Minhas postagens têm atrasado
tanto quanto pagamento de salários de servidores públicos em governos
municipais e estaduais (ou seja, tenho demorado MUITO pra postar algo!). A
comparação pode ser dolorida (eu, por exemplo, sou funcionário público e tenho
vivido o drama dos constantes atrasos de pagamento), mas tem uma certa relação
com a postagem de hoje: na última segunda-feira, fui à reunião do Sepe de Teresópolis/RJ,
no centro da cidade serrana pra debatermos sobre o problema de escalonamento e
atrasos de pagamentos. Saí de lá um tanto aborrecido, afinal, além de o
pagamento ter voltado a passar por atrasos após a reeleição do prefeito Mario
Tricano (coincidência faltar dinheiro só após a reeleição? Rá. Rá! Conta outra!...),
tenho percebido a classe desmobilizada e um tanto acomodada, o que parece
sancionar novos atrasos e desrespeitos com os inúmeros direitos que o servidor
público municipal teoricamente teria. Estava refletindo sobre isso, quando
entrei no ônibus circular com destino a Cruzeiro para retornar para casa (a
região onde moro fica no meio do caminho do itinerário desse ônibus) e
reencontrei a mais-que-fodástica Tamires Pimentel, ex-artistaluna minha dos
tempos em que eu lecionava na Escola Municipal Nadir Veiga Castanheira. Sentei
ao lado dela e conversamos sobre o que ela andava projetando para o futuro
(fazer o Enem e disputar uma vaga para veterinária em faculdades próximas) e
sobre os tempos em que ela estudava na Escola Nadir Veiga. Nesse ponto da
conversa, lembrei-me de que ainda guardava alguns poemas dela dos tempos da
escola e perguntei-lhe se ela me permitia que eu os publicasse no meu blog.
Recebi em troca um gesto afirmativo. Alguns minutos depois, o ônibus chegou ao
ponto próximo a minha casa e nos despedimos. Mais tarde, cacei em meu
computador, os arquivos antigos que continham os poemas de Tamires. Após uma
breve busca, encontrei-os, mas, devido às atribulações do frenético dia a dia,
só hoje pude me organizar e trazê-los ao blog.
Hoje posto dois maravilhosos poemas de Tamires Pimentel: o primeiro, chamado
“O Amor Pegando Fogo!”, ganhou o primeiro lugar no Júri Popular e terceiro na
categoria geral no Festival de Poesias da escola e foi escrito quando ela estudava
com a fantástica professora Bernadeth Cupello (minha mestra-maior, a primeira que
realmente me ensinou os melhores caminhos para se buscar lecionar com dinâmica,
estilo e qualidade ) no oitavo ano; o segundo, Canção da terra dos amores, é mais
antigo, de quando ela estudava comigo no 7.º ano (na época, ainda chamada de
6.ª série), é uma paródia romântica do poema “Canção do Exílio”, de Gonçalves
Dias, e foi escrito por Tamires Pimentel em parceria com a Bianca (esqueci o
sobrenome desta também incrível ex-escritoraluna para quem tive o privilégio de
lecionar; está em algum lugar no caos de arquivos do meu computador).
Percebemos pelos dois poemas de Tamires Pimentel que, na época da escola, seus
poemas sempre traziam o tema amor, sentimento que anda meio ferido e esquecido
nesses tempos de ódios insanos e ausência de compreensão e afeto com o próximo.
Viajemos pelas terras de amores, amigos leitores, e peguemos, com os olhos e o coração, um
pouco da chama amorosa dos poemas da eterna escritoramiga Tamires Pimentel!
O AMOR PEGANDO FOGO! (Tamires Pimentel)
O amor pegando fogo
É difícil de apagar,
Um amor desse jeito
É difícil encontrar.
Já procurei em outro lugar
Um amor bom de se amar,
Pegando fogo desse jeito
Jamais conseguirei apagar.
Canção da terra dos amores (Tamires
Pimentel e Bianca)
Minha terra tem amores
Com os quais aprendi a amar
Os amores que aqui me rondam
Não me rondam como lá
O meu dia tem mais cores
Para ver nossos amores
Nossos parques com mais flores
Que nos encantam com ardores
Em cismar sozinho à beira do mar
Mais prazer encontro lá
Minha terra tem amores
Com os quais aprendi a amar
Minha terra tem primor
Lá eu tenho muita paz
Onde brilha o amor
Que a leve brisa me traz
Sei que um dia irei morrer
Mas eu não quero sofrer
Sem que desfrute do amor
Para não me arrepender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário