Na noite de terça-feira, dia 25 de julho, em comemoração ao
Dia do Escritor, aos 6 anos do blog e em pacífico protesto às ruínas tombadas
do antigo Casarão das Artes no coração cinza do centro da cidade, os
artistamigos do Sarau Solidões Coletivas se reuniram num bar próximo e, depois,
realizou uma intervenção poética relâmpago “em cima da hora”, em frente ao
Casarão das Artes em ruínas, na subida para a Catedral Nossa Senhora da Glória,
no centro da cidade de Valença/RJ.
Durante o tempo em que ficamos ‘bebemorando’ no bar, a
partir de uma ideia de Gabriel Carvalho e com tema sugerido por mim (as ruínas
do Casarão das Artes), produzimos um poema coletivo na hora a quatro visões
líricas, com colaborações de versos escritos por mim (formatados aqui no blog
em cor vermelha), por Gabriel Carvalho (em cor azul), por Dirce Assis (em cor
verde) e com versos de encerramento de Ronaldo Brechane (em cor preta). Hoje
trago ao blog o resultado dessa produção poética, juntamente com registros em
vídeo de fragmentos do Sarau, realizado pelo Canal do Youtube EcoCidade
Digital, de Lucimauro Leite (em breve, em outra postagem e canal, sairá outro,
com o sarau na íntegra, porém os vídeos produzidos pelo ativistartistamigo
Leite já registram com eficiência a aura irônica-lírica-comemorativa da
intervenção).
Boa leitura, amigos leitores! Sarau Solidões Coletivas, com muito Protesto e Amor, Omnia Vincit! Até breve e Arte Sempre!
Balada Arruinada
Para o Casarão das Artes, em ruínas, recentemente tombadas
As ruínas de teu corpo tombado
flerta com as lágrimas
que meus olhos não derramaram.
A enigmática presença
de teus muitos eus em chamas
me presenteia com um estranho sentimento
lascivo.
Transo com tuas trágicas trevas
e tuas chamas apagadas
afagam meu corpo.
Somos cinza
somos cinzas,
somamos cinzas
ao colorido que nunca foi,
ao colorido possível
que jaz natimorto nas tuas cinzas,
após o vermelho fogo
que a cidade cinza atirou em ti.
Essas ruínas me arruínam
- nem um gole de vinho?!?
Suave é a noite que me alivia,
oh, dor, oh, amor de um poeta louco
dos sonhos dourados,
me perder no abraço que tudo faz
esquecer
e aquecer!
Me lembrei de um blues,
me lembrei de Dylan,
me lembrei de um ultrarromântico momento
em tua canção
que não se esquece.
Esqueci algo que não sabia,
lembrei algo que não existiu,
esqueci que não sabia escrever,
mas lembrei que eu podia,
pelo menos, tentar
mais uma vez!...
Carlos Brunno, Gabriel Carvalho, Dirce Assis e Ronaldo
Brechane
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