Vivemos momentos tensos e históricos no Brasil e no
mundo - um entra e sai de ‘desgovernantes’
por todo Brasil , crise de valores (não, não estou falando de dinheiro,
estupefato leitor), crises por falsos valores (sim, agora tô falando de grana,
de corrupção, contemporâneo leitor), a realidade parece iniciar a contagem de
uma bomba-relógio por segundo, o universo ao avesso, a vida é uma trincheira e
a guerra é invisível, dentro de nós, o inferno são os outros, mas, se olharmos
sinceramente pro espelho mantido nos cofres impublicáveis da consciência,
encontraremos os mesmos demônios em nós mesmos.
O ‘Governo’ Temer, após um pouco mais de um ano de
governabilidade forçada, impopularidade e medidas maldosas, demonstra a mesma
fragilidade de seus antecessores, a máquina pública de favores secular exige a
continuidade da corrupção e, mais uma vez, o Poder Executivo em podre parceria com os
demais três Poderes (sim, há quatro poderes: Executivo. Legislativo, Judiciário
e Midiático) protagoniza outra vergonha nacional alheia – somos o país do
jeitinho, da propina, da troca de favores; o problema que o tal jeitinho
cresceu e virou incômodo, perdição sem volta, ‘desnação’.
Alguns dizem que a ‘casa caiu’ para as quadrilhas
políticas do Brasil, após as novas denúncias, mas, na verdade, a casa já estava
em ruínas, caída há tempos; moramos em um habitat desmoronado desde os
primórdios de nossa criação acostumada a jeitinhos que nunca ajeitaram nada que
preste em nossas vidas.
Hoje trago um poema passado que infelizmente
permanece contemporâneo, desgraçadamente atual...
A farsa
A farsa se fecha
e os amantes escondem as facas dentro das flores.
A farsa se fecha
e os preços aumentam a quantidade de sangue humano
nos açougues.
O Capitalismo impera
e os faustos vendem suas almas ao demônio
pra possuírem suas musas com cabelos de ouro.
A farsa se fecha
e as crianças alugam suas casas de brinquedos a
altos juros no Banco Imobiliário.
A farsa se fecha
e as promissórias disfarçam a quantidade de sangue
humano nos papéis verdes.
O Capitalismo impera
e os homens vendem seus corpos ao lucro
pra possuírem seus caixões com trancas de Midas.
(Poema extraído do meu quinto livro “Eu &
Outras Províncias: Progressos & Regressos”, de 2008)
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