quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Solidões líricas fotográficas compartilhadas: O colorido lírico na arte fotográfica monocromática de Bruno Lanine

Bruno Lanine
No sábado, dia 08 de janeiro de 2022, comemorou-se mais uma vez o Dia do Fotógrafo ou Dia Nacional da Fotografia, e, mesmo que tardiamente (já se passaram quase 12 dias da data comemorativa), o poeta-blogueiro-pateta-no-tempo-agora-sempre-presente-no-eternamente (ou éter-na-mente?) que vos escreve resolveu relembrar o festivo dia já passado com uma solidão compartilhada há muito tempo prometida, mas só agora concretizada: hoje compartilho minhas solidões líricas coletivas com o mais-que-fodástico e premiadíssimo fotógrafo-amigo Bruno Lanine, de Valença/RJ.
Trago duas fotos-poemas premiadas de Bruno Lanine – ambas da categoria Fotografia monocromática (Preto e branco) [lembrando que Bruno trabalha com diversas categorias de fotografia, mas as solidões compartilhadas de hoje destacam obras sublimes da categoria citada]: são obras de arte revigorantes e ricas em poesia – pra serem lidas (sim, imagens também são textos e flertam com diversas outras manifestações artísticas, entre elas a poética) com atenção, fascínio e emoção (de tanto fascínio, talvez gere até lírica devoção).
Aproveito pra divulgar a página do mais-que-fodástico e premiadíssimo fotógrafo-amigo Bruno Lanine – segue o link para que possam curtir: https://www.facebook.com/brunolaninefotografia/ - além de seu instagram para seguirem o mais-que-fodástico artistamigo: https://www.instagram.com/brunolaninefotografia/ .
Agora, amigos, extasiem os seus olhos leitores com o colorido lírico da arte fotográfica monocromática de Bruno Lanine.


Fotografia selecionada para a Exposição Photo Nature Brasil, em maio de 2021,
e para o catálogo impresso da edição 2021 Brasília Photo Show




"Herança coletiva - Um olhar diferente do habitual", fotografia premiada em 1.º Lugar
(votação popular) no Tema "Mesmo no silêncio a arte ecoa" - Categoria Adulto
na Mostra Cultural de Fotografia e Poesia "Olhares sobre o Patrimônio Fluminense" 2021,
parte da programação da Semana Fluminense do Patrimônio (SFP)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Em tempos de cancelamentos e adiamentos, eis meu poema adiado

Quadro da magnífica HQ francesa
"Destino adiado", de Gibrat
Festa de Dia de Reis, tradicionalíssima em Valença/RJ, cancelada, carnavais cancelados, fim de pandemia continuamente adiado diante de novas variantes e ameaças, cancelamentos (impeachments) de desgovernabilidades cancelados, verão, continuamente maltratado pelo invernal nublado, adiado, vivemos perenes tempos de cancelamentos e adiamentos. A minha primeira postagem de 2022 é reflexo disto: trago meu poema quase-pós-pandêmico-não-pós-porque-a-doença-mazela-humana-é-pré-e-histórica-perpétua-e-continuamente-pandêmica “O poema adiado”, selecionado na Antologia do Concurso Contemporânea de Literatura de 2021.
Feliz Ano Velho, amigos leitores – me perdoem o humor nublado – o lirismo calorosamente aberto e otimista está temporariamente (espera-se que não perpetuamente) adiado.

O poema adiado

Bom dia
e a saudação encontra a padaria
sem a cortesia daquela cliente antiga.
O café outrora recém passado na casa vizinha
agora ferve em passado falho
sem ser passado por ninguém.
Entre sonhos mofados e pães dormidos,
versos de ausência se espalham pelo cesto,
como trigos desperdiçados numa fornada de lamentos.
Amanhece e nem o poema, nem a senhorinha vêm.

Boa tarde
e um aceno procura o banco vazio da praça arruinada,
enquanto a estátua carcomida observa o pombo doente
que cisca os arredores, insistentemente,
em busca de grãos ausentes.
Versos de abandono correm como lágrimas,
inúteis como o chafariz sem água.
É tarde para o poema decadente
e muito mais tarde para aquele senhor
que alimentava os pássaros indigentes.

Boa noite
e a escuridão parece acomodada
ao céu incomodado pelas crescentes constelações enlutadas.
Versos de uma nova elegia procuram velhas estrelas, em vão:
são luzes de astros mortos; desilusão na ilusão.
Mais um dia se contamina e, outra vez, o poema é adiado
por falta de uma luz verdadeira, ainda que fugidia,
por ausência de uma vacina de esperança, ainda que temporária.






Meu filho-poema selecionado na Copa do Mundo das Contradições: CarnaQatar

Dia de estreia da teoricamente favorita Seleção Brasileira Masculina de Futebol na Copa do Mundo 2022, no Qatar, e um Brasil, ainda fragiliz...