Chegamos a mais um dia de Jogos Olímpicos no Brasil e permanecemos com
pequenas conquistas de medalhas de ouro (fato previsível: se analisarmos a
geopolítica olímpica, aprendemos que países em crise e que pouco investem em
melhorias na educação, na saúde e na prática esportiva, com raras exceções,
devido a outros fatores como domínio de uma modalidade esportiva, etc, costumam
mendigar medalhas em Olimpíadas, mesmo que a edição dos jogos seja realizada em
seu território). Mas, se são raras as medalhas de ouro para o Brasil nessas
Olimpíadas, temos poetas pratas da casa que reluzem mais que o mais puro ouro –
mesmo num país que privilegia a falta de Educação e Cultura, cada vez mais
jovens se dedicam à escrita poética, mesmo que esta jamais lhe forneça um pódio
à altura da dedicação do jovem escritor. Um exemplo de poesia, lírica loucura, insistência
e resistência (sem os três últimos, os jovens poetas se tornam adultos que
sobrevivem para a realidade, mas que, ao mesmo tempo, se matam para o lirismo e
para o sonho) é a jovem e talentosa teresopolitana Diana Paim.
Conheci Diana Paim quando esta ainda era aluna na Escola Municipal
Alcino Francisco da Silva, na região rural de Teresópolis/RJ. Relembrando, ela
mesma admite nunca ter sido uma aluna nota dez, dona de uma preguiça imensa,
que a dominava em grande parte dos tempos de aula, mas era só lhe pedir uma
crônica, um poema, qualquer escrito lírico, que ela saía de sua inércia e
hibernação para transformar-se numa escritora febril e vibrante – era esse o
seu dom, o seu sonho e, ao mesmo tempo, o seu despertar. Depois que deixou de
ser minha poetaluna, temi que abandonasse essa qualidade lírica e, mais uma
vez, hibernasse para somente sobreviver na nossa crua realidade. Mas a menina
cresceu, virou mulher e, mesmo no meio do nosso mais duro e deserto concreto
real, continuou a plantar suas flores líricas, continuou a sonhar, a amar e a
escrever, mesmo em períodos de poucas e raras inspirações!
Hoje tenho o privilégio e imenso prazer de apresentar mais três obras
líricas douradas da super-talentosa poetamiga Diana Paim: o recente “Nem que
seja por um segundo”, escrito há cerca de um pouco mais de um mês, com uma
mensagem belíssima, altamente recomendada para os fãs de “Imagine”, de John
Lennon (erraste, John, o sonho não acabou; só sofreu releituras e se
re-transformou!), e dois poemas mais antigos, de cerca de mais de 2 anos atrás –
“Pouca inspiração para escrever” (escrito após uma luta contra a confessada
falta de inspiração que a poetamiga sofria), altamente recomendada para os fãs
de “Menino Bonito”, de Rita Lee (parte do poema me lembrou muito a letra desta
belíssima e magnificamente linda canção da rockstar brasileira) e “De repente”,
uma espécie de tratado lírico de resistência aos sentimentos e sofrimentos
adolescentes que persistem, mesmo quando crescemos.
Esqueçamos algumas carências de medalhas de ouro em nosso dia a dia e coroemos
com a poesia dourada da fodástica poetamiga teresopolitana Diana Paim com as
honrarias de nossa amorosa e fascinada leitura, amigos leitores!
Nem que seja por um segundo
Às vezes me perco nessa confusão,
nesses pensamentos loucos que vem e vão,
nessa vontade de mudar o mundo
nem que seja por um segundo.
Fico imaginando um mundo sem dor,
um mundo onde reinam apenas a paz e o amor,
queria que apenas uma vez as coisas fossem como meus pensamentos,
nos quais todos vivem sem sofrimento.
Imagina você como seria bom um mundo onde todos sorriem,
um mundo onde todos fazem o bem
sem olhar a quem.
Sabe, mesmo que o mundo diga não,
tenha fé e não se entregue à decepção,
pois, se alguém disse que seria fácil,
te enganou e se enganou também.
Mesmo que seja difícil, não deixe de lutar:
para o mundo mudar, basta você começar!
Procuro inspiração para escrever
Procuro inspiração para escrever,
procuro motivos pra te falar,
procuro coragem pra me declarar,
mas não consigo,
pois tudo que vem na minha cabeça
é o brilho dos seus olhos
que me faz sonhar,
é a curva do seu sorriso
que me faz viajar,
é o som da sua voz
que me faz flutuar.
Sou apenas uma menina comum,
mas quando te vejo,
mesmo não podendo te abraçar e nem te tocar,
sou a pessoa mais feliz do mundo.
Você me traz uma paz que vem acalmando meu coração e confortando minha
alma,
uma felicidade que toma conta de mim enquanto estou perto d você.
Todos os dias fico a sua espera e só d olhar você
já esqueço meus problemas e meu dia fica perfeito.
Sonho com o dia que vou te olhar e dizer te amo, quero você
e que nesse momento você me abrace e diga também te quero comigo.
De repente
E por algum motivo tudo mudou...
Aquela menina cresceu e virou mulher.
As dores do joelho ralado se transformaram em coração partido.
Foi tudo tão rápido - cresci e nem senti
Só agora que percebi que ainda vou ter muitas decepçães e desilusões
e que vai ser cada vez pior.
Por isso, há um tempo atrás, prometi pra mim mesma
nunca mais me apaixonar,
mas veja só no que deu:
hoje estou aqui sofrendo por mais uma decepção.
Quando você chegou, eu tive a certeza que dessa vez seria diferente,
que eu não iria me apaixonar e que seria feliz com você,
mas como sempre isso foi só uma ilusão
e em tão pouco tempo você já era tudo pra mim,
o meu motivo pra sorrir...
Eu e essa tal da paixão... será que algum dia daremos a mão???
Sinto-me cada vez mais cansada de correr da decepção,
pois quanto mais fujo dela, mais perto de mim ela está!!!
Gostosa!
ResponderExcluir