Inspirado
na temática "saudade" de meu quarto livro "O último adeus (ou O
primeiro pra sempre)", a convite de Marcia Cristina, bibliotecária
responsável pela Biblioteca Municipal D. Pedro II, em Valença/RJ, realizei, na
última segunda-feira, dia 10/11, a Oficina Poética "Elegias e Canções Pra
Você Viver Mais" com escritores-alunos e professores-escritores do Senai
de Valença.
A
oficina consistiu em exposição do conceito de elegia, leitura/interpretação e
audição dos poemas e letras de canções "Elegia" , de Cecília
Meireles, "Canção Pra Você Viver Mais", da banda Pato Fu, "A
ausente", de Augusto Frederico Schmidt, "Love In The Afternoon",
da banda Legião Urbana e de meu poema premiado “O último adeus (ou O primeiro
pra sempre)”, encerrando fodasticamente com a produção textual de alunos e
professores envolvidos no projeto (esse momento em que vejo todos concentrados
escrevendo é algo que não tem preço, amigos leitores, é o momento mais sublime
e poético de todos!). Foi uma manhã liricamente sublime na Biblioteca Municipal
D. Pedro II!
Hoje
publico os poemas, pensamentos, prosas poéticas e crônicas fodasticamente
elaborados pelos escritores-alunos e professores-escritores do Senai-Valença.
Destaco que todos os envolvidos produziram algo que relacionado ao tema elegia –
alguns seguiram à risca o assunto, enquanto outros personalizaram o gênero e/ou
mantiveram apenas a essência melancólica do tema – independente da opção, eu,
como professor-escritor-caçador-de-talentos tive a honra de digitar esses
fodásticos textos, ricos em ritmo (aconselho que leiam em voz alta o
mais-que-fodástico poema “Consumida”, da professora-escritora Talita Amancio,
herdeira de um ritmo sublime e graciosamente melancólico, bem ao estilo da
renomada escritora Cecilia Meireles) e cheios recursos estilísticos (observem
como vários dos textos possuem ricas anáforas – repetição constante de palavras
ou expressões em versos próximos -, destacando os seres perdidos na efemeridade
da vida; outros cheios de comparações – associação de uma coisa a outra por
alguma semelhança -, contribuindo na riqueza de imagens do texto; e ainda
outros que vão mais além, utilizando a antítese - uso de palavras com sentidos
oposto, se confrontando no conteúdo do texto - para opor fases ‘mortas’ da
existência que permanecem vivas devido à insatisfação das fases atuais, como no
genial poema do professor-escritor Adriano Rodrigues, que faz uma releitura
contemporânea do clássico poema “Meus oito anos”, do ultrarromântico Casimiro
de Abreu. Podemos encontrar nos textos abaixo até o complexo paradoxo – ligação de palavras que
se contradizem, harmonizando uma aproximação absurda de elementos com
significados díspares -, como “o choro ri”
do maravilhoso poema “Sonhos da gente”.
Yeah,
amigos leitores, é momento de nos emocionarmos, pois hoje temos mais poemas e canções pra gente viver mais, graças
aos fodásticos escritores-alunos e professores-escritores do Senai-Valença! Boa
leitura e Arte Sempre!
Consumida
Tua
alegria que contagia foi consumida
no
dia em que a vida não mais te sorria...
Cativaste
em mim um sonho de que um dia
eternamente
me pertenceria.
Como
poderia imaginar que este dia chegaria,
teu
adeus em silêncio me abraçaria?
Dia
triste, mas não chuvoso, recebi a notícia
que
nunca mais te abraçaria.
Lágrimas
em meu rosto rolaram
e
junto com esta pesada gota de água
a
revolta de nunca mais poder sentir tua alegria,
tua
luz iluminando meu dia.
Vida
que segue! Penso eu que um dia
posso
te encontrar com a mesma alegria
que
me deixaste a pensar.
Talita
Amancio
Tempo
passado
Saudade
da infância de cara lisa, ficada pra trás
Do
tempo transcorrido que não volta mais,
Da
inocência perdida,
Das
brincadeiras e risadas todo dia,
Das
broncas e puxões de orelhas levemente levados
Que
deram lugar para os “barbados”,
Com
tempos contados e apavorados.
Tendo
que a todo custo ganhar e ter
Um
pedaço de papel timbrado para se manter,
Sinto
saudade da suavidade da vida,
Da
beleza encontrada, hoje perdida
Nas
esquinas, pátios, praças...
Saudade
da vida vivida, eternalizada,
Que
não volta mais.
Adriano
Rodrigues
Bolinha
Um
dia ganhei uma cachorra
E
foi amor à primeira vista
Uma
tarde quente
E
ela com os pelos brancos toda pintada
Me
encantou.
Mas
passou tão rápido o tempo
E
ela partiu;
Eu
não esqueço o dia que ela se foi...
Um
dia de manhã abri a vidraça da minha casa,
Ela
levantou sua cabeça,
Naquele
sol quente e eu gritei: Bolinha!
Ela
só esperou eu acordar
Para
se despedir
E
foi tão triste que jamais me esqueci.
Daiane
Bittencourt
Elegia
Não
vou mais chorar
por
essa pessoa que foi embora
e
da qual eu mais gostava,
pois
ela está perto de mim
e
isso me deixa feliz.
Às
vezes a vida me ensina,
às
vezes eu ando triste,
outras
vezes, fico alegre,
mas
sempre fica
a
saudade que eu tenho
da
pessoa que se foi...
Glória
Soares de Souza
Sonhos
da gente
Há
momentos que os tempos possuem
-
tantas estrelas perdidas –
que
não dá pra esquecer.
Não
tiro a Lua em torno do sol,
vai
crescendo em volta do oceano
a
lágrima verdadeira.
Bate
dor, o choro ri,
sinto
que você está comigo,
mas
não posso enxergá-lo mais
perto
de mim...
Quantas
pessoas crescem, morrem, dói o coração no peito,
dá
vontade de também ir,
mas
com Deus só é bom ir quando for necessário.
Enquanto
isso, a gente sofre,
sofre,
dor;
morre,
enruga...
Enquanto
isso, morre de saudade o coração no peito.
Glesilayene
Martinho da Silva
Tristes
lembranças
Quando
fecho meus olhos, vem a lembrança de meu irmão e de minha tia, que já partiram.
É algo muito triste. Tristes lembranças que estão sempre presentes em minha
mente...
Maria
Aparecida Oliveira
Meu
Fofão
Penso
em meu cachorro
que
já passou dessa pra melhor.
Os
momentos que passei com meu cachorro
foram
muito emocionantes,
peguei-o
muito novo
e
dei um nome a ele:
Fofão.
Era
um cachorro muito bom,
trazia
um pouquinho de cada personalidade
e,
quando se foi,
senti
falta de sua companhia
Fofão,
Fofão,
Fofão,
foi
embora, mas nunca deixou o meu coração.
MF.
(Obs.:
O nome da escritora-aluna estava abreviado na redação; não consegui reconhecer
o nome – creio que deve ser Maria de Fátima, Maria Francisca ou nenhuma dessas
alternativas... ah, por que não assinaste por extenso? E ah, por que só reparei
depois que cheguei em casa?)
O
valor de um sentimento
No dia 03 de março, ganhei uma
cachorra da raça labrador, peguei por pena, nem dei importância. Coloquei nela
o nome de Kitana.
Depois
de um mês, comecei a me apegar de tal forma que nem eu sei explicar, tanto que
comecei a tratá-la como alguém da família.
Algum
tempo depois, no dia 25 de maio, ela pegou uma doença chamada cinomose. Durante
três dias, fiquei desesperada, procurando em vão uma solução, até que, no dia
29 de maio, ela veio a falecer. Fiquei maluca, passei a noite chorando e, mesmo
quando adormeci, sonhei com ela.
Até
hoje não superei. Eu a enterrei no quintal e todos os dias vou ao túmulo dela e
vejo o quanto ela me faz falta e percebo que o tempo é curto, que devemos dar
valor enquanto as pessoas e animais estão por perto, porque depois só restam 3
sentimentos: arrependimento, lembranças e saudades.
Mariana
Moreira Gonçalves
Amor
eterno
Lembrei
e lembro sempre da minha tia que se foi. Sinto muita falta dela, era uma pessoa
alegre, animada, amiga, só de pensar que não está mais comigo, eu choro ao
lembrar dela. Já se passaram 6 anos e todos sentimos até hoje muita saudade
dela, a pessoa que mais amamos.
Jussara
M. Souza
A
saudade dói...
A
saudade vai apertando
e
ninguém percebe o tamanho da dor
que
sinto aqui dentro do meu peito.
Sinto
que, algum dia, verei ele novamente
e,
pelo menos, poderei dar um abraço nele
mais
uma vez...
Amanda
Paiva
Pensando
Nesse
momento estava pensando
no
meu cachorro que estava doente
e
que morreu...
Ana
Paula da Cruz Mendonça
A
partida
Aquele
gato partiu, me deixou triste,
fiquei
com uma dor enorme,
mas
a dor passou
e
ele ficou só na lembrança,
como
uma recordação do passado
para
uma saudade futura.
Ana
Maria de Jesus Miranda da Silva
Guardião
Nos
momentos tristes,
Penso
sempre em Deus,
Meu
Guardião,
Que
governa meu coração.
Geane
Bento
Com
os olhos fechados
No
momento que fico com os olhos fechados,
vejo
estrelas
e
uma luz...
Maria
Sonia Rocha Ramos
Nessa
vida, estamos aqui só de passagem!
Clecia
F. de O. Lopes
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