de 31 de janeiro de 2019.
Dona de um lirismo intenso e radiante, Duda Ventura não passa pelo
mundo como inofensiva e passageira nuvem – extremamente crítica, sua poética
prefere provocar marcantes tempestades ou sóis ferozes. No fim do ano passado, fez
participação superespecial no último sarau de 2018 na escola onde ela iniciara
sua trajetória poética, trouxe um novo poema, de temática feminista, e
demonstrou que seu lirismo continua brilhante, contagiante e cada vez mais
maduro – sim, senhoras e senhores leitores, a poetamiga Duda Ventura continua
vívida, cada vez melhor e mais sublimamente certeira em seus posicionamentos
líricos críticos.
Hoje trago aos amigos leitores o novo poema de Duda Ventura e o vídeo
no qual ela apresenta o mais que fodástico texto lírico durante o último sarau de
2018 na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva. Leiam, apreciem e curtam
sem moderação!
Pare de olhar para minha barriga e meu peito
Pare de olhar pro meu corpo desse jeito
Não sou uma donzela em perigo em um vilarejo
Muito menos um objeto de desejo
Sou uma obra de arte
Perambulando pelas ruas todas as tardes
Agora sou dona da minha história
Ansiosa para construir novas memórias
Sem dor e cicatrizes
Quero me expor em marquises
Para que todos saibam que agora sou livre
Livre dos padrões das amarras que me prenderam durante anos
Acabando com meus sonhos e planos
Porém agora eu digo não
NÃO AO PADRÃO, NÃO AO PATRIARCADO
Não ao desdém ao meu sexo amado
Não a desvalorização do mulherão da porra
Que não se deixa mais ser tratada como zorra!
Maria Eduarda Ventura
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