sábado, 14 de maio de 2016

Relembrando o Janeiro Lírico Regado A Matanza: O Sarau Solidões Coletivas no Aniversário de Breno Cocheto

Depois de um tempo bastante sumido do blog, retorno com uma fodástica lembrança de janeiro de 2016: A convite de Breno Cocheto e da poetamiga Patricia Correa, o Sarau Solidões Coletivas participou da festa particular (o aniversário temático de Breno “Vem pro bar – To Hell With Breno Cocheto”), na noite de sexta-feira, dia 22 de janeiro de 2016, no Bairro Canteiro, em Valença/RJ. A pedido do aniversariante, o sarau foi realizado em homenagem à mais-que-fodástica banda Matanza.
Nesta postagem, trago o meu inédito poema-homenagem à banda Matanza, "Vou pro inferno depravado com Matanza", escrito especialmente para o evento, e um vídeo que registra alguns momentos da galera do Sarau Solidões Coletivas realizado nessa mais-que-fodástica festa lírica idealizada por Patricia Correa, em janeiro deste ano.

Vou pro inferno depravado com Matanza

Vá pro inferno sagrado com seu cash em constante crash,
apatetado senhor do colapso bem administrado
rico em disparates golpistas e ultrajes a rigor,
pois eu ainda prefiro o velho e bom John Cash
- mesmo que ele me desça amargo,
é mais saboroso que provar seus ternos cheios de bolor.
Vou pro inferno depravado com meu tosco e belo rock'n roll.

Chorávamos em botecos sujos caminhões de sentimentos roubados,
enquanto uma rádio clandestina tocava a nossa vida maldita
num ritmo acelerado, com refrões gritados,
entre o ruído do insulto e a gratidão da consciência do horror,
e eu não tenho vergonha desse passado, meu ex-amigo,
eu ainda visito aquele velho bar desbotado,
- mesmo que o lugar seja amargo,
ainda é melhor visitado que seus pubs bonitinhos
cheios de assassinos fardados e pastores da dor.
Eu ainda me dirijo inteiro e embriagado
para o meu velho templo destroçado repleto de fúria e amor.

Vá pro inferno refinado com seu champagne importado e seus sucessos bastardos,
pobre diabo apodrecido nas roupas ricas de jovem capeta empreendedor
- mesmo que eu seja amargo,
ainda sou eu e meu eu é melhor que seu eu impostor
e eu não tenho medo de ir pro inferno miserável
vorazmente acompanhado por John Cash
protegendo meus filhos delírios, meus pesadelos sonhados,
num paraíso perdido de demõnios alados
que ainda tocam com ásperas harpas guitarras
aquela dor alegre que você esqueceu,
aquela dor feliz que meu eu sempre lembrou;
eu não tenho vergonha de seguir em frente,
mesmo velho e cansado, vou firme pro inferno depravado
com meu tosco e belo rock'n roll.

“Vem pro bar – To Hell With Breno Cocheto” in vídeo


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