Hoje posto um poema inédito meu,
vermelho-paixão-ardente no inverno-cinza-distância, um poema faminto no vazio,
busca de luz na escuridão.
O defensor da luz
Ela está deitada sobre a cama em chamas
observando a lâmpada acesa
escondendo o corpo do inverno voraz
e eu estou faminto
nem insatisfeito nem infeliz
apenas faminto
assistindo a um beijo na distância
na tevê desligada
Ouço-a pedir: “não apague a luz”
e algo acende em meus olhos
nem estrela nem luar
apenas uma luz
procurando um lugar
na cama distante
Atendo o pedido
e ela diz: “Obrigada, amigo”
enquanto eu nada digo
nem medo nem timidez
apenas um nada amigo
retribuindo à imaginação
Então ela dorme
e eu observo à distância
a distância
nem amor nem insensatez
apenas a distância
e uma luz que não se apaga
como uma chama eterna
como um desejo sem freio
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