Há alguns
dias atrás (terça-feira passada pra ser mais exato), no ônibus no qual eu
retornava para casa, reencontrei Thainá Ramos, fodástica poetamiga e saudosa
poetaluna dos meus primórdios no magistério, quando eu dava aula na inesquecível
Escola Municipal Nadir Veiga Castanheira, em Três Córregos, região rural de Teresópolis/RJ.
Com um sorriso imenso nos lábios, ela me contou de sua vida atual – é mãe de 2
belas crianças, possui um marido compreensivo, que apoia o lirismo que ela
ainda traz consigo, e, naquele momento, ela estudava exaustivamente para o próximo
Enem. Durante o breve percurso do centro da cidade para Três Córregos, ainda
relembramos de grandes momentos na escola, quando eu lecionava para a turma
dela. Citei a fascinação que os textos dela sempre me trouxeram, ao fugirem dos
lugares comuns da poesia e sempre explorarem o lirismo do inusitado, do
imprevisível e exemplifiquei me lembrando de seu poema “Pontinhos”,
classificado em 2.º Lugar na Categoria Juvenil (de 13 a 17 anos) do 1.º Concurso Internacional de Poesias Gioconda
Labecca, em Campanha/MG (yeah, Thainá Ramos, bem jovem, já era destaque
internacional em concursos literários!). Thainá aproveitou o momento para
confessar que, no dia em que escrevera o premiado poema, ela estava sem assunto
e doida pra ir embora; só ficara naquele dia e, a partir da falta de assunto,
escrevera por eu ter insistido (tá, também confesso, eu a pressionei porque
sabia como ela escrevia bem) para que ela produzisse um poema para o concurso.
Aproveitei o
reencontro também para lhe pedir permissão para publicar os poemas dela que eu
guardara em velhos arquivos no meu antigo - quase jurássico - computador. Ela
permitiu e, a partir da minha chegada em casa, tratei de buscar os arquivos nos
caos de meu HD externo, onde guardo velhos arquivos dos quais me nego a me
desfazer. Após a caçada pelos labirintos de pastas e arquivos antigos,
encontrei 2 fodásticos poemas: o inesquecível, mais-que-fodástico e premiado
internacionalmente “Pontinhos” (o lirismo maduro e inusitado dessa obra-prima é
fascinante; impossível esquecê-lo – traz aquela inveja boa do tipo “poxa,
queria ter tido talento e criatividade pra escrever algo assim”) e o magnificamente
melancólico “Ausência” (esse também mandei para algum concurso literário, mas -
a meu ver, injustamente - ele não foi premiado).
E hoje,
amigos leitores, com a permissão da autora, tenho o privilégio de compartilhar
minhas solidões poéticas com esses dois mais-que-fodásticos poemas da
hiper-talentosa Thainá Ramos. Garanto que vocês gostar (os do lirismo fácil
podem estranhar, pois a arte dela é genuína, rara, mas jamais poderão negar o
brilho sublime dessa incrível autora)! Boa leitura e Arte Sempre, amigos!
Pontinhos
Estrelas são apenas pontinhos.
Pontinhos que fazem muita diferença,
Que às vezes deixam nossas noites mais
belas.
Noites que olhamos, paramos e ficamos
sem voz,
Noites que às vezes nem percebemos como
estamos,
Mas se prestarmos atenção naqueles
meros pontinhos,
Saberemos a bela paisagem que temos,
Só não saberemos desfrutar.
-Estrelas não são apenas pontinhos,
Só devemos saber desfrutar.
Ausência
Procuro teu olhar no vale da
solidão,
busco teu cheiro no meu colchão,
busco teu beijo na imensidão,
busco teu toque em minhas mãos.
Tento descobrir
para onde foram tuas qualidades
que me embriagaram
em belos momentos na tua presença
e que me deixaram à procura de ti
quando partiste...
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