Capa do filme que inspirou o meu poema |
Há alguns
dias atrás, recebi mais uma ótima notícia por e-mail: meu poema “Que horas
serão em Déjà vu? (Os incompreendidos de Cronos, Tsai Ming-Liang e Truffaut)”
foi classificado entre os 30 melhores do Concurso Internacional Contemporânea
2014, organizado pelo artistamigo e ativista cultural Maurilio Campos, em
Santos/SP!
Fiz esse
poema há algum tempo atrás, inspirado no fodástico filme cult “Que Horas São
Aí? / Hora da Partida”, de Tsai Ming-Liang, de Taiwan (esse é mais um dos
fodásticos filmes que baixei no mais-que-fodástico blog Sonata Première. Quem
quiser, baixá-lo, segue o link: http://sonatapremieres.blogspot.com.br/2013/03/que-horas-sao-ai-hora-da-partida_4760.html ). O filme, de uma beleza plástica rara e de um
olhar lírico-melancólico único sobre a solidão, conta a história de um camelô,
vendedor de relógios, que acaba de perder o pai. Sua mãe, religiosa dada a
crendices, altera sua vida e o cotidiano da casa à espera da visita do marido
morto. Uma garota vai ao camelô comprar um relógio que marque as horas de dois
lugares simultaneamente, pois vai para Paris. O camelô diz que não pode
vendê-lo, pois seu pai morreu e isso pode dar azar a ela. Ela não se importa,
compra e viaja, enquanto ele passa a fixar-se em filmes e horários parisienses.
O filme de Tsai Ming-Liang é uma clara e fodástica homenagem a François Truffaut
e Jean-Pierre Léaud, ator que protagonizou, em sua infância, o filme “Os
incompreendidos”, clássico de Truffaut.
O filme me
chamou tanto a atenção que acabei me inspirando a fazer um poema sobre ele.
Quando me vi abafado e com o prazo em cima para mandar um poema para o Concurso
Internacional da Contemporânea, decidi enviar o meu poema tributo lírico às
obras cinematográficas de Tsai Ming-Liang e Truffaut. E deu certo: o poema
classificou entre os 30 melhores do concurso internacional, enchendo esse poeta-pai-de-poemas-loucos
de orgulho. Infelizmente, não poderei ir à cerimônia de premiação, que acontece
na noite do dia 07 de novembro, devido a compromissos com a minha função de
professor e devido ao evento “Lua, Poesia e Violão”, que acontecerá na data
seguinte, dia 08 de novembro, às 21h, no Mirante do Cruzeiro, em Valença/RJ, o
qual o Sarau Solidões Coletivas foi convidado
para participar pelo artistamigo João Júnior e cia. De qualquer forma, yeah, o
poema será declamado ao vivo neste evento, afinal se tornou um dos meus
poemas-xodós do ano.
Deixo para os
leitores, nesta postagem, o premiado poema, resultado de meu fascínio pelo
acervo cinematográfico fodástico do blog Sonata Première e pelas obras-primas
cinematográficas de Tsai Ming-Liang e Truffaut. Acertem seus relógios, amigos
leitores, e vejamos que horas serão na minha imaginária Déjà vu! Boa leitura e
Arte Sempre!
Que horas serão em Déjà vu?
(Os incompreendidos de Cronos, Tsai
Ming-Liang e Truffaut)
Que horas
serão naquelas terras estranhas
que
contemplas, à noite, em filmes estrangeiros,
Palmas de
ouro em Cannes, difíceis de entender,
assistidos
por teus olhos insones;
imagens de
rara beleza triste,
hipnóticas
sem saberes por quê;
que horas
serão na cena que tanto revês?
Na tela, o
menino deitado sobre trilhos
de alguma
estação desconhecida, sozinho,
incompreendido,
em absoluto vazio,
sorrindo para
fantasmas amigos
é uma imagem
que te deixa aflito:
aquele menino
dorme contigo;
estás pausado
em todos os filmes que vês...
Por mais que
alteres os relógios do universo,
o teu tempo
ainda é o mesmo de outrora
com os
ponteiros voltados pra solidão.
Tanto nos
intermináveis minutos,
quanto nos
acelerados segundos,
quanto nas
cinzas frígidas das horas,
serás sempre
o mesmo solitário de agora...
Parabéns Poeta esse poema mesmo tocante.Eu adorei!
ResponderExcluir