Yeah, amigos,
retorno ao blog hoje, dia 9 de março, um dia após o Dia Internacional da Mulher (e antes que os
trouxas machistinhas reclamem perguntando qual é o Dia Internacional do Homem,
informo que tal data existe no calendário da ONU desde 1999, mas,
evidentemente, com menor repercussão: é dia 19 de novembro – além do Dia do
Homem, outra data pouco divulgada sem comemorações ou feriados, comemorado no
dia 15 de julho, desde 1992, por iniciativa da Ordem Nacional dos Escritores).
Nesse retorno ao blog, devido à proximidade com o Dia Internacional da Mulher e
lembrando da imensa variedade de jovens artistas mulheres, compartilho hoje
minhas solidões poéticas com a mais que fodástica artistaluna Camili Chermouth,
da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, na região rural de
Teresópolis/RJ.
Lecionei Português
na turma de Camili por apenas 1 bimestre, quando ela estava no sexto ano (hoje
está no 9.º), por conta de carência de professores da minha disciplina naquele
período. Foi uma hora extra abençoada, afinal conheci muitos artistalunos
talentosos que iniciavam o longo e árduo caminho da segunda fase do ensino
fundamental e, mesmo que tenha sido um breve período, já era perceptível a
dedicação e talento de Camili Chermouth para as tarefas da escola e para a arte
escrita (ela foi um dos destaques – ainda em fase de amadurecimento, claro - na
produção textual de lendas urbanas, atividade que propus e apliquei na época). No
ano passado, devido aos saraus realizados na escola, mesmo não dando aula na
turma dela, tive o privilégio de conhecer diversos textos dela (crônicas,
prosas poéticas e poemas), uns apresentados como destaque pela Professora
Flavia Araújo e outros que me foram entregues pela própria autora para que eu
avaliasse seu potencial – é claro que, com isso, ela foi uma das artistalunas
de destaque de 2017 nos saraus da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva.
Nesta postagem,
compartilho dois textos – uma crônica/prosa poética refletindo sobre o amor e
um poema indignado com o mundo no qual [sobre]vivemos (perceberão logo que a
jovem e talentosa artistaluna tem preferência por temas nos quais ela possa
explorar melhor o estilo lírico-filosófico) -, ambos de superagradável leitura
e de uma visão de mundo muito poética e madura.
Nos fascinemos,
amigos leitores, com a mais que fodástica arte escrita em verso e prosa de
Camili Chermouth!
A dor de um amor
Amar dói, mas amar é bom. Por mais
que doa, a gente sempre acaba amando, se apaixonando; por mais que tudo dê
errado, nós sempre corremos atrás, lutamos e, às vezes, é bem em vão, por isso
que dói, machuca. E assim o amor às vezes nos divide ao meio, em duas pessoas.
E assim parece fácil, mas não é: a indecisão é bem dolorosa, é difícil de
decidir o certo, a quem seguir, de quem cuidar e a quem demonstrar carinho e
amor. Um dia isso vai acontecer com você e você irá entender, parece uma
bobagem, mas não é, é um problema bem grande.
Estou há algum tempo nessa situação,
numa divisão amorosa delicada, como “uma rosa cheia de espinhos tentando não
machucar o cravo”, ou seja, tentando não magoar as pessoas, tentando não
feri-las, aí você para pra pensar: o que você faria no meu lugar?
E você sabe que não sabe o que
fazer. Mas fazer o quê? O jeito é esperar e seguir aquele velho ditado: “O
tempo resolve tudo; ele é o melhor remédio”.
(Camili
Chermouth)
Que mundo é esse?
Igualdade, qual
significado?
Respeito, qual
significado?
Amizade, qual
significado?
Respeito, qual
significado?
Que mundo é esse?
Onde nada anda
tendo sentido,
Onde ninguém tem
importância?
Que mundo é esse?
Que cor da pele
difere caráter,
Que situação
financeira define posição?
Me explique, por
favor:
Que mundo é esse?
Não entendo o
porquê
De tantos
pré-julgamentos,
Tantos males sem
nem sequer motivos,
Onde igualdade não
existe,
Respeito muito
menos,
Amizade virou uma
inimizade qualquer,
Onde quem demonstra
sai magoado...
E o caráter, onde
fica nessa bagunça?
O que é caráter pra
você?
É apenas uma coisa?
São várias coisas?
Pra mim, o caráter
é e sempre será
Uma das maiores
qualidades de alguém!
Quem tem caráter
não sai por aí
Apontando o dedo
Para dizer malfeitos,
Quem tem caráter
ama,
Cuida, tem
respeito,
Defende a amizade
E respeita a
igualdade!
(Camili Chermouth)
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