Que 2015 não tem sido um ano fácil todos nós sabemos. As diversas
crises e problemas deste ano têm afetado até o blog – foi difícil manter o
ritmo das postagens em meio a tanta correria e obstáculos, mas, mesmo assim, o
blogueiro que vos escreve vem tentando manter a chama viva. E um grupo que
manteve o lirismo e a esperança vivos neste ano foram os meus amigos
artistalunos da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ,
sim, eles salvaram este ano da análise pessimista, eles salvaram a poesia do
dia a dia e mantiveram acesa a luz maltratada do
poeta-professor-pateta-blogueiro que vos escreve. Devido a uma série de
problemas administrativos/caóticos-políticos não pude presenteá-los de forma
adequada e justa, mas pretendo, nesta e nas próximas postagens, compartilhar a
sublime poesia deste fodástico grupo de poetalunos, que, na maioria, concluíram
festivamente ontem o nono ano e passaram a outro ciclo merecidamente promissor
graças aos talentos deles.
Hoje trago 4 poemas mais-que-fodásticos destes maravilhosos poetalunos que
foram recentemente premiados no XXVI Concurso de Poesia da ALAP, no Rio de
Janeiro/RJ: o poema “Picasso Fenomenal”, de Paula Grillo Almeida (ganhador da
Menção Especial no concurso citado), “No campo”, poema neo-árcade de Kellyson
Branco Silva (Menção Honrosa), “Flores na neve”, de Ana Gabriela Medeiros
(Menção Honrosa) e “Tão Picasso”, de Gisleny Silva de Almeida. Pela primeira
vez desde 2010, nem eu nem os artistalunos puderam ir à cerimônia de premiação
(a Prefeitura de Teresópolis desconsiderou o pedido de transporte, alegando a
eterna “crise” que nos impossibilita de encerrarmos com dignidade um projeto
lírico-pedagógico de mais de 6 anos, mas ironicamente não impede que o
governante faça milhões de contratações a cargos especiais inclusive em
unidades que nem existem mais no município – somado a isso fui visitar meu avô
na CTI em Barra do Piraí/RJ, que sofreu um infarto no dia anterior à cerimônia,
e, mesmo tentando chegar ao evento pelo menos para participar – bem atrasado -
do final, fui impedido devido ao eterno trânsito caótico da Cidade ‘Maravilhosa’).
Ao menos, os organizadores do concurso compreenderam as dificuldades e mandarão
por correio os diplomas e premiações.
Todos esses transtornos me impediram de divulgar e comemorar o sucesso
dos poemas mais-que-fodásticos dos 4 fantásticos poetalunos premiados, mas
agora trago para o alcance dos olhos dos amigos leitores as 4 obras-primas
desses jovens talentos (de brinde, compartilho um vídeo produzido pelo Luz,
Câmera...Alcino! – com atuações de Vânia Camacho, João Paulo Oliveira e
Stallone Oliveira - interpretando o premiado poema da super-lírica Ana Gabriela
Medeiros).
Que a Arte e Educação sobrevivam à falta de respeito de nossos
governantes. Os políticos aproveitam a purpurina efêmera do poder e partem, mas
a sublime poesia dos poetalunos da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva permanece
na eternidade!
Os premiados poemas dos mais-que-fodásticos poetalunos da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva:
Picasso Fenomenal
Com o pincel em sua mão,
tentando captar tudo que é surreal,
transformando o simples em algo fenomenal,
fazendo a sua própria revolução
Do azul ao coral
como um alpinista
escalando e evoluindo
na grande montanha artística
Picasso foi um pintor extraordinário
indo contra o Estado totalitário
desde as pinturas mais antigas
até as mais novas
ele mudou o mundo da arte
e pintou uma nova história.
(Paula Grillo Almeida – Menção Especial no XXVI Concurso de Poesia da
ALAP)
No campo
No campo
vi o lindo sol se pôr,
pássaros cantando,
o vento soprando,
as águas dos rios
correndo e desaguando,
um lindo lago
de águas escuras,
matas obscuras...
No campo
descobri o que é amor.
(Kellyson Branco Silva – Menção Honrosa no XXVI Concurso de Poesia da
ALAP)
Flores na neve
Um frio intenso me percorria
E a neve branca me cobria.
O gelo me dominava
E o meu coração congelava.
Minha pele estava pálida
E meu corpo tremia.
Então, quando tudo parecia o fim,
O destino sorriu.
E eu percebi que,
Embora o inverno fosse inabalável lá fora,
Dentro de mim havia a primavera eterna.
(Ana Gabriela Medeiros – Menção Honrosa no XXVI Concurso de Poesia da
ALAP)
Tão Picasso
No começo, achei maluca
aquela arte distorcida, sem sentido...
mas depois fui percebendo
cada sentimento,
cada pensamento...
em cada pincelada expressiva,
eu percebia
o que ele sentia por dentro.
A tristeza da perda
o arrastou para a frieza do azul.
A felicidade do amor
o levou para a alegria do circo, do rosa!
Tantos amores, tantas amantes,
tantas críticas e muitos elogios,
tantas pinturas, tantos desenhos,
tantas realizações, tantos sonhos...
E, numa mistura de cores,
numa mistura tão louca,
tão Picasso, tão sua,
eu encontrei... a beleza da arte!
(Gisleny Silva de Almeida –
Menção Honrosa no XXVI Concurso de Poesia da ALAP)
O Clipoema "Flores na neve, de Ana Gabriela Medeiros", produzido pelo Luz, Câmera...Alcino!
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