segunda-feira, 6 de março de 2017

O Desentorpecer de Gilson Gabriel

A convite da divamiga Rose Almeida, o Sarau Solidões Coletivas retornou com o evento ”Sarau Coletivas In Bar: O retorno dos anjos caídos", na sexta-feira, após o carnaval, dia 03/03/2017, às 19h, no Restaurante Variedade & Sabor, situado na Travessa 27 de Janeiro, n.º 128, no bairro Água Fria, em Valença/RJ. Foi uma noite fodástica e inesquecível (em breve, estarão no youtube e aqui no blog os vídeos)! Lembrar do retorno do Sarau Solidões Coletivas é também reencontrar a mais-que-fodástica poesia do Mestre-Divo-Artistamigo-Maior Gilson Gabriel, parceiraço dos eventos realizados pelo blogueiro-poetamigo que vos escreve.
Enquanto os vídeos do “Sarau Coletivas In Bar: O retorno dos anjos caídos" não saem, nada melhor que desentorpecer com mais um mais-que-fodástico poema de Gilson Gabriel. Crítico liricamente ácido de nosso dia a dia, com formato poético meticuloso e vigoroso e influenciado pelo melhor do lirismo latino-americano (como Neruda, etc), Gilson nos traz uma formidável leitura poética dos nossos tempos e a busca incessante do poeta em, por meio da arte, resgatar a esperança aniquilada pelo contexto do desalento. Vale a pena ler e reler, ler e reler, ler e reler incansavelmente tamanha a beleza e energia dos versos de Gilson Gabriel, até que a vista, hipnotizada pelo fodástico lirismo dos escritos, abra as portas da percepção e abrace o projeto de um amanhã novo, com muita arte pra enfrentar os desgastes do precipitado e ferrenho agora.
Desentorpeçamos com o mais-que-fodástico poema do Mestre-Divo-Artistamigo-Maior Gilson Gabriel, amigos leitores! Boa leitura e Arte Sempre!

Desentorpecer (Gilson Gabriel)

O que dizer se já se disse tudo?
Se os amores já se frustraram,
os sorrisos se amarelaram,
os bandidos se delataram?

O que fazer se o que era pra ser feito o foi?
As máscaras caíram,
as muralhas ruíram,
o ontem se foi?

O que esperar se o sonho já se desfez?
As noites assombraram,
as manhãs se ofuscaram,
os anos se perderam?

Resta um futuro a ser posto.
Resta um amanhã pra nascer.
Resta um sim e um não a dizer.

O que pedir se tudo já foi negado?
O beijo virou fel,
o prato se quebrou,
a música silenciou?

O que querer se o desejo não é presente?
A criança faz-se ausente,
a mão é afago torpe,
o chão faz-se a cova ciente?

Para onde olhar se as vistas já se cansaram?
As nuvens se nublaram,
as aves de voar cansaram,
os horizontes se encurtaram?

Resta um futuro a ser posto.
Resta um amanhã pra nascer.
Resta um sim e um não a dizer.


2 comentários:

  1. Patricia Jacinto Vasconcellos6 de março de 2017 às 23:02

    O que dizer sobre esse plema de Gilson Gabriel? Por mais que procure palavras...elas se tornam pequenas diante da grandiosidade deste poema. Simplesmente espetacular!

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  2. Ler e reler, ler e reler, ler e reler. Resta esperança.

    ResponderExcluir

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