domingo, 6 de novembro de 2016

Os Pontinhos e a Ausência Sublime nos eus líricos da genial Thainá Ramos

Há alguns dias atrás (terça-feira passada pra ser mais exato), no ônibus no qual eu retornava para casa, reencontrei Thainá Ramos, fodástica poetamiga e saudosa poetaluna dos meus primórdios no magistério, quando eu dava aula na inesquecível Escola Municipal Nadir Veiga Castanheira, em Três Córregos, região rural de Teresópolis/RJ. Com um sorriso imenso nos lábios, ela me contou de sua vida atual – é mãe de 2 belas crianças, possui um marido compreensivo, que apoia o lirismo que ela ainda traz consigo, e, naquele momento, ela estudava exaustivamente para o próximo Enem. Durante o breve percurso do centro da cidade para Três Córregos, ainda relembramos de grandes momentos na escola, quando eu lecionava para a turma dela. Citei a fascinação que os textos dela sempre me trouxeram, ao fugirem dos lugares comuns da poesia e sempre explorarem o lirismo do inusitado, do imprevisível e exemplifiquei me lembrando de seu poema “Pontinhos”, classificado em 2.º Lugar na Categoria Juvenil (de 13 a 17 anos) do 1.º Concurso Internacional de Poesias Gioconda Labecca, em Campanha/MG (yeah, Thainá Ramos, bem jovem, já era destaque internacional em concursos literários!). Thainá aproveitou o momento para confessar que, no dia em que escrevera o premiado poema, ela estava sem assunto e doida pra ir embora; só ficara naquele dia e, a partir da falta de assunto, escrevera por eu ter insistido (tá, também confesso, eu a pressionei porque sabia como ela escrevia bem) para que ela produzisse um poema para o concurso.
Aproveitei o reencontro também para lhe pedir permissão para publicar os poemas dela que eu guardara em velhos arquivos no meu antigo - quase jurássico - computador. Ela permitiu e, a partir da minha chegada em casa, tratei de buscar os arquivos nos caos de meu HD externo, onde guardo velhos arquivos dos quais me nego a me desfazer. Após a caçada pelos labirintos de pastas e arquivos antigos, encontrei 2 fodásticos poemas: o inesquecível, mais-que-fodástico e premiado internacionalmente “Pontinhos” (o lirismo maduro e inusitado dessa obra-prima é fascinante; impossível esquecê-lo – traz aquela inveja boa do tipo “poxa, queria ter tido talento e criatividade pra escrever algo assim”) e o magnificamente melancólico “Ausência” (esse também mandei para algum concurso literário, mas - a meu ver, injustamente - ele não foi premiado).
E hoje, amigos leitores, com a permissão da autora, tenho o privilégio de compartilhar minhas solidões poéticas com esses dois mais-que-fodásticos poemas da hiper-talentosa Thainá Ramos. Garanto que vocês gostar (os do lirismo fácil podem estranhar, pois a arte dela é genuína, rara, mas jamais poderão negar o brilho sublime dessa incrível autora)! Boa leitura e Arte Sempre, amigos!

Pontinhos

Estrelas são apenas pontinhos.
Pontinhos que fazem muita diferença,
Que às vezes deixam nossas noites mais belas.
Noites que olhamos, paramos e ficamos sem voz,
Noites que às vezes nem percebemos como estamos,
Mas se prestarmos atenção naqueles meros pontinhos,
Saberemos a bela paisagem que temos,
Só não saberemos desfrutar.

-Estrelas não são apenas pontinhos,
Só devemos saber desfrutar.

Ausência

Procuro teu olhar no vale da solidão,
busco teu cheiro no meu colchão,
busco teu beijo na imensidão,
busco teu toque em minhas mãos.
Tento descobrir
para onde foram tuas qualidades que me embriagaram
em belos momentos na tua presença
e que me deixaram à procura de ti quando partiste...

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