domingo, 18 de agosto de 2019

Focando na cultura e Florescendo Liricamente: Trajetória Poética que segue


Exausto após um sábado culturalmente frenético – ontem participei de um maravilhoso sarau, o “Sarau Florescer”, organizado pela mais que fodástica divartistamiga Jammy Said, na Biblioteca Parque de Niterói, que se localiza em frente à Praça da República, no Centro de Niterói/RJ – e também pela longa viagem de volta a Teresópolis/RJ, ontem acabei dormindo bem cedo e, consequentemente, acordando também bem mais cedo que o comum nesta fria manhã de domingo. Mas o calor das boas lembranças, dos grandes momentos líricos mantém-se incansáveis em minha alma de poeta.
Pensando nestes momentos liricamente iluminados, posto hoje os dois vídeos nos quais sou entrevistado pela mais que fodástica divartistamiga Jammy Said para o Canal Foca na Cultura, presente no canal dela no Youtube. A entrevista foi realizada no sábado, dia 29 de julho, no finzinho do recesso escolar, e também culminou com o recebimento do convite para participar do Sarau Florescer, representando o Sarau Solidões Coletivas de Valença/RJ, e com minha posterior confirmação de presença no maravilhoso evento.
Além dos dois vídeos da entrevista, deixo um breve fragmento em vídeo da minha apresentação no Sarau Florescer: um pequeno trecho (a declamação não está completa no vídeo; falta parte da estrofe final) de minha interpretação para o premiado poema “Uma causa”, de autoria de Walace Resende de Moraes, poetaluno da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, da região rural de Teresópolis/RJ, onde leciono. Na apresentação, fiz uma parceria lírico-musical com a mais que fodástica divartistamiga Lis Romero (que conheci na hora do evento, quando realizamos um fantástico improviso lírico-musical). A gravação do fragmento foi feita pela divartistamiga Jammy Said.





quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Solidões Compartilhadas: Então... A poesia permanece viva nos amores líricos de Maria Eduarda Rodrigues


Apesar de ser um gênero textual pouco apreciado por pessoas que se consideram ‘muito adultas e realistas’ (num mundo infantilizado e surreal, como o atual, não considero classificar-se assim – embora o interlocutor considere o contrário - como algo muito maduro), o poema, renegado pelo universo galanteador de trabalhos forçados e defensor da ilusão de enriquecimento fácil, mantém seus palácios de cristais absolutos nos reinos dos leitores e escritores mais jovens. Com base na minha experiência de professor, o que consequentemente me permite que mantenha contato constante com o universo adolescente, tenho o privilégio de perceber que a poesia, tão rejeitada pelos mais rigorosos ostentadores da realidade opressiva, a poesia, essa coisa estranha e tão linda, que não deveríamos abandonar por mais ferina que seja nossa rotina, a poesia permanece viva, impávida, colossal, graças principalmente aos mais jovens, aos ainda capazes de sonhar e de acreditar. Um exemplo iluminado e singelo disso está nas solidões compartilhadas de hoje: num mundo constantemente agredido por discursos de ódios e imbecilidades ‘adultas’ governamentais, poetalunas brilhantes como Maria Eduarda Rodrigues conseguem sublimar a opressão diária e dedicar valiosos momentos de sua vida para dedicarem-se à (ainda, apesar dos pesares) maravilhosa arte da escrita poética, do rico cultivo do lirismo, para defenderem com ardor artístico a primazia do multifacetário sentimento chamado amor.
Trago hoje para os amigos leitores um dos maravilhosos poemas de amor de Maria Eduarda Rodrigues, artistaluna da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, da região rural de Teresópolis/RJ. O poema abaixo, intitulado “Então”, é de sua autoria e foi escrito e entregue a mim logo no início deste ano letivo (não, não valia ponto; é fruto da paixão lírica por escrever sem necessidade de retribuição, tendo como base a necessidade de expressar poeticamente suas reações diante desse sentimento confuso e ao mesmo tempo inebriante chamado amor).
Esta é a primeira de muitas solidões compartilhadas com esta escritora fantástica chamada Maria Eduarda Rodrigues (e rebeldemente autointitulada como ‘Poeta sem noção’). Abram os olhos e o coração e deixem a poesia e a emoção guiarem-nos, amigos leitores!

Então

Não sei como explicar o que sinto por você,
Não sei como dizer se é pra valer,
Não sei se gosta de mim,
Não sei nem o que fazer,
Não quero me magoar,
Nem fazê-lo sofrer.

Tô me envolvendo muito,
Sem medo de me prender.
Quero ver o seu sorriso,
Quero estar perto de você,
Quero poder ajudá-lo quando mais precisar,
Quero seu corpo abraçar,
Quero fazê-lo feliz de um jeito que nunca se viu.

Não gosto de deixar de ver você,
Não gosto de vê-lo perto de ninguém,
Sei que tenho ciúmes,
Mas só defendo o que chamo de meu...
Maria Eduarda Rodrigues



quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Elegia a Erli Gabriel


Faz um tempo (mais uma vez) que eu não venho aqui. O fim de recesso escolar foi um período acelerado: muitas conquistas, muitas transformações, shows vibrantes, boemia necessária depois de um primeiro semestre bastante tenso, participações culturais marcantes e perdas. Sim, por mais que digamos não, somos seres humanos, falíveis e mortais: não nos acostumamos, mas convivemos com grandes perdas. Parafraseando o meu antigo poema “Árvores que morrem” (de meu terceiro livro “Note or not ser”), cada noite que vivemos é um dia que morremos. E, neste período de recesso escolar, a perda foi imensa, capaz de abalar o tradicional “levantar-se e seguir em frente” – é difícil caminhar, os pés ficam pesados a cada passo, quando perdemos alguém tão especial quanto Erli Gabriel, esposa do mestre mais que fodástico artistamigo Gilson Gabriel, eterna anfitriã das festas líricas e boêmias da Quinta das Bicas, maravilhoso quintal da casa do casal e abrigo de momentos marcantes do Sarau Solidões Coletivas, das conversas poéticas, dos movimentos socioculturais, da alegria mais espontânea e mais infinita. A aura de Erli Gabriel sempre transmitiu felicidade inebriante, sendo capaz de sublimar quaisquer dores do corpo e da alma. Mulher guerreira, amiga das boas causas e incentivadora da poesia mais bonita dentro de cada um nós, Erli Gabriel agora descansa em algum lugar especial, deixando a palavra saudade com um significado mais cortante e dando às boas lembranças um sentido mais infinito.
O enterro de Erli Gabriel, na triste tarde de 26 de julho foi um momento difícil, pesaroso. Durante o período em que se velava o corpo de Erli Gabriel, a divartistativistamiga Ana Vaz, com aquele ar lírico observador único que ela possui, percebeu que o bem-te-vi da Capela Mortuária cantava sem parar, enquanto Erli se despedia sem se despedir. Meu coração estava enlutado e abalado demais; naquele período eu nada vi nem percebi além da grande comoção que a perda de uma grande amiga nos deixou. Ao fim do enterro, Ana Vaz me contou sua observação e isso me lembrou mais Erli que a comoção anterior: o canto do bem-te-vi mesmo no momento triste era mais o jeito feliz e poético do espírito de Erli lidar com as coisas mais dilacerantes que toda – apesar de infalível – onda de tristeza na qual nos mergulhávamos.
Logo depois do enterro, caminhei pela estrada de Cambota – tenho esse lance meio “Forrest Gump” (a diferença é que eu ando, enquanto o personagem do famoso filme corria) de, meio perdido, sair andando meio sem rumo certo, apenas caminhar pelo desejo de não parar até que a exaustão traga um paliativo para as dores, um certo cansaço vazio. Durante o caminho, me deparei com bem-te-vis e o comentário de Ana Vaz e o desejo de registrar a partida de Erli Gabriel de uma forma que fosse triste, ao mesmo tempo que feliz, pois ela era alguém sempre de bem com a vida e um poema carregado apenas de tristeza não traduziria o espírito livre, sutil e alegre dela, intensificou-se a tal ponto que, como raras vezes fiz, escrevi uma elegia a Erli no celular enquanto caminhava indiscriminadamente para lugar nenhum (prefiro sempre parar e escrever à mão ou em frente ao computador  – sim, mesmo diante das inovações tecnológicas, sou um poeta quase primitivo; uma prova disso é insistir no blog, apesar de tal plataforma virtual estar quase que completamente ultrapassada por outras modas virtuais -, raras são as vezes em que escrevo um poema em celular; o texto abaixo talvez seja o terceiro ou quarto, sendo que, por sinal, o anterior fora escrito após uma marcante festa na casa de Erli e  de Gilson Gabriel).
A elegia que escrevi a Erli chega atrasada ao blogue, mas mantém o desejo de eternizá-la liricamente. Fiquei dias adiando a postagem, hesitei, mas o blog sempre foi um registro de minha trajetória lírica e essa perda foi marcante; por mais que evitasse, precisaria em algum momento registrá-la nesse espaço lírico virtual que me serve meio como um diário solitário coletivo.
Como declarou Ana Vaz: “Voou nossa Erli!! E cantou a manhã inteira o bem te vi!”
Também cantemos, amigos leitores, cantemos que a nova ave poesia eterna Erli gostava de canto, de festa, de vida, mesmo que sofrida, mesmo diante de tantas esperanças e vidas perdidas.

Elegia é canto triste que em ti sorri
Para Erli Gabriel in memoriam ad infinitum
(E inspirado na lírica observação de Ana Vaz)

A música
ainda que triste
te sorri.
Vem cantar
pra ti
à capela
da capela
o bem te vi:
ó abre alas
abre asas
ave Erli.

Meu filho-poema selecionado na Copa do Mundo das Contradições: CarnaQatar

Dia de estreia da teoricamente favorita Seleção Brasileira Masculina de Futebol na Copa do Mundo 2022, no Qatar, e um Brasil, ainda fragiliz...