Não há muito o que declarar sobre a postagem de hoje. Apenas que estou muito cansado de tentar fazer arte, com meu barulho quieto no meu canto e ter que aturar os mandos e desmandos das trevas coloridas.
Se o mundo prosseguir sua evolução retrógada, em breve não haverá mais solidões coletivas, apenas solidões solitárias 'umbiguistas', e não poderei mais desejar Arte Sempre pra vocês, amigos leitores...
Cada vez que releio as páginas de "1984", de
George Orwell, "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury e "Admirável
mundo novo", de Aldous Huxley, e me reencontro com os universos distópicos
desses livros, mais temo o caráter visionário das obras. Nossas trevas coloridas,
cheias de conspirações de sorrisos amigos e felicidade autoritária, nos impõem
em ofícios governamentais e/ou solicitações amistosas ordens como "é
vedado", "está fora de questão", etc,, termos milhares que
funcionam como eufemismos para o conhecido e ditatorial "é proibido".
Os fãs de regimes totalitários continuam buscando seus tronos no IV Reich, têm
apelo popular e só substituíram o ar sisudo por um disfarce mais fanfarrão de
espírito alegre e prepotente. E o Grande Irmão não é mais tão abstrato; está
nos olhos de quem lê isto e busca algum deslize meu pra me censurar e/ou me
excluir/bloquear/ignorar completamente como ofensivo, abusivo, etc e tal.
Lamento muito ter que prever que, muito em breve, estaremos novamente queimando
livros e outros artefatos artísticos críticos, dançando em volta do fogo e
celebrando o retorno da nova Era Nazifacista Pós-Idade Média Com Louvação à
Formação da Ignorância Festiva Duplipensada... É triste, mas sorria, senão você
pode ser processado. Bem-vindo à atualidade, bem-vindo ao inferno feliz.
(fragmento do livro "Barrados no Baile - Os rostos
tristes do Outro Lado do Muro das Trevas Coloridas", obra eternamente
inacabada devido ao aumento infinito das 7 Pragas, de Carlos Brunno S. Barbosa)
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